25. Flor Do Cais

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Este capítulo contém cenas que abordam temas sexuais explícitos. Caso não goste, recomendo que pule. 🔞🚨

"...Eu não sou de beber, mas se beber melhora
E se beber me adora, baby
Traz logo esse rosé com esse licor de amora
Nossas línguas namoram e o jambo treme
Me beija, seu balanço me suspende
'To derretendo na sua frente..."
- Baby 95, Liniker.

- Sexta-Feira, 6 de Setembro de 2024, 17:46 da tarde.

Haviam se passados longos meses desde que as garotas deram um passo a frente em seu relacionamento. Agora com o título oficial de namoradas, algumas coisas tinham mudado.

Há 3 meses atrás, em Junho, Alane recebera uma oportunidade de estudar artes cênicas na Universidade de São Paulo (USP). Diante da proposta irrecusável, ela se viu dividida entre seguir seu cérebro e deixar todos que a amavam no Rio de Janeiro, ou seguir seu coração e recusar a proposta, ficando com sua segunda família. Entretanto, colocando a mão na consciência e o pé no chão, a garota abraçou o desconhecido e se mudou para o dormitório da universidade, ficando a cinco horas de distância de todos que, uma vez, lhe deram todo o suporte que precisava.

— Eu também tô morrendo de saudades! Vocês não imaginam o quão é ruim estar aqui... — Lane dizia para as amigas na chamada de vídeo. Esse era o único meio de comunicação entre elas.

— Você vem pro feriado? As praias vão lotar! — Bia perguntava meio falhadamente, não era novidade que ela tinha problemas com sua internet.

— Ah, não sei... estou vendo ainda meu planejamento! — A paraense respondeu, mal sabiam elas o que a morena estava arquitetando.

— Espero te ver logo, Lane! A saudade que tu deixou tá gritando aqui dentro do meu peito. Inclusive, não só eu, mas Liz também sente muito sua falta. Toda vez que chega alguém aqui ela corre para a porta achando que é você! — Anne confessou e mostrou a cachorrinha deitada ao seu lado, dormindo um sono profundo. Por conta do dormitório não aceitar animais, Alane teve que deixar Liz com suas amigas. Lhe partia o coração ficar longe de sua fiel escudeira, mas era para um bem maior.

— Eu não vejo a hora de ver todas e abraçar todo mundo! Vocês, a Nanda, Pitel, Yas, Gio, Marcus... todo mundo. Eu tenho que desligar agora, o dever me chama! Um beijo, amo vocês! — A paraense se explicou e então finalizou a chamada com as amigas.

Após deixar seu celular de lado, a garota voltou a fazer o que estava fazendo antes de ligarem para ela. Arrumar as malas. Sim, Alane estava arrumando todas as suas coisas para retornar ao lugar de onde nem deveria ter saído.

Ela olhava pela janela do seu quarto e uma sensação de deslocamento a invadia. Apesar de estar cercada pelo fervor acadêmico e cultural da cidade, algo dentro dela clamava por Niterói, seu verdadeiro lar. A solidão era uma constante, apesar das multidões que passavam pelos corredores da universidade. O desejo de retornar à vida que tinha antes, com sua agora namorada e seus amigos no Rio de Janeiro, era avassalador. Cada aula de teatro, embora fosse seu sonho, apenas ressaltava o vazio que sentia. Lane ansiava pelo calor familiar, pelas ruas familiares, pela sensação de pertencimento que São Paulo não conseguia a oferecer.

No entanto, ela queria fazer mistério sobre sua volta, uma supresa para todos, então não contou a ninguém de seu plano. O ônibus sairia exatamente às 19:30 e a paraense ainda tinha que tomar banho, terminar de guardar suas coisas nas malas e ir até o terminal rodoviário, que ficava a mais ou menos 1h dali. Estava correndo contra o tempo.

Flor do Cais • FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora