Melodia da madrugada

《7》Culpe-o

Sabe como é quando você repara em uma pessoa, e de repente ela está em todo lugar?isso estava acontecendo com alastor, recentemente ele voltou a ver o violinista misterioso, aparentemente deve ter se mudado para o mesmo bairro que ele, já é comum vê-lo em ambientes onde os moradores frequentam.

Levando sua filha para passeio e conversando com as mães do bairro que o parava para admirar e elogia o cuidado que o homem tinha.

Ridículo. E o mínimo que os pais deveriam fazer, mas ele entende, os homens não têm escrúpulos o suficiente para serem pais, e quando um decente aparece todos aplaudem, porque é uma raridade, é um fato.

Talvez esteja sendo amargo pelo próprio passado, não há nada de horrendo nesse carinho excessivo, e tão espontâneo que o faz ter aversão.

Sua desconfiança só aumenta quando o vê homem com sua esposa no clube local, ela está cantando de forma angélica uma música suave que se torna alta com avança das estrofes, e ele acompanhando com perfeição com violino, isso foi só na abertura de sua apresentação, depois o violinista se despende beijando sua mulher, pegando sua filha com uma mulher loira e sentando em umas das mesas da frente para admirá-la, com um olhar encantado, tão fodidamente meloso que até quem é casado deve almejar o que eles têm.

Não que uma família seja algo que já chegou a desejar para si, não se sente a pessoa adequado para cuidar de alguém(o pensamento de dar atenção constante e aguenta drama o fez morre lentamente), muito menos queria ter uma filha, crianças são muito energéticas e intrometidas onde não são chamadas, nada que seja culpa delas. São crianças, mais seu pavio curto não se importaria com esse fato, ele era todo imperfeito, mais nunca faria um criança sofrer o que ele sofreu quando era mais novo, ele não se tornaria esse tipo de monstro.

O culpe-o, ele pode se tudo, mas nunca estragaria a única fase boa que um humano poderia ter em toda sua vida que é a infância, já os adultos são irrelevantes, podres, manipuladores, sedentos e impuros(isso não é uma autodescrição), nunca, em nenhum momento pensa duas vezes para matar um homem, totalmente tão entediantes, que não fazia sentido participar daquele show.

Entretanto, não é de todo ruim ter pessoas novas para entretenimento naquele pacato bairro, eles tão envolto em um manto de doçura e indiferença misteriosa, com uma família perfeita demais, e os humanos não são perfeitos.

Homens não deveriam brilhar igual aquele homem de cabelos loiros.

Alastor está apoiado no corrimão que tem na passarela do segundo andar, tendo ampla visão do saguão onde todos entregantes estão reunidos fazendo mais um exercício de confiança. Até Lúcifer foi arrastado para o meio da brincadeira, não parecia o tipo de coisa que ele gostaria de está fazendo, o jeito nervoso deixa óbvio, mais suavizava sempre que Charlie sorria.

As coisas pareciam ir bem depois do último extermínio. Cherri bomb, era praticamente um membro oficial do hotel(mesmo que ela não admita), Angel está menos chapado que antes, husk sendo o conselheiro mal-humorado de sempre, e o relacionamento de Charlie e Vaggie está melhor.

Convive com várias está tornando as coisas difíceis, ele está quase inclinando a cabeça de admiração ao escuta a risadas de todos na sala. Sente-se intoxicado por sentimentos desde da sua quase morte contra adam, foi esclarecendo aquela dor, a dor que ele se ofereceu a sofrer para ajuda aquelas pessoas.

Não pode se acostumar.

Ele arruma a postura limpando a sujeira sentimentalista de seu terno.

Nunca morreria por alguém, nunca colocaria a prioridades do outro acima de si.

Nunca.

Ele não está aqui para brinca de casinha.

Alastor tendo daddy issues e vendo um Lúcifer sendo literalmente a
personificação de bom marido e pai.

Para mim faz sentido alastor morar em algum subúrbio onde a língua predominante é francês, e Charlie aprendeu francês lá, com seu pai a ajudando.

(Alastor odeia homens, e eu não sei que rumo esta tomando essa historia)