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2 - Just let you leave without a trace (parte 1)

Na foto é a University College London - UCL, onde todos estudam.

Harry escapou rapidamente do auditório depois da apresentação de Louis. Soubera por Liam que ele tinha o seminário para apresentar e quisera ver, ainda que de longe, seu ex-namorado.

Eles haviam terminado, ou melhor, ele terminara com Louis, há pouco mais de dois meses. Foram 8 meses de namoro, intensos, fogosos e emocionantes. Mas Harry do nada começou a se sentir estranho perto dele, preso, sufocado. Tudo em Louis o irritava. Queria sair e curtir com os amigos, sem ele. Louis percebera, afinal. O afastamento, a grosseria gratuita, a frieza com que era tratado. Tentou conversar, mas Harry quis ir embora e terminou tudo.

Só que o alívio que deveria sentir por escapar das amarras não veio. A vontade de sair e curtir sem entraves e sem compromisso com ninguém, também não apareceu. Ficou apenas um vazio em seu peito que ninguém conseguia preencher e a sensação de que era o maior otário que habitava o planeta. Procurou Louis como um louco durante uma semana, praticamente acampou na porta de seu dormitório. Foi até o corredor da turma de arquitetura, parou conhecidos no corredor para perguntar e nada. Então era isso.

Foi ele quem terminou, então tentou seguir em frente. Até perceber que eventualmente Louis também partiria para outra. E seus problemas pioraram ainda mais. Saiu com algumas pessoas, homens, mulheres, beijou um ou outro, mas não conseguia passar daquilo. Só de imaginar Louis beijando outra boca que não a dele, seu estômago revirava.

Não vira mais o pequeno pelos corredores da uni. Antes, enquanto estavam juntos, Louis sempre arranjava um tempo para encontrar o namorado pelos corredores, agora não conseguia ver seu ex nem de longe, por mais que tivesse passado a frequentar o prédio de arquitetura nos últimos tempos, na esperança de um vislumbre dos olhos azuis. Ao que parecia, estava sendo evitado como se fosse uma praga.

Fora isso que o levara até o auditório, para poder ver Lou de longe, verificar se estava bem, se estava comendo direito, se... enfim. E percebera que o título de otário do século era seu, realmente. O que vira fora um Louis mais lindo do que nunca. As calças folgadas e os moletons enormes deram lugar a calças agarradas, mostrando aquele traseiro delicioso e torneado, camisetas justas e transparentes, olhos delineados e atitude superior. É, Louis estava bem. Bem melhor sem ele.

Louis e Niall chegaram na festa da κ π λ próximo das 22:30. Ainda cedo para os padrões universitários, mas era uma quinta-feira, então estava ok. No dia seguinte eles teriam aulas só no segundo período, após o almoço, então tudo bem uma ressaca grau 2 na escala "Niall" de ressacas, que ia de 1 a 5.

Automaticamente pegaram copos verdes para as bebidas. Estavam na pista para negócio, não desperdiçariam nenhuma oportunidade. Louis há muito tempo não saía sozinho com um amigo, dessa forma, só para curtir e sem pensar nas consequências. Havia se prevenido com um pacote de preservativos no bolso da jaqueta, que agora usava por cima de um monte de pele nua. Tirara a camiseta ainda no carro de Niall, com o irlandês rindo até soluçar de sua nova rebeldia.

- Pelo visto o Tommo fofo usuário de gliter rosa já era, agora temos essa criatura sombria das trevas para sugar o sangue das vítimas. E viva o poder do pé na bunda!

- Não seja idiota, Ni. Apenas cansei de chorar e ser a vítima. Doeu o pé na bunda? Doeu, muito. Mas eu sou uma pessoa, um indivíduo, não parte de um conjunto que não pode se separar. Não sou a metade de um par, sou uma pessoa por inteiro. E gosto de mim por inteiro. Quando me lembrei que passei 20 anos sem ele e só oito meses com ele, me dei conta que a vida é minha e escolhi viver do meu jeito daqui pra frente.

- Meodeos, segurem os bodes que o cabrito tá solto. Bora pegar geral, Tommolindo!

A primeira dose de vodka foi virada num gole, para esquentar. A partir daí Louis controlou o álcool que beberia na festa. Não queria acabar vítima de amnésia num quarto de fraternidade com algum cara igualmente bêbado. Hoje iria conquistar e saborear a conquista. Se rolasse o depois, tudo bem. Se não, tudo bem também.