A polícia chega à escola, mas não consegue encontrar Kauê que nesse instante já deve estar longe dali. Em seguida, a emergência escolar também chega até a escola e vê Ângela abraçada com André que ainda está deitado e desacordado no chão. Um dos enfermeiros grita para Ângela sair de perto do corpo de André, ela se assusta e levanta-se rapidamente com lágrimas nos olhos. O mesmo enfermeiro pergunta:
- Como é o nome dele?Ângela responde gaguejando por causa de seu nervosismo em ver André esfaqueado e desacordado:
- É... é... meu Deus, eu... eu...O enfermeiro a interrompe gritando alteradamente:
- Você pode falar logo e parar de gagueijar?!Ângela o olha e diz agora chorando descontroladamente:
- Não grita comigo! Eu... eu não sei o nome dele... eu não sei ok!A diretora Carmem interrompe:
- O nome dele é André, é um de nossos melhores alunos. Já estudou aqui à noite ano passado. Mas esse ano resolveu estudar pela manhã.Ângela pensa consigo mesma: Ah, então o nome dele é André.
O enfermeiro pergunta para Ângela:
- Você está machucada também? Esse sangue pela sua roupa é seu?Ângela responde ainda chorando sem controle e gaguejando:
- Nã... não... ess... esse sangue é... é dele... desse aí... do André!O enfermeiro à olha e pergunta:
- Você está chorando, é namorada dele?Ângela se descontrola e grita ainda chorando mas sem gagueijar:
- Olha aqui porra! Vocês não vão socorrer o garoto não?! Vão ficar me fazendo essas perguntas desnecessárias e idiotas?! Levem ele logo para o hospital, o esfaqueado aqui é ele e não eu!Os enfermeiros que estavam colocando André na maca à olham e sem falar nada, apenas socorrem ele e o colocam na ambulância. Ângela nesse momento sai correndo para entrar na van, mas o enfermeiro a interrompe e diz que ela não pode ir. A diretora Carmem à puxa e fala:
- Fique aqui e avise para os outros na diretoria, eu irei com ele.Ângela não fala nada e só afirma balançando a cabeça para Carmem. Um dos policiais à olha e pergunta sobre quem esfaqueou o André, ela não consegue responder nada, pois o seu choro naquele momento era mais forte do que tudo. Ele chama os outros policiais que estavam ali procurando alguém, mas não havia ninguém na escola, à não ser Ângela, os professores na diretoria e os policiais. Todos os alunos teriam corrido para fora da escola com todo o ocorrido.
Ângela abraça um dos policiais e fala chorando:
- Foi ele... o Kauê... peguem ele por favor... por favor eu peço, peguem ele.O policial agora já sabendo o nome do suspeito, sai com os outros policiais da presença de Ângela e vão até a secretaria procurar saber onde Kauê morava. Ângela então pega suas coisas no chão e vai para o hospital onde teriam levado André. Na saída da escola, alguns alunos jogam bolas de papéis nela e gritam em uníssono:
- Vadia! A culpa é sua!Ângela olha para os olhares que a julgam e sai correndo até conseguir pegar um ônibus. No caminho ela chora e pensa consigo mesma: Será que eles estão certos? A culpa é minha? Eles devem ter toda razão, a culpa é minha mesmo, sempre é como sempre foi.
Ela desce do ônibus e pega outro que à leve para o hospital mais próximo. Chegando lá, ela entra correndo e pergunta a recepcionista com um tom desesperado e sem fôlego:
- Por favor... eu quero saber... se um tal de André... deu entrada aqui agora?!!A recepcionista à olha e responde:
- Acalme-se senhora, André de que?Ângela diz ofegante:
- Moça... eu não sei, ele entrou aqui? Um tal de André... moça só quer saber... se alguem chamado André deu entrada aqui nesse momento, por favor... eu preciso muito saber.A rececionista à olha novamente por 1 minuto, olha para a lista de entrada e responde:
- Ele está na sala 04 virando a esquerda. Preciso que você assine aqui. E lhe dá um papel com um lista cheia de nomes. Ângela assina rapidamente, agradece e sai correndo.Ao chegar na sala 04, ela para, respira e abre a porta devagar. André estava lá deitado, com um médico e a Carmem ao seu lado. Ainda desacordado, André estava em estado crítico, mas não corria nenhum risco. O Dr. Fábio que estava medicando André, olha para Ângela e diz sussurrando:
- Você é algo dele? Se não for, não pode ficar aqui mocinha.Ângela o olha e demora quase 1 minuto para responder. Quando algo que ela não queria dizer, sai da sua boca:
- Eu... eu sou a namorada dele.O Dr. à olha e chama Carmem para saírem do quarto e deixarem Ângela à sós com o André. Ela os olha saindo e rapidamente vira-se para André e grita mesmo sabendo que ele não irá responde-la:
- Você é louco? Cara porque você fez isso? Por que bateu no Kauê? Eu não queria ter te beijado, não! Eu não queria ter te colocado nessa droga de situação. Você nem me conhece e agora tá ai, quase morrendo por minha causa. Eu sou uma idiota mesmo! Sempre estrago a vida das pessoas. Devo ter nascido com alguma praga maldita em mim só pode...Nesse momento André abre os olhos devagar e fala com a voz rouca:
- A culpa não é sua...Ângela o olha e assustada pergunta:
- Vo... você falou algo?Ele à olha e diz:
- Porque o susto? Você quer que eu morra? E lhe dá um sorriso meio apagado.Ângela rapidamente o abraça e diz:
- Meu Deus, você tá bem!!!André fala com dor:
- Você tá apertando meu machucado!Ângela se afasta e diz:
- Nossa, me desculpe... não tive a intenção...André à olha e fala:
- Sei que não. Como é seu nome?Ela responde:
- Ângela e o seu eu sei que é André. Eu queria te pedir desculpas por tudo isso que você está passando. Sei que é tudo culpa minha. Você está bem?André não responde nada e desmaia novamente. Ângela chama-o mas ele não dá nenhum sinal de resposta. Instataneamente ela grita e o Dr. junto com dois enfermeiros entram correndo, falam que André teve uma parada cardíaca e pede para que Ângela saia da sala, ela grita que não mas a Carmem à puxa para fora. Elas observam os enfermeiros tentando reanimar André pela pequena abertura quadrada que havia na porta, enquanto Carmem continua à olhar, Ângela se afasta chorando e falando em voz alta:
- É culpa minha, eles falaram, é tudo culpa minha...Carmem se aproxima para levantar Ângela, quando os pais de André chegam mas não conseguem adentrar ao quarto onde o filho estava. A mãe de André que se chama Luzia, olha para Ângela junto a Carmem e pergunta desesperadamente:
- O que fizeram com meu filho?! Quem fez isso com ele?! Ele está bem?! Porque não me deixam entrar?! Eu quero ver meu filho!!!O pai de André que se chama Stevan, segura sua esposa, olha para Ângela e fala:
- Foi por você não é? Me ligaram da escola dizendo que foi por você. Meu filho está aí por sua causa! Seu namorado que fez isso com ele!Ângela o olha chorando e fala:
- Senhor... não senhor, eu não namoro ele, a culpa não foi minha.Luzia à olha e fala friamente:
- Sua ninfetinha, a culpa foi sua sim. Se não fosse por você Ele não estaria nesse inferno de hospital agora. Você é como sua família, por isso vai ser sempre humilhada. É isso que você merece sua cadela!Ângela sai correndo do hospital chorando, Carmem tenta impedi-la mas não consegue.
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A Falsidade
Teen FictionÂngela era uma garota que vivia a vida como qualquer adolescente, até conhecer pessoas que mostraram que a amizade e a confiança não são tão fáceis de se conquistar assim. Brigas, intrigas e perdão, tudo pode se misturar nessa história maluca e susp...