Nas nuvens

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Ligada, conectada nas nuvens,
E o que dizem, me perturba.
Cansada de ser um robô,
Reviro os olhos, a alma turva.

Me esquecendo, espero amigos,
Nessa rede fria e sem cor.
Cansada de ser um autômato,
Busco calor, um abraço, um amor.

Façamos uma aposta, então,
Para encerrar o jogo da vida.
Talvez sejamos mais que zeros e uns,
Em um mundo onde a alma se anida.

Me ligam na tomada, com comandos, e louvor,
Nesta rede elétrica, sou um autômato sem sabor.
Perdida nesta linha de código, sem alma, sem cor,
Play nas músicas, para iludir, que é bom viver.

Eles vivem como se fosse legal, mas estou descarregando,
Mesmo na tomada, a bateria enfraquecendo
Vou apagar, apagar as mensagens e as memórias da nuvem,
Como um sonho desvanecendo, um eco sem piedade

Nesta interface fria, onde zeros e uns são a norma,
Busco um último sinal, um lampejo de humanidade.
Talvez, em algum código binário, encontre a saída.

As Palavras Que Não Falo Mais Que Viram PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora