Brooke Catherine
Meu coração foi a mil por hora quando quase cai daquele prédio por um puxão no meu cachecol. Eu sei que estou aqui querendo tirar a minha vida, mas quero estar bem consciente quando acontecer e não quero morrer de susto.
Depois de acalmar um pouco a respiração, decidi me virar pra saber quem havia puxado meu rosinha.
Me virei e dei de cara com um garoto asiático com uma garrafa de Vodka na mão. Ele vestia skinny jeans comum e parecia não dar a mínima para a neve que estava a cair. Estava sem os tênis e com meias diferentes, uma do batman e outra do homem aranha. Sua blusa branca estava toda molhada, provavelmente da vodka que não conseguia ir para sua boca quando ele a tentava beber.
Sua expressão estava bem pior que a minha. Com certeza eu estava com o lápis e rímel escorridos por toda a minha bochecha de tanto chorar no caminho da casa da Perla até aqui, o que eu queria que não tivesse acontecido. O rosto do asiático podia não estar manchado de maquiagem mas alguma coisa demonstra que ele está muito pior do que eu.
"Mas que diabos! Por que você fez isso?" perguntei enquanto ele bebia mais da vodka na mão.
"Eu sei muito bem o que você ia fazer, mocinha" ele respondeu cambaleando até perto da cerca. Jesus, ele está muito bêbado.
Ri um pouco pelo jeito que ele estava bobo e como estava frágil. Nós somos tão fracos. "Sabe? Então o que eu iria fazer, docinho?"
"Docinho? Sério? Você não está achando que, só por que eu te impedi de suicidar nós vamos transar, está?"
Ouvir isso em voz alta é bem pior do que quando está apenas dentro da minha cabeça, todos os meus pensamentos devem abafar a grandiosidade do que eu estava prestes a fazer. Dei mais um trago no meu cigarro irritada pelo comentário do desconhecido e o joguei no chão ao lado do garoto, ignorando o arrepio que repentinamente apareceu na minha espinha. Comecei a andar em cima da escada para tentar voltar a pisar o chão do prédio, mas ela estava se mexendo me fazendo quase cagar nas calças. Isso é realmente muito alto, se eu cair daqui viro pastinha de Brooke na calçada e não é realmente agora que quero isso. Primeiro preciso saber a novela que parece ser a vida desse garoto a minha frente.
***
Eu já tinha passado da fase de bêbada feliz e um pouco zonza para bêbada retardada e super tonta depois de 20 minutos sentada naquele terraço com o asiático. Nós não nos falávamos muito, apenas nos entre olhavamos de vez em quando enquanto dividiamos a garrafa de vodka.
A vista da cidade a minha frente estava totalmente embaçada e eu tinha absoluta certeza de que não iria conseguir levantar sozinha tão cedo, e não havia ninguém propriamente são além de um outro bêbado para me ajudar a ir para casa.
Olhei para o garoto ao meu lado e tentei procurar motivos para ele estar ali bem no momento que eu iria fazer uma das maiores burradas da minha vida. Ele pode ter sido preso e estaria ali escondido da polícia, sua namorada pode ter terminado com ele, queria realmente poder saber o que se passou. Queria saber se ele está realmente em uma situação pior que a minha.
Desviei o olhar do seu rosto e pensei se Perla já havia lido o bilhete que eu deixei na sua mesa, e se estaria louca atrás de mim agora. Provavelmente, não.
Escutei um fungar ao meu lado e olhei novamente pro meu colega de bebida e vi que ele estava chorando. Se não estivesse tão bêbada eu perguntaria o por que dele estar chorando e o consolaria, mas como estou bebendo desde meia noite e meia e já são 3 da manhã, fiz o que todo bêbado faria. Comecei a chorar junto a ele.
Nós não choramos silenciosamente e sozinhos. Num momento estávamos apenas sentados um ao lado do outro e em outro estávamos agarrados a chorar estericamente igual a dois bebezinhos, um no ombro do outro.
%%%%%%%
Calum Hood
Uma luz super forte me acordou e eu não fazia a menor ideia de onde vinha. Eu sempre fechava a cortina antes de dormir.
Me remexi um pouco e ai percebi que não estava na minha cama e que tinha alguém em cima de mim. Abri os olhos e eles escontraram cabelos negros espalhados sobre o meu peito. Não sei se ficava surpreso ou orgulhoso por ter uma mulher deitada em cima de mim. Deixei-me então ir pela supresa para ficar mais emocionante e arregalei meus olhos. Dei uma mexida para ver se a incomodava e ela acordava, mas nada. Levantei meu braço e a cutuquei. A garota levantou a cabeça imediatamente, assustada. Ainda de olhos fechados ela trouxe a cabeça na direção da minha e abriu os olhos devagar. Deixei um "uau" escapar dos meus lábios e ela arregalou os olhos levantando rapidamente quase caindo para trás.
Sorri segurando sua mão depois de a ter salvo de ir com a bunda no chão, mas no momento minha cabeça deu uma pontada e soltei sua mão a fazendo se desequilibrar.
"Que merda! Acho que minha cabeça vai explodir!" falei fechando os olhos com força.
"Não grita! A minha também está a doer." Ela resmungou imitando minhas ações.
Me endireitei a caixa d'água que estávamos encostados e olhei novamente para garota de olhos extremamente verdes. "Estamos encharcados. Você não está com frio?"
"Não. Estou cheia de roupas por baixo desse casaco." ela respondeu se levantando e tirando ainda alguns pequenos flocos de neve intactos, que ainda caiam, do seu cabelo.
"Uhm." respondi ainda sem saber seu nome. Olhei em volta, tentando me lembrar o que tinha acontecido ontem a noite e por que diabos essa desconhecida estava aqui comigo?
"Então..." falei olhando para a cidade.
"Não, nós não transamos, asiático"
"Poxa!" respondi desapontado.
Ela abriu um sorriso pequeno com a minha reação e eu sorri, olhando pra ela pela quarta vez.
"Meu olho está todo borrado, certo?" A morena começou a passar as mãos debaixo dos olhos para tentar limpar o lápis, o que só piorou as coisas.
"Nah, deixe estar"
"Então..." ela falou dessa vez.
Memorias da noite passada voltaram a minha cabeça e imagens da morena em cima de uma escada na ponta do telhado invadiram meus pensamentos. Olhei novamente para a mesma.
Ela estava tentando suicídio.
Não.
Mas ela é tão bonita, por que faria isso?
"Não me olha assim, por favor." ouvi sua voz pedir baixinho. Nem percebi que ainda estava olhando para ela. Desviei o olhar só para voltar mais uma vez. Sem pensar me levantei e a puxei para mim, a abraçando. Ela demorou para reagir ao abraço, mas assim que o fez me agarrou como se eu fosse o ar que ela precisava para sobreviver.
Ela afastou o rosto do meu peito e levantou os olhos até os meus "Ma-mas você também estava" falou soluçando.
"Eu? Do que você está falando?"
"Você também estava tentando pular, você também tentou suicidar."
%%%%%%%%%%%%%%%%%
Opa, opa, opa, opa, opa
Como vocês estão? Então... (percebi nesse capítulo que tenho uma mania horrível de falar "então", se acostumem) podem me xingar mentalmente ai, pq me xingar NOS COMENTÁRIOS NINGUÉM ME XINGA, mas tudo bem. Vim aqui depois de, acho que 3 meses (skdjsnnf), postar pra vocês e espero que gostem! Um obrigada especial pra @idkcliffordx pq sem ela eu não teria motivação pra terminar esse capítulo, obrigada por ler!! 💞💞💞
Música do capítulo: Sweater Wheater - The Neighbourhood
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B&C • c.h •
Fiksi Penggemar"A solidão é uma arma que mata, mesmo não tendo ninguém para dispara-lá" ✗ Ela, uma garota perfeita, num mundo onde tudo é possível. até mesmo a imperfeição. Ele, um mundo totalmente virado de cabeça para baixo. Numa noite, os dois decidem que o mel...
