16. Confissões

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"...Eu tenho mó dificuldade de abrir meu peito
Conhecido coração de gelo
Posso até não te falar, mas te amo do meu jeito
Te perder seria um pesadelo..."
- Poesia Acústica 8: Amor & Samba, Pineapple StormTV.

5 dias depois...

- Quarta-Feira, 20 de Fevereiro de  2024. 6:50 da manhã.

O som de seu despertador ecoou por todo o quarto, fazendo a paraense abrir os olhos com um pouco de dificuldade. Acordar e sair da cama era uma das partes mais difíceis da manhã de Alane.

Ao abrir a cortina, sentir os raios de sol atravessando o vidro e entrando em contato com sua pele, a garota finalmente decidiu ir se arrumar. Hoje seria mais um dia cheio.

Apesar de não estar falando com Fernanda há um tempo, a paraense estava bem, na medida do possível. Mas, hora ou outra, ela se pegava pensando em todos os momentos que passaram juntas. Elas dançando na praia ao som de "Flor de Tangerina", Nanda a levando para almoçar, as duas cozinhando juntas...

Mas não é aqui que a história acaba, aqui é apenas onde ela muda.

Enfim, a garota levantou-se, fez sua rotina matinal, tomou um bom banho gelado e escolheu uma roupa simples e confortável para a aula de teatro que teria algumas horinhas depois.

— Bom dia, meu amor! — Cumprimentou Liz, que a respondeu com várias lambidas no queixo, demonstrando carinho.

— Égua... que saudades da Fernanda, viu! — Lane falou, pegando a cachorrinha no colo e conversando com ela, na esperança que a respondesse e dissesse o que fazer.

Liz, por sua vez, apenas a observava com um olhar meigo e carinhoso. E se estivesse tentando lhe dizer alguma coisa? Nunca saberia.

Ao terminar de se arrumar, Alane pegou sua pequena mochila e colocou um conjunto de roupas para treinar dentro. Seu plano era sair da aula, almoçar em algum restaurante perto do teatro e depois seguir para a academia. Ela estava focada em ter uma rotina saudável.

— Tchau, minha princesa. — A morena encheu a cachorrinha de beijos novamente. Ao ver que no relógio já era 7:45, decidiu sair logo de casa para não se atrasar.

— Bom dia, Anny! Como você está? — Ela cumprimentou a amiga que estava dentro do carro, lhe esperando para dar carona.

— Bom dia, Lane! Eu tô bem, e você? Voltou a falar com a Fernanda? — A mineira questionou. Merda, era esse assunto no qual ela não queria tocar.

— Na real, não. Eu sinto saudades dela, sabe? Mas, tipo, não fui eu que errei, a culpa não é minha se ela é tão amargurada ao ponto de não conseguir ter nem amor próprio... — A paraense disse sem pensar, deixando um clima pesado no carro.

— Caralho Lane...

— Porra, pesei né? Desculpa, foi sem pensar. Toda essa situação tá me deixando maluca.

— Você deveria falar com ela. Quem sente saudades vai atrás. Enquanto cê tá aqui fazendo cu doce, outras vão fazer o que você deveria ter feito. — Anny aconselha.

— Mas não fui eu que errei, cara! Beleza, eu posso ter pegado um pouco pesado quando disse para ela não me procurar mais, mas, caralho, ela também é muito cabeça dura! — Alane rebateu, expressando toda a raiva que estava sentindo.

Flor do Cais • FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora