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- Não era pra você ter visto isso.

- Você é meu irmão, Fill, como pode? - Natalie disse com ódio dentro de si. - Eu vou te matar.

- Jenna, diz pra sua mãe, que ela está errada.

Jenna ficou atrás de sua mãe, o medo corria seu corpo.

- Não toque no nome da minha filha, seu nojento.

Depois de todas as coisas descobertas, todas as verdades ditas e xingadas, tudo parou com um som de dois disparos.

- Mãe... não, por favor....

Emma

Acordei com os gritos da Jenna, ela parecia desesperada.
Seu choro e gritos pela mãe são assustadores e dolorosos.

- Jenna, sou eu. - Tentei acordar ela mas foi sem sucesso.

O corpo dela está suado, o rosto molhado de lágrimas.

- Amor, sou eu. Acorda, por favor.

Jenna pulou na cama, abriu os olhos e olhou tudo ao seu redor. As mãos estavam sobre seu peito, a respiração desregulada.

O choro estridente tomou conta dela, Jenna me abraçou forte.

Puxei Jenna pra meu colo, e simplesmente deixei ela colocar toda aquela dor para fora.
Nunca a vi chorando daquela forma, mas tinha tanta dor, tanto sentimento.

- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você. - Falei enquanto apertada ela em meus braços. - Prometo que tudo vai ficar bem.

Não sei quanto tempo ficamos abraçadas naquela posição, mas aos poucos o choro da Jenna foi diminuindo, e eu agradeço por isso, não aguento ver ela dessa forma.

- Está melhor? - Perguntei assim que Jenna me olhou.

- Estou, podemos deitar? - A voz estava rouca.

- Sim, claro. - Me deitei, e como de costume a Jenna deitou praticamente em cima de mim.

- Eu te amo, me desculpa. - Jenna falou baixinho.

- Não tem que me pedir desculpa. Eu te amo muito.

Jenna ficou fazendo carinho no meu cabelo, e eu fiquei pensando.

Depois de um mês limpa, sem nenhum tipo de droga, achei que Jenna ficaria bem. Mas agora os pesadelos são constantes, e essa é a primeira vez que a vejo tão vulnerável.

Claro que esse mês sem a Jenna usar drogas foi difícil, ela teve vários sintomas de abstinência, mas com a ajuda do Javier as coisas ficaram mais leves.

Ele tem conversado muito com a Jenna, a leva para o grupo, ajuda a passar pela abstinência.

E eu fico orgulhosa a cada dia.

Com os carinhos da Jenna no meu cabelo, eu nem sei o momento que peguei no sono.

[...]

Acordei sentindo minha cabeça doer, olhei para o lado e não vi a Jenna ao meu lado.

Me sentei na cama e vi que na mesinha tinha um papel, eu peguei o mesmo para ler.

Desculpa, não consegui. Eu sou fraca, preciso fazer isso para esquecer tudo que aconteceu no passado.
Você é a única coisa boa que tenho na vida agora. E sim, estou abrindo mão.
Eu preciso que você entenda que anjos como você não podem voar para o inferno comigo.
E eu sei que você tentou de tudo, você não culpa. Eu estraguei tudo.
Não sou o que você precisa.

Algum dia posso voltar e te contar tudo que já me aconteceu, mas agora eu preciso ir. Apenas me deixe ir.

Eu te amo, Emma Myers.

- CARALHO, PORRA, NÃOO.

Levantei da cama e fui olhar em cada canto do meu apartamento.

Jenna não pode ter ido embora, não pode.


A fic não vai ser grande, e a primeira fase já está acabando.

✌🏽

Abstinência De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora