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POV Maraisa

"Seu novo chefe... Está olhando pra ele."

As palavras de Fernando ainda ecoavam pela minha cabeça.

Tentei me concentrar no fato de que não era nada demais, afinal coincidências acontecem, não é mesmo? O mundo é pequeno!

-Então quer dizer que iremos trabalhar juntos? eu piscava rapidamente, ainda tentando processar a informação.

-Basicamente, sim. - ele pegou seu celular e checou as horas. - Você tem algum lugar para ir agora?

Forcei minha mente a lembrar qualquer compromisso que poderia ter marcado com alguém e não encontrei nada.

-Não, estou livre o resto do dia. Por que?

-O que acha de irmos tomar um café? Assim eu te explico o que vamos fazer juntos. Eu conheço uma cafeteria ótima aqui pertinho.

-Por mim está perfeito! - abri um sorriso.

Descemos as escadas e quando nos aproximamos da saída, percebemos que o mundo estava caindo lá fora. Uma chuva muito forte tomava conta da rua inteira.

-Droga, não vamos poder sair. - falei.

-Vamos sim. Apenas uma pequena mudança de planos. Ao invés de irmos a pé, vamos no meu carro. - balançou as chaves.

[...]

-Vamos ter que nos molhar um pouquinho agora. - Fernando falou, estacionando o carro.

Olhei ao redor, procurando por uma cafeteria e encontrei um letreiro muito conhecido por mim.

"Henrique's Coffee"

Comecei a rir.

-É sério que me trouxe aqui? - perguntei ainda rindo.

-O quê? Vai me dizer que você não gosta do café que a sua mãe faz? - Fernando virou pra mim.

-Não é isso. De todas as cafeterias de Nova Iorque, essa seria a última que eu poderia imaginar que você me traria.

-Bom, culpe a Dona Almira. Essa é a melhor cafeteria da cidade inteira. balançou a cabeça concordando com o que acabara de dizer.

-Não posso discordar, é mesmo. - sorri com a lingua entre os dentes.

Fernando me encarou por alguns segundos e sorriu de volta.

-Vamos? - eledisse.

-Como vamos fazer isso? Sair correndo na chuva e chegar parcialmente molhados, ou andar devagar e chegar ensopados? - perguntei, virando-me pra ele.

-Primeira opção. Só tente não cair.

-Prometo tentar. - respirei fundo. - No três?

-Um... - ele falou, se preparando para abrir a porta do carro.

-Dois... - continuei a contagem, repetindo o gesto dele.

-TRÊS! - falamos juntos e, sincronizadamente fechamos as portas e nos juntamos na calçada.

Fernando apertou o botão da chave e o carro foi trancado. Fomos para debaixo de um pequeno toldo, onde esperamos o farol fechar.

-Quando o farol fechar, seja rápida, mas cuidado para não cair. Apenas me siga. Vai dar tudo certo.

A chuva parecia ter apertado ainda mais. Os carros começaram a reduzir a velocidade, o que significava que o farol provavelmente estava amarelo.

-É agora!

The Rain - MacóOnde histórias criam vida. Descubra agora