thirteen

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Harry andava de um lado para o outro no corredor da mansão dos Lockwood, não sabia o que fazer.

- Já tentou ligar para ele? - Questionou Ava, que o olhava nervosamente.

- Umas vinte vezes. - Falou baixo. - Ninguém atende.

- Vou tentar pelo meu celular. - Decidiu. Pegou o aparelho no bolso de seu terno e ligou para o amigo. Para sua surpresa, alguém atendeu. - Niall?

- Olá, Harry. - A voz não era de Niall.

- Quem é você e porque está com o celular do Niall? - Questionou. Ava o olhava com os olhos arregalados.

- Rebekah Mikaelson pra você. - Harry sentiu o medo tomar conta de si. - Seu amigo está aqui comigo, e ele vai ficar bem se você chegar a tempo.

- Onde vocês estão?

- Fale baixo, meus irmãos podem te escutar. - O repreendeu, e só aí Harry entendeu onde ela queria chegar. - Estou com ele no seu colégio, venha sozinho e não deixe Louis desconfiar de nada, ou o bruxo morre.

[...]

Como não pensou antes? Niall é um bruxo, por isso sentiu a magia rondando o colégio quando o garoto lobisomem foi morto, Harry se perguntava porque não notou o óbvio antes.

E se perguntava também porque estava surpreso em um original estar provavelmente planejando sua morte. Não era tão idiota assim, no entanto, é claro que Ava ficou na festa para informar Louis sobre o que estava acontecendo, mas Harry não iria deixar Rebekah matar seu amigo por um conflito entre família da qual Niall nada tinha a ver.

Estacionou o carro em frente ao colégio e encontrou a porta da frente escancarada. Entrou nos corredores escuros e silenciosos, enquanto isso se questionava sobre suas escolhas de vida, o que o levou a estar em uma situação bizarra como aquela.

Após abrir várias portas de várias salas diferentes, finalmente encontrou os dois. Uma garota loira com aparência de 19 anos e de olhos azuis estava escorada na mesa do professor, de braços cruzados o encarando com um olhar ameaçador.

- Olha se não é o namoradinho mortal de Louis. - Foi sarcástica. Harry notou Niall com as mãos amarradas em uma das cadeiras, ele parecia estar chorando, e ao mesmo tempo preso em seus próprios pensamentos. Em um movimento rápido demais para o cérebro de Harry processar, Rebekah soltou Niall. - Vai. - Niall olhou para Harry com medo, o cacheado o encorajou a ir. Ele saiu, deixando Rebekah e Harry sozinhos na sala. - Ansiei por esse momento, Harry Styles.

- O que quer comigo? - Harry foi seco. Rebekah ergueu as sobrancelhas.

- Queria te conhecer. Sabe, Louis nunca se envolveu com um mortal antes, isso é interessante, porque você é vulnerável demais.

- Precisava ameaçar a vida do meu amigo?

- Você nunca iria vir de bom grado. - Sorriu. - E Louis não confia em mim.

- Aparentemente ele está certo. - Cruzou os braços na frente do peito. - Já sanou sua curiosidade sobre minha existência?

- Claro que não. - Ela andou pela sala, o observando. - Vai ficar aqui até Louis notar sua ausência e vir atrás de mim com uma adaga do carvalho branco, no intuito de me colocar de volta no caixão. - Foi amarga ao dizer.

- Então essa é uma missão suicida? - Harry foi sarcástico de volta.

- Só estou dando um susto em meu irmão. - contou. - Ele não poderia de fato me colocar no caixão porque ele não vai conseguir e não tem o coração frio o suficiente para me dessecar. Relaxe, não vou te matar.

- Você matou Caroline Forbes, porque eu acreditaria em sua palavra?

- Caroline era uma vadia. - Ela proferiu de forma amarga. - Fiz um favor a Klaus.

- E se eu for uma vadia também? - Harry ergueu as sobrancelhas, entretido com a conversa.

- Iremos descobrir, Styles. - Sorriu. - Mas tem outro motivo, Klaus merecia. Louis por outro lado, é bom demais para eu dizer que ele fez algo suficientemente ruim para eu machucá-lo.

- Então porque está me mantendo aqui, Mikaelson? - Harry suspirou, imaginando o que Louis estaria pensando nesse momento.

- Porque é assim que a nossa família funciona, porque eu precisava saber se você é um mortal medroso que chato como a Elena Gilbert. - Fez uma cara de desgosto. - E porque Louis me negou a me ajudar em algo que eu precisava.

- E o que você precisava? - Se viu curioso sobre os pensamentos da suposta cunhada, ou ao menos ele sonhava que fosse de fato. Seria difícil lidar com aquela personalidade difícil.

- Precisava da adaga com as cinzas do carvalho branco para deixar Klaus dormir no seu caixão pelos próximos 100 anos. - Ela refletia sobre seus planos ao andar pela sala. - Klaus é maluco, ele tem passado dos limites, como disse Elijah. Ele você ainda não o conhece, ele é todo certinho, com certeza logo virá colocar limites em Klaus.

- Achei que você também passava dos limites .

- Sou diferente de Klaus. - Pontuou. - Klaus tem planos demoníacos que coloca a nossa imagem em jogo, ele pode nos expor para toda a cidade. - Falou enquanto andava pela sala. - Não cabe a mim falar sobre o que Klaus planeja fazer, mas saiba que não é coisa boa para vocês humanos.

- Está tentando convencer Harry que ainda tem um coração, irmã? - Harry suspirou aliviado ao ouvir a voz de Louis. Assim que o viu sair das sombras, foi até ele e foi recebido por um abraço e um beijo na testa.

- Que fofos. - Foi irônica. - Claro que não, Louis, sei que toda bondade e compaixão que um dia existiu na mamãe foi todo para você, nada sobrou para mim.

- Te falei para ficar longe de Harry, tem sorte de a Esther ter dado tanta compaixão, se não já estaria no seu caixão para ficar por um século.

- Você não tem senso de humor, nisso o Klaus é melhor que você e Elijah. - a loira sorriu malévola. - Para me ameaçar assim deve mesmo gostar desse mortal. - Ela comentou. - Sabe que é tolice se apaixonar por um mortal, Louis. - Ela disse olhando em seus olhos. Harry corou com a fala da original. - Ele vai morrer, assim como ele morreu.

- Chega, já me estressou hoje o suficiente, Rebekah. - Seu tom foi frio. Harry ficou curioso com a conversa sem sentido.

Por um momento parou para refletir sobre a fala de Rebekah. Ele vai morrer.

Entendeu de primeira o que ela quis dizer, é claro. Harry era mortal, tinha 17 anos de vida, Louis tinha séculos, e terá muito mais, e não vai envelhecer, ao contrário de Harry, que vai envelhecer e morrer. De repente sentiu uma sensação desconfortável. O silêncio que se instalou na sala foi desconfortável.

Harry era mortal, vulnerável, frágil. Ele vai envelhecer como um ser humano comum, e vai morrer, Louis vai se manter com a mesma aparência. Louis não vai o querer para sempre, e só em imaginar ele sendo um idoso e Tomlinson ainda sendo jovem o causava desconforto. Rebekah havia acabado de levantar uma questão que até o momento não havia parado para pensar, mas que fazia todo sentido.

- Vai ser uma pena ver Harry envelhecer e morrer, porque eu gostei dele. - disse com falsa emoção. - Como deve ter notado, só queria te provar o óbvio. - Disse agora olhando nos olhos azuis do irmão. - Eu posso descumprir meu trato se você não fazer a sua parte. Não me subestime, Louis William.

E com isso, Rebekah desapareceu.

strange happenings [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora