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ela dormiu com a maldita lingerie, e nada além disso. alexandre estava irritado demais e cansado de brigar com ela. não sabia muito bem o que dizer, também.

"para de ser gostosa na minha frente, você tá me irritando?"

alexandre acordou e foi imediatamente ajudar com o café da manhã. evitou o banho matinal para não acordar a diaba.

deu os remédios ao pai.

— parece que o senhor tá ficando melhor. né? — alexandre passou a mão no ombro do pai.

— tem épocas e épocas. acho que agora to bem sim. — o velho sorriu.

— ai. dá até pra gente ir no cinema juntos! faz tanto tempo que a gente não faz alguma coisa só nós dois.. — suelly sugeriu.

alexandre riu achando graça. ta, até que eles eram fofos juntos.

— vocês podem ir hoje. se alguma coisa acontecer com o meu pai vocês me ligam e eu vou ajudar, fico aqui de prontidão.

— não vai acontecer nada não, se Deus quiser.

— bom dia — giovanna entrou na cozinha já vestida e com a mochila nas costas.

todos a cumprimentaram, menos alexandre que estava ocupado passando o café.

— mãe, o bruninho vem aqui hoje pra gente ensaiar pra peça, tá bem?

— que bruninho? — suelly questionou.

— gagliasso ué quem mais seria?

— esse moço é o apaixonado nela, né? — ibrahim virou para suelly perguntando num sussurro que todo mundo escutou.

alexandre tensionou a mandíbula.

— nada a ver, seu ibrahim. somos melhores amigos, e é só isso.

— aí vem nesses ensaios aí e fica beijando na boca. sei. — o velho comentou ranzinza como um pai.

alexandre encheu a caneca de café e encarou giovanna.
de fato. não tinha pensado nisso.

— faz parte do ensaio, tá? minha profissão é diferenciada. e é tudo beijo técnico!

— tecnico. aham. — suelly provocou, de olho em nero.

ele abaixou a cabeça com uma cara de desgosto. pressionava o maxilar, as narinas estavam infladas.

— que horas ele vem?

— depois da aula.

— ele vai almoçar aqui?

— não. vai me levar pra um restaurante. — giovanna comentou com naturalidade.

alexandre engoliu a seco e passou a mão pela barba, escondendo a irritação. virou de costas e foi cuidar do pão com ovo que ele fazia de pré treino toda manhã.

ouviu todo o assunto durante o café da manhã calado. foi para a academia enquanto suelly e giovanna ainda estavam em casa e voltou quando elas tinham que sair.

chegou todo suado. tinha evidentemente descontado todas as frustrações nos pesos.

— vem gio, mamãe te dá uma carona. — suelly ofereceu. seus olhos estavam fixos no abdômen suado de alexandre, e ela se lembrou da visão que era vê-lo nu.

— amm.. claro.. já tô indo. — ela demorou um segundo para responder. olhou alexandre nos olhos, pegou a bolsa e deu as costas.

o dia passou tranquilo. seu pai estava bem, ele ficou na mesa de jantar trabalhando pelo computador. eventualmente aceitava algumas ligações. até que giovanna chegou depois do almoço com o tal cara da faculdade. seu melhor amigo.

claro que ia ser um jovem bonitinho de olhos azuis.

alexandre engoliu a seco. ótimo. que ela arrumasse um namorado e o deixasse em paz. evitou sequer olhar para os dois, e continuou trabalhando. os dois foram para o jardim, e infelizmente a mesa onde alexandre trabalhava dava de frente para o jardim.

eles ensaiavam com fitas e marcações, tinham roteiros na mão. caiam na risada quando erravam, e até se abraçavam dando suporte um pro outro. alexandre estava se irritando cada vez mais e ficando sem ar.

e aí chegou o tal beijo que seu pai tinha comentado.

alexandre automaticamente se levantou e foi recolhendo seus pertences. tirou o carregador do laptop da tomada, o caderno que tinha em mãos e o celular, e se enfiou no quarto de giovanna onde tinha uma escrivaninha.

também tinha uma janela para ficar olhando para fora mas ele simplesmente fechou a cortina.
levou muito tempo até que seu coração parasse de bater tão rápido, e muito mais ainda para que o amigo de giovanna fosse embora.

ele ficou em ligação e ignorou quando giovanna passou por ali. quase como se ela não existisse.

— eu já te falei que eu não quero saber. quem cometeu o erro foi você ou foi o renato? então pronto porra, ele tá fora. demite ele agora mesmo ou quem vai até aí sou eu, e você sabe que eu não sou delicado.

giovanna ouvia silenciosamente enquanto foi tomar um banho.

suelly e ibrahim realmente conseguiram ir para o cinema, então ficaram só os dois na casa.
alexandre foi tomar um banho enquanto giovanna cuidava do jantar.

e ela logicamente estava cozinhando já de camisola e lingerie. alexandre tentou ignorar.

— quer ajuda com alguma coisa? — ele ofereceu.

giovanna o olhou por cima do ombro, os longos cabelos esvoaçantes caindo por suas costas.

— tá quase pronto. arroz a piamontese e medalhão. — ela explicou. — você gosta?

ele se escorou na bancada da cozinha de braços cruzados.

— você não tem cara de quem sabe cozinhar. — ele confessou.

giovanna semicerrou os olhos fingindo estar ofendida.

— vai engolir cada uma de suas palavras, alexandre nero vieira.

ele riu do nome completo.

— ok, me mostra que eu tô errado. giovanna antonelli. — devolveu a provocação.

eles sentaram para jantar. alexandre tinha ajeitado toda a mesa. e pego uma garrafa de vinho que achava que iria combinar com o menu. jantaram juntos e ele teve que admitir que aquilo estava muito bom.

e ainda ouvir uma piadinha dela sobre como tudo que ela faz é bom.

deixaram os pratos na pia, um problema para amanhã. abriram a segunda garrafa de vinho no fim do jantar e giovanna sugeriu que fossem pra sala assistir um filme. no escuro, bebendo a segunda garrafa de vinho. lado a lado, enquanto ele tentava manter distância mas ela não.

giovanna ficava bêbada mais rápido do que alexandre, mas ele também estava começando a ficar. fecharam em amizade colorida porque gostavam do justin timberlake e da mila kunis.

e então deram play no filme enquanto alexandre enchia mais a taça dela.

unfortunatelyOnde histórias criam vida. Descubra agora