Capítulo V
"Éramos apenas nós no mundo.
Sempre ríamos e corríamos como se o amanhã não existisse.
Como se nosso fôlego não fosse acabar.
Como se nossas risadas não nos cansava a medida que nossos passos avançavam.Éramos só nós dois no mundo.
Mesmo quando brigávamos na chuva por causa de um laço idiota.
Quando as festas de aniversário já não eram mais sobre doces e bolos.
Quando só nos restava 2 cores de lápis para decidir como escrever nas folhas reutilizadas da escola.Éramos só nós dois no mundo.
E mesmo nosso mundo caindo, permanece sendo somente nós dois.
A herança preciosa de alguém que já se foi.
O resquício de amor que um dia existiu.Somos a promessa que ainda se mantém de pé.
Um refúgio mútuo.
O último fôlego para uma paz inexistente."- M
Miguel Valentini
Meu peito doía a medida em que meus passos aceleravam.
Branco é o que resume a minha mente só me restando correr. Olhares desagradáveis, palavrões ditos em alto e bom som não são páreos para o meu desespero. Nada é páreo para o desespero. Sinto-me morrendo aos poucos nessa ansiedade maluca em que meu coração percorre sozinho.
Já nem sei se posso reformular uma frase nesse momento. Tudo o que eu quero saber é qual quarto Rosa está e como ela está. Essa demora toda em forma de prédio que é o hospital é um karma da qual tenho que aturar desde os primórdios da minha vida. Odeio esse lugar com todas as minhas forças e ainda sim não sou capaz de ignorá-lo quando é minha irmã que está nele.
Abro a porta para as escadas de emergência e subo por elas como se a minha vida dependesse disso. E realmente, acho que dependem. Quase vacilo no 7º andar. Meu corpo fica trêmulo e minhas pernas falham por um momento.
Não queria passar por tudo de novo.
Rosa é o ser mais amável e gentil que o mundo jamais terá um dia. É sorridente e idiota até a tampa e as vezes um pouco mais. De riso fácil a expressividade de uma criança da 3ª série, ela se tornou um verdadeiro anjo em forma de menina. Uma eterna menina pra mim.
Seu único azar foi ser frágil. Se ao menos fosse só emocionalmente talvez fosse mais fácil de lidar, porém era de genética que se tratava. Dessa fragilidade que um dia minha mãe tivera, Rosa teve a infelicidade de ser - até mesmo nisso - parecida com ela.
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Em Busca da Minha Justiça - 1° Livro | Série Em Busca |
RomanceMiguel Valetine é a prova de que a ganância pode cegar o homem a ponto de enxergar a sua vida como um grande jogo. Filho de um dos homens mais importantes dos negócios envoltos a tecnologia avançada, ele simplesmente vive uma mentira para conseguir...