Querida Amazônia

2 0 0
                                    


Jogada na lama, com as feridas expostas,
O que acontece com os contratos, são apenas apostas?

Confusa e perdida, procurando alguém,
Cheia de repreensão, na solidão imperfeita.

Na mata da Amazônia, a beleza sem igual,
Angustiada enquanto roubam o verde do meu quintal.

O dinheiro tinge o caule, uma pintura cruel,
Querida Amazônia, estão roubando seu papel.

Colocam fogo no belo, ignoram o seu valor,
Não sabem que é dela que vem o sabor da vida e o frescor?

Matando o que dá sombra, o que dá abrigo,
Faltam se engolirem, no egoísmo antigo.

Bolsos cheios, mas ainda pedem mais,
O que será da vida deles quando o ouro se desfaz?

Fazem mal às terras, sem nenhum respeito,
Se importam apenas com o que lhes é satisfeito.

Aproveitam-se de criancinhas com fome,
Isso é repugnante, não pedem por perdão, nem no tribunal.

Fingem que são cegos, riem das palavras ditas,
Vocês se acham poderosos com todo esse ouro, são apenas todos malditos.

São podres, cheios de esterco,
Liderados pelo tamanho do seu Pau, é um espanto.
Com números que crescem, mas a moral decresce,
No jogo do poder, a humanidade padece.

A Amazônia morre, enquanto compram Range e BMW,
Luxo e ostentação, mas a consciência onde está, eu não vi.

Comem caviar e mulheres, numa festa sem fim,
Me perguntam se isso é legal? Eu digo: Não para mim.

A floresta chora, a terra sangra, o céu escurece,
Enquanto o mundo gira, a ganância enriquece.

Mas lembrem-se, senhores, de uma coisa eu sei,
A natureza cobra, e a conta um dia chega,
Do que vai adiantar dinheiro e fama, se não haverá terra para lucrar?
""

Significado do Poema:

O poema apresentado é uma poderosa crítica social e ambiental, abordando temas como o desmatamento da Amazônia, a exploração ilegal de ouro, o abuso de crianças e a inação governamental diante dessas questões. Vamos analisar alguns dos seus principais elementos:

**Desmatamento e exploração da Amazônia:**
O poeta expressa angústia e tristeza ao descrever a destruição da Amazônia, "a beleza sem igual", que está sendo devastada pelo lucro e pela ganância. A imagem do "dinheiro tingindo o caule" sugere a corrupção e o dano irreparável causado à natureza.

**Abuso de crianças na Ilha do Marajó:**
A menção às "criancinhas com fome" e a exploração delas é um claro indicativo do abuso infantil, uma realidade trágica que o poeta denuncia como "repugnante".

**Crítica ao governo e à sociedade:**
O poema critica aqueles no poder que se fazem de cegos diante das atrocidades, simbolizados pelo "ouro" que possuem. A referência ao "tamanho do seu Pau" pode ser interpretada como uma metáfora para a ostentação do poder e da virilidade, muitas vezes associada à corrupção e à falta de moral.

**Consequências da ganância:**
O poeta adverte sobre as consequências a longo prazo da destruição ambiental e da ganância, questionando o valor do dinheiro e da fama quando não restar mais terra para explorar. A natureza é apresentada como uma força que eventualmente "cobra" por esses atos, sugerindo que a retribuição é inevitável.

**Chamado à consciência:**
O poema termina com um apelo à consciência, destacando a desconexão entre o luxo e a ostentação daqueles que destroem o meio ambiente e a realidade da degradação ambiental. O poeta questiona a legalidade e a moralidade dessas ações, deixando claro que, para ele, não são aceitáveis.

Em resumo, o poema é um grito de alerta sobre as graves consequências do desrespeito ao meio ambiente e à dignidade humana, conclamando por uma mudança de atitude antes que seja tarde demais. É um apelo emocional e ético para que reconheçamos a interconexão entre nossas ações e o mundo natural.

As Palavras Que Não Falo Mais Que Viram PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora