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quando giovanna entrou em casa, percebeu que a mãe e o padrasto estavam sentados assistindo televisão. alexandre automaticamente ficou de pé e foi na direção dela.

— eu não quero falar com você. — ela o cortou e tentou passar reto.

— gio, escuta ele, filha — suelly insistiu.

— pra que? ele te contou que engravidou outra?

— a gente nem sabe o resultado do exame ainda. para de agir como se ele tivesse te traído.. — suelly apontou.

giovanna ficou ofendida. a própria mãe.
deveria estar do lado dela, não?

— foi um incidente infeliz.. — ibrahim continuou.

— mas ele tinha a escolha de me contar. — giovanna virou e o encarou, olhando no fundo dos olhos. — tinha a porra da opção de ser sincero comigo e me mostrar que eu to certa em escolher ele todos os dias da nossa vida porque eu posso confiar nele de olhos fechados. agora eu já não posso mais. porque ele mente.

— eu menti. uma vez. pra te proteger. pra não te perder. vamos lá, giovanna. — ele implorou, tentando se aproximar.

ela balançava a cabeça negativamente.

sentiu um desconforto em estarem brigando na frente de seus pais e passou a mão pelo cabelo.

— vamos conversar. só eu e você. me dá uma chance, por favor. — ele segurou a mão dela.

giovanna bateu na mão dele se afastando.

— eu vou ali combinar os detalhes da separação do namoro que nem aconteceu porque tem muita coisa minha na casa dele, tá bem? — giovanna se virou para suelly. — eu já volto.

ela andou na frente até seu quarto e alexandre entrou atrás. trancaram a porta

— a bichinha é brava igual a mãe dela. — ibrahim assustou.

suelly riu.

— só quem pode dobrar ela nesse momento é o alexandre. vamos torcer pra que conversem muito e fiquem bem.

ela disse, deitando a cabeça no ombro do marido. aumentaram o som do filme e continuaram distraídos, esperando pelo melhor.

alexandre respirou bem fundo e a olhou.
ela parecia mal. com certeza não estava dormindo nem comendo direito.

— você tá linda. eu morri de tanta saudade..

— cala a boca, alexandre.

ele se aproximou.

— onde você tava? eu tava tão preocupado...

— não te interessa onde eu estou, onde eu deixo de estar.

ela respondeu, irritada, grossa, andando pra longe dele.

— giovanna. — ele segurou o braço dela e deu um puxão forte para que ela ficasse perto. — porra, para. me responde decentemente. eu não tenho culpa dessa merda. eu não queria esse bebê. eu só não posso jogar ele no meio da rua se ele for meu.

giovanna respirou fundo. sabia que estava agindo como uma menina mimada. alexandre precisava de uma mulher que estivesse disposta a estar com ele mesmo que naquelas condições. mas giovanna não sabia se tinha dentro de si a força que precisava para fazer isso.

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