Capítulo Cinco: Can You Feel My Heart?

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Can You Feel My Heart?

(Você pode sentir meu coração?)


Pisco os olhos, espalhando o rímel por meus cílios. Passo o delineador, destacando meus olhos verdes, e sorrio com satisfação.

Ainda estamos em pleno verão, então o calor está no auge. Franzo as sobrancelhas na direção da saia largada no chão do meu quarto e sigo para o closet, decidida e mudar um pouco.

Kurama pode ser um colégio muito renomado, tanto pela qualidade de ensino quanto pelo valor das mensalidades e afins, mas possui uma regra muito básica com relação às vestimentas: tudo é válido, desde que você esteja usando o uniforme da escola.

E é claro que "uniforme" diz respeito ao brasão estampado na camiseta, que Ino e eu decidimos ser enfadonha demais. E, bem... Se o que importa é a identificação de onde estamos, então isso é extremamente fácil de resolver.

No ano passado, quando entramos para o colegial, Ino chegou em casa com um sorriso malicioso no rosto e uma tesoura na mão. Afinal, se a escola não tinha criatividade para criar um uniforme suficientemente bonito para combinar conosco, então nós mesmas tínhamos.

Coloco um short jeans preto, desfiado, e um cropped vermelho sangue, com o emblema da escola costurado no canto do meu peito esquerdo.

Nos pés, dessa vez escolho um vans clássico, também no preto.

Penduro a mochila no ombro e desço a escada em disparada, tentando sair antes que minha mãe me veja.

Pois é, a diretoria de Kurama jamais ousou reclamar das "adaptações" que Ino e eu fizemos nos uniformes, mas não posso dizer o mesmo da minha mãe...

Além do que, tenho certeza que ela vai surtar quando descobrir que estou indo para a escola com a Ino, em seu carro recém adquirido e sem carteira de motorista.

Uma buzina estridente soa ao mesmo tempo em que empurro o portão, deparando-me com o carro chamativo da minha melhor amiga.

— Hello, gata! Espero que esteja preparada para o dia de hoje, porque as fofocas devem estar espetaculares!

Reviro os olhos diante de tanta empolgação e entro no carro batendo a porta, pois só de pensar em como aquela escola vai estar, minha cabeça já começa a querer doer.

— Nem me lembre disso! Não me arrependo nenhum pouco de ter lascado a mão na cara do Gaara, mas preferia que as pessoas não fossem tão fofoqueiras.

Ino ri diante de minha resposta e acelera, cantando pneu ao fazer a curva rumo a nossa escola.

Por Deus, ela realmente dirige como uma louca.

Mas, cara, como eu gosto disso.

— E não é para isso que existimos, Sakura? Deixe que falem o quanto quiserem, no fundo, todos sabem que só falam de você porque querem ser você.

— Desejo idiota. Se conhecessem minha vida de verdade, não pensariam assim.

Ino desvia os olhos rapidamente da pista para mim, a mão direita se esticando enquanto tenta revirar o porta-luvas.

— Sua vida pode ser uma merda às vezes, mas você ainda é Sakura Haruno. E, fala sério, quem não gostaria de ser Sakura Haruno? — desviando o olhar para o meu, mais uma vez, ela coloca dois vidros cumpridos na minha mão.

Um Lip Tint vermelho e um Gloss de cereja.

Abaixando o guarda-sol para ter acesso ao espelho, abro um pequeno sorriso antes de começar a passar os batons.

Garota ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora