24. Paixão

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"...Alô, sou eu de novo e de novo
Perdoa se eu sou tão sonhador
No Pão de Açúcar, eu te namoro e devolvo
Até o Sol se pôr..."
- Poesia Acústica 13, Pineapple StormTV.

- Quarta-Feira, 27 de Março de 2024, 11:45 da manhã.

Passados três dias sem se ver, finalmente havia chegado a hora das garotas se encontrarem, a saudades estava gritando em ambos os lados. Fernanda, na companhia de Pitel e Giovanna, dirigia em direção ao Teatro Cesgranrio, na Tijuca.

— Já tá chegando?! — A cacheada perguntava, impaciente.

— Caralho Pitel, aquieta esse cu! Ô Giovanna, acalma tua namoradinha ae, pelo amor de Deus! Faltam só mais dez minutos, cê já aguentou trinta, não vai morrer agora não, cacete. — Nanda xingou, fingindo estar irritada e arrancando uma risada sincera da mineira.

— Calma amor, já já a gente chega. — Gio disse, colocando a mão na coxa da garota e fazendo um carinho. Pitel estremeceu e então se ajeitou no banco. Ela e a morena estavam tendo um caso há algum tempo, mas ambas não assumiam que se gostavam, quando estava claramente estampado em suas testas.

— A Alana já está lá? — Pitel perguntou novamente, enquanto via os storys de Alane nos bastidores do teatro. As garotas estavam indo para prestigiar ela, Yasmin e a própria Giovanna na peça que iriam apresentar.

— Sim, sim. Ontem a noite ela me disse que ia com o pessoal mais cedo para ajeitar a questão do figurino e essas coisas. E você, Gio, vai participar da peça? — Bande puxou assunto com a mineira, que se mantinha concentrada em Pitel e em como seus cachos estavam lindos e cheirosos.

— Vou sim, mas, dessa vez, serei apenas figurante junto com a Yas. A Lane vai arrasar no papel de Julieta! Eu não fui mais cedo com eles porque não havia necessidade. Inclusive, ela acabou de me avisar que está saindo com a Isa agora! Acho que vamos chegar juntas. — Giovanna explicou e Nanda se ligou que, se existe uma Julieta, deve existir um Romeu. Logo, sentiu uma onda ciúmes invadir o seu corpo.

— No teatro da minha vida, tu é minha Julieta! — Pitel soltou, segurando o queixo da mineira e lhe roubando um selinho. Ela, por sua vez, passou os braços pelos ombros da cacheada e a encheu de beijos pelo rosto. Era lindo de se ver o quanto as duas se gostavam genuinamente. 

— Porra, vai se fuder mermão, nasci pra ver o dia que eu ficaria de vela pra Pitel e, aparentemente, esse dia chegou! E o foda é que vocês combinam muito, que merda hein, saudades Lane! — Fernanda se fingia de revoltada no banco da frente enquanto as duas se pegavam no banco de trás. E assim foi o resto da "viagem".

Tentando ignorar as garotas, a carioca desceu todo o vidro de sua janela e permitiu que o vento levasse seus longos fios pretos. O clima estava perfeito, úmido e fresco, o dia ensolarado, não muito quente, trazia o contraste perfeito. Até então, tudo estava conspirando para que o plano de Nanda desse certo. Mas também, depois de verificar as condições climáticas centenas de vezes, era impossível não dar.

— Ei, suas safadas, podem parar de agarramento que a gente já chegou! — Nanda falou e jogou o casaco de Pitel em cima das duas. Ao saírem do carro, a carioca notou que a boca de Gio estava avermelhada e um pouco inchada.

— Puta que pariu, vocês se beijaram tanto que a boca da menina tá faltando cair aqui! — Fernanda riu e, ao ver a situação que havia deixado a morena, a cacheada se preocupou.

Flor do Cais • FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora