A tatuagem de Giselle foi rápida, apesar da garota não ter ficado quieta o que dificultou um pouco para a profissional. Eu era o próximo, Somi me perguntou o que ia fazer e a expliquei detalhadamente o que queria, ela ficou animada e disse que faria um desenho unicamente para mim.
Ela ficou um tempo desenhando em seu tablet enquanto eu conversava com Giselle sobre sua tatuagem, a garota comentava animada sobre como ela tinha ficado “ extremamente gostosa” com a borboleta na nuca.
Quando Somi terminou me mostrou o desenho e sinceramente, aquilo foi além das minhas expectativas, a cobra era linda e combinava perfeitamente no lugar em específico que queria fazer essa tatuagem.
Me deitou na cama e levantou a blusa, a tatuadora novamente preparou seu aparelho e passou uma pomada anestésica na área, Giselle segurou na minha mão e começou a contar sobre a vida dá vizinha dela, tal qual uma idosa fofoqueira.
Era uma dor incomoda mas nada impossível de lidar, tentava me manter estático o máximo possível.
[•••]
Uma hora e alguns minutos depois estava feito, não tinha mais volta, a belíssima cobra estava em sua pele pálida.
Somi havia dado a chave do banheiro para olhar a tatuagem melhor pelo espelho do lugar então ali eu estava, trancado no banheiro olhando para o meu corpo com novos rabiscos.
A cobra conversava com a sua cicatriz, o desenho fazia uma leve ilusão de que a cobra estivesse enrolada em volta da marca antiga, seus traços ainda não eram nítidos por ser recente mas ainda sim era marcante o suficiente.
Assim que parei de admirar minha tatuagem sai do banheiro dando de cara com Somi e Giselle conversando de uma forma um tanto estranha mas ignorei pigarreando para que elas notassem a minha presença.
— Hm? Já se olhou? Rápido. — Giselle comentou se afastando da mulher.
— É, Soul, posso tirar foto da tatuagem? Eu realmente amei e queria colocar no meu portifólio.
Falou animada e eu concordei. Tirou algumas fotos rápidas da tatuagem e depois Giselle foi acertar a conta com Somi, pois apesar da amizade colorida trabalho continua sendo trabalho.
Saímos do estúdio e fomos vagar pelas ruas de Seul, não estávamos voltando para casa e não precisávamos verbalizar isso para o outro saber, foi automático.
Naquele horário o por do Sol já protagonisava a cena e as crianças saiam da escola, em rumo as suas casas, era fofo ver aquelas bolinhas igualmente uniformizadas andando pelas imensas ruas, algumas permaneciam pacientemente na frente da escola esperando por seus pais após um longo dia de estudo.
É bobo dizer que no fundo do fundo eu quero isso, tipo, ter um filho ou uma filha para cuidar e me dedicar a isso, mas meu medo de acabar sendo igual os meus pais é maior. E sem contar que no momento atual ninguém realmente quer uma família, o custo é alto, tudo é mais difícil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Closer enough - Keeho & Soul
Fanfiction❛ ۪🦋◞ ❮ - Como uma mariposa em direção a uma chama. Vou te atrair, vou te afastar Do que você precisa inicialmente Está apenas a uma ligação E você vai deixá-la, você é leal a mim Mas desta vez eu vou te deixar e...