Flor do Cais • Ferlane

13. Desavenças

"...A sua carência é muito mais sincera que você
Em vez de ser feliz prefere disputar poder
Não aceita a verdade, não tem humildade
Pra entender seu ego e assumir seus medos
Sua saudade é consequência dos seus erros..."
- Ligações de Alma, Carol Biazin & Baco Exu do Blues.

- Quinta-Feira, 14 de Fevereiro de 2024, 9:32 da manhã.

Ao despertar, Alane percebeu que estava sozinha na cama. A porta do banheiro estava fechada, então presumiu que Fernanda estivesse usando. A paraense estava com o rosto e a camiseta todos amassados pelo travesseiro, ela tinha dormido profundamente igual um anjo.

Poucos minutos depois, a porta fora aberta. Nanda saiu de dentro enrolada em uma toalha e com os cabelos pingando.

Ao ver ela sair do banho, Lane sentiu um friozinho na barriga seguido por uma explosão de borboletas. Seu sorriso se alargou involuntariamente e seus olhos não conseguiam se desviar da visão da morena. Era como se o mundo ao seu redor diminuísse de importância, deixando apenas espaço para o fascínio que sentia por ela.

— Bom dia, Nanda! Dormiu bem? — A cumprimentou sorridente.

— Bom dia. Sim. — Respondeu seca, pegando uma peça de roupa e voltando para o banheiro, dessa vez, batendo a porta.

Ao checar suas notificações, Lane observou uma mensagem de Nizam. Porra, ele não desgrudava nem pelo celular. Apesar de não ter gostado do que viu, a garota arrastou para cima, vendo o que havia chegado para ela durante a madrugada.

"@gioliima começou a seguir você."
"@gioliima curtiu a sua publicação."
"@gioliima curtiu seu story."

A paraense sorriu ao ver aquilo e logo foi retribuir as curtidas e seguir de volta. Ao olhar as fotos da morena, a sensação de que já conhecia ela aumentou, porém seus pensamentos foram interrompidos.

— Tá respondeu seu homem? Pelo visto você não se contenta com uma só, né?! — Fernanda perguntou, jogando seu pijama no cesto de roupas sujas e pegando a escova para pentear seu cabelo.

— O Nizam?

— Não não, o Cledson. — Ironizou.

— Quem diabos é Cled... ah. — Alane se ligou.

— Não. Eu não estava respondendo ele, se é isso que quer saber. Outra coisa, eu me contento com um sim, mas o fato de estar ficando com você não me impede de ficar com outras pessoas. Quer mudar isso? Bote uma aliança no meu dedo. — Finalizou, deixando Bande sem palavras.

— Jamais te pediria em namoro. É problema demais para minha cabeça. — Ok, talvez ela tenha pego pesado aqui.

— Então eu sou um problema pra você?

— Não. A gente não namora, não é um problema por enquanto. — A carioca sentou-se na poltrona, de frente para o espelho.

— Por que mentiu para ele? Por que não disse que estava comigo? — A mais velha questionou. Ela exigia respostas.

— Não quero que Nizam saiba de nós, tenho medo de ele vir atrás de você. — Respondeu.