15 - I wish, I could just make you turn around

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Louis não dormira nada durante a noite e o sol o encontrou já de pé e pronto para sair. Estava ansioso e confuso e só uma pessoa podia ajudar nesse momento: Jay.

Como havia ficado com o carro de Niall depois que saíra do apartamento no dia anterior, apenas mandou uma mensagem ao amigo – mensagem que sequer foi lida, por sinal – avisando que usaria o carro para ir até Dony ver sua mãe. Esperava, de coração, que o irlandês estivesse bem depois da conversa com os meninos na festa porque hoje ele não tinha condições emocionais de ajudar seu amigo. Precisava do colo de sua mãe e alguns conselhos.

Duas horas e meia depois, estacionava à frente da casa de tijolos vermelhos e janelas brancas. Havia duas bicicletas jogadas na grama do jardim da frente, alguns vasos de flores no alpendre e o cheiro incrível de comida da dona Jay. Respirou fundo, enchendo-se daquela energia boa que emanava da residência de sua infância. Precisava daquilo, daquela sensação de pertencimento, de acolhimento que somente colo de mãe lhe dava.

Subiu os degraus de entrada e abriu a porta com sua chave. Sabia onde estaria a pessoa que mais queria ver naquele momento: cozinha. Encontrou sua mãe terminando de preparar o café da manhã da família: ovos, linguiças, feijão cozido, tomates assados. Um bule de chá já estava pronto no balcão, vapor subindo do bico.

- Oi, mãe. Bom dia. – Louis disse suavemente. Ainda era cedo no domingo, provavelmente a única pessoa acordada era sua mãe.

- Boo! Que susto, meu bem! Não ouvi você entrar, aliás, nem avisou que vinha! Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

Era isso. Sua mãe, sua melhor amiga, sua confidente, seu colo, seu carinho e seu consolo. A pessoa mais importante da sua vida. Só de estar à distância de um abraço, todos os problemas insolúveis que ele achava que tinha haviam se dissolvido como o vapor da chaleira. Apenas deu dois passos e abraçou sua mãe, como um filhote perdido.

- Boo, meu bem? O que houve? Estou ficando preocupada! Quer que eu chame seu pai?

- Não, mãe. Está tudo bem. Só precisava disso.

- Disso o quê, meu amor?

- Disso. – e apertou mais ainda seus braços em torno de Jay, que retribuiu deixando beijos na cabeça do filho. Sentia Louis respirando fundo, estremecendo, como se algo difícil e doloroso estivesse indo embora.

- Meu amor, olha pra mim. O que aconteceu? Senta aqui comigo, vou servir um chá e você conta tudo.

Louis sentou-se à mesa, como fazia sempre, esperando pelo cafuné e a xicara de chá que sua mãe servia antes de conversarem. Jay não decepcionou, serviu o chá, junto com um prato enorme de ovos e salsichas e um cafuné nos cabelos rebeldes do filho.

E Louis contou tudo à sua mãe. Não fazia sentido esconder as coisas dela, se queria um conselho, um apoio, uma palavra amiga, ela precisava saber de todos os detalhes. Sempre fora assim entre eles.

- E ele disse que não sentia em seu coração nada do que me disse, mamãe. E que está com saudades de mim, pediu pra voltarmos.

- E o seu coração, Lou? O que ele diz?

- Estou com medo, mãe. Porque se não havia nada de errado em nós dois, porque ele fez aquilo? E o que me garante que não vai fazer de novo?

- Meu amor, se qualquer outra pessoa que não o Harry fizesse isso, eu lhe diria, honestamente, pra enterrar a merda do gato e jogar a pá fora. Com todas as letras. Mas nós conhecemos Harry, Louis. Vimos o quanto ele era louco por você, lambia o chão que você pisava. Aquele desastre peludo, todo cheio de marra, mais parecendo um roqueiro mal lavado, era um cachorrinho na sua mão, fazia todas as suas vontades. Nós víamos que ele fazia de tudo e qualquer coisa por você, era só pedir. E tenho que ser muito sincera, quando você apareceu aqui, chorando, dizendo as coisas que ele te falou, eu não acreditei de cara.

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