para a minha roseira

5 0 0
                                    

Não sei exatamente se posso te chamar de minha, já que voce pertence somente a terra onde foi plantada, e, por uma acaso, acaba enfeitando meu jardim, que aliás também não sei se o possuo ou se é ele que me possui, mas, desde que minhas margaridas morreram, eu aprendi a te olhar de verdade. na verdade, eu aprendi a te notar, já que só o sentido da visão não me permite realmente enxergar. e não foi pela falta que eu procurava preencher, na verdade, comecei a venerar sua beleza depois que aceitei que as coisas vão quando precisam ir. a efemeridade de tudo tem agregado muito valor as coisas ao meu redor, sejam boas ou ruins, assim não penso duas vezes em me demorar em sua beleza, e sequer me afundo em tristeza, quando penso que um dia você também irá partir.

(15/07/2023).

Despejos entre coxias e constelações próprias Onde histórias criam vida. Descubra agora