TAKE A LOOK AT ME NOW

11 - And there's nothin' left here to remind me

Harry estava sentado sozinho à mesa do refeitório, totalmente desanimado. Se houvesse uma remotíssima chance de Louis lhe perdoar, fora pelo esgoto naquela manhã. E não havia nada que pudesse reverter o acontecido, mesmo porque ele não fizera nada errado e não faria nada diferente se pudesse voltar atrás. Harris era um cara bacana, o ajudara muito nesses dias e apenas retribuíra a gentileza. Mas o que "parecia ser" muitas vezes importava mais do que a realidade. Principalmente depois do papinho venenoso da Briacca.

Sentiu alguém se aproximar e logo Liam e depois Zayn sentaram-se com ele à mesa. Os dois igualmente desanimados. Os três na mesma vibe, moles e de cabeça baixa.

- E ai, Hazz. Me conta alguma novidade boa, de negativo já basta meu saldo no banco.

- Nenhuma, Li. Nada.

- Soube de um aluno novo no curso de música, você viu alguém por lá, Hazz? – Zayn perguntou, parecendo meio chapado.

Harry e Liam fizeram cara de paisagem para ele até que os 3 explodiram numa gargalhada maníaca. Cada um com sua própria frustração para lidar, a risada era até um pouco descontrolada, mas necessária para aliviar aquilo tudo que estava represado.

- Ok, vamos comer alguma coisa. Só piora a larica sem comida por perto. – Zayn levantou e foi se servir. Os outros dois acompanharam.

Niall emboscou Harry na saída da universidade. O cacheado vinha de cabeça baixa, fones nos ouvidos, concentrado em seus pensamentos sobre Louis, quando sentiu uma mão puxando seu braço para um espaço atrás da guarita de entrada.

- Harry, oi. Preciso de um favor.

O mais alto só piscou os olhos verdes para ele, com a testa franzida. Niall puxou o fone de ouvido e repetiu a frase, vendo o semblante do cacheado se franzir mais ainda.

- Que tipo de favor? E sobre quem é essa ajuda?

- Calma, não é nada demais. Preciso falar com os meninos, Zayn e Liam. Num território neutro, sem possibilidade fuga.

A história estava estranha, depois das coisas que Zayn falara no outro dia, Niall queria conversar com os dois? E num território neutro, isso queria dizer que era sério e possivelmente fatal.

- E eu preciso falar com Louis, num território neutro, sem possibilidade de fuga.

Niall parou por um instante. Concordar com aquilo era considerado traição de amizade? Louis iria ficar puto? Ia arrancar sua pele com lâmina de barbear? Ia matar o cacheado na frente de todo mundo? A resposta correta era sim, sim, sim e com certeza. Pelo estado que Louis estava no intervalo, Harry havia feito mais uma cagada monumental.

- Vem comigo, precisamos conversar com calma.

Estavam sentados num banco do parque, próximo ao campus da universidade. Não tinha toda a privacidade do mundo, mas dava pro gasto.

- Agora me conta, cara de sapo. O que você aprontou com meu bolinho de novo que ele estava a ponto de trucidar todos os ursinhos de pelúcia que você lhe deu?

- Incrivelmente... nada, Ni...all. Vai começar com essa palhaçada de novo, Irlanda? Vou chamar de Ni, sim, caralho! Eu não fiz nada, mas Louis, provavelmente, acha que sim.

- E o que Louis "acha" que você fez? Tudo o que ouvi daquele pinscher foi sobre um ruivo lindo que estava com você hoje cedo.

- O nome dele é Harris, ele é muito legal. E eu não fiz nada além de ajudar ele a carregar uma caixa até sua sala de aula.

- Harris ruivo? Harris Reed, o deus grego ruivo, do curso de moda e que é modelo para quase todos os professores dos cursos de arte desta universidade? O lindo, gostoso, ruivo, talentoso e sorridente Harris Reed, é desse que você está falando.