Castigo Real (parte 1)

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Aviso: o conto a seguir retrata o sexo entre shifter, humanos que se transformam em animais, portanto contém um teor mais violento durante o sexo, sangue e dominação. Caso seja sensível a este tipo de conteúdo, recomendo que não prossiga com a leitura.  O ato sexual descrito no conto não é fidedígnio ao ato real dos felinos.

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Reino de Sharp Fangs, 1379.

Em um passado longínquo, shifters, humanos que tinham a habilidade de alterar sua forma para a forma felina,  viviam em harmonia com os humanos sem tais habilidades, contanto que as regras de que apenas shifters poderiam ocupar as profissões nobres do reino fossem cumpridas.  Como a ordem dos shifters felinos previa, o rei, quando em sua forma animal, transformava-se em um leão, chamado Luke D'Lyon, e ele era  o poder supremo que comandava e organizava suas tropas para proteger os moradores que viviam em  suas terras. Conhecido por sua longa cabeleira de fios pretos e volumosos, tatuagens espalhadas por seu corpo, o rugido que ecoava por quilômetros e seu apetite sexual insaciável, Luke mantinha pulso firme em relação às regras do seu reinado.

Seus guardas eram leopardos, seus espiões eram gatos e sua mão do rei era um tigre chamado Byron. Há dias, enfrentavam o desaparecimento de javalis, galinhas e outros animais que eram criados como alimento e usados como moeda de troca em negociações com outros Reis. Byron, usando de todo o seu conhecimento e experiência, era consultado por sua majestade antes de qualquer movimentação, embora a decisão final sempre fosse de Luke.

Luke retornava de sua caçada real, carregando um grande e pesado javali sobre o ombro esquerdo de sua armadura. Enquanto caminhava, cercado por seus guardas, era observado e aclamado pelas pessoas que viviam próximo ao castelo. A algazarra de miados, rugidos, rosnados e vozes humanas era música aos ouvidos de Luke. Removeu seu elmo e sacudiu a cabeça, agitando sua juba e cumprimentando seus admiradores.

Dentro do castelo, largou o javali sobre a mesa de madeira com tanta força que uma pequena nuvem de poeira rodeou sua refeição. Luke podia sentir seu pêlo molhado de suor por baixo de sua escarcela. Ordenou que sua serviçal, uma lince, preparasse seu banquete.  Retirava-se do salão principal para ir aos seus aposentos, quando os passos apressados dos guardas o fizeram olhar em direção à porta principal. Pousou a pata no cabo de sua espada, preparando-se para qualquer tipo de ataque.

   — Majestade — disse um dos leopardos, curvando-se diante dele. Sua voz continha uma emergência quase palpável. — Perdoe-nos por entrarmos desta forma, mas capturamos o responsável pelos desaparecimentos no reino.

Luke moveu o focinho, achando familiar o cheiro do prisioneiro. Passando seus dedos com marcas por seus bigodes, já começava a imaginar qual punição daria ao ladrão.

   — Levem-no à sala do trono. Estarei aguardando — disse Luke, andando em direção à saída.

Os guardas fizeram uma reverência e, em seguida, abriram caminho.

Byron começou a segui-lo assim que ouviu o som das patas grandes passarem na frente da sua sala. Luke ordenou que serviçais fossem até a sala do trono para ajudá-lo a se livrar daquela armadura quente e pesada. Atrás dele, formava-se uma pequena caravana de serviçais. Subiu os degraus até ficar diante do trono e deixou que elas começassem a tirar a parte de cima da armadura.

   — Com licença, majestade. Aqui está o prisioneiro — disse o leopardo, segurando uma corrente presa ao pescoço de um homem de pele clara e corpo parrudo — Ande logo!

O leopardo deu um puxão com tanta força na corrente que o criminoso caiu de joelhos no meio da sala. Os outros leopardos davam risadas, divertindo-se com a imagem daquele humano parrudo humilhado com as mãos acorrentadas sobre os joelhos e cabeça baixa.

Luke afastou a mão da lince que começava a afrouxar a parte inferior da armadura e caminhou até o ladrão. Segurou-o pelo  cabelo e o fez olhar para ele. O prisioneiro acabou dando um rosnado em resposta, o que surpreendeu o rei.

Disfarçando o fato de que conhecia aquele rosto da semana anterior, quando encheu a cara em uma taberna e acabou na cama do homem acorrentado à sua frente, Luke inflou as narinas e, ao sentir o cheiro, pensou: “Eu estava tão bêbado que não percebi que ele era um shifter”.

  — Diga-me o seu nome, ladrão! — rugiu Luke, notando o desdém no olhar do prisioneiro.

   — Theon. — disse ele, mostrando os caninos pontiagudos, parte pela dor de ter seu cabelo puxado e parte por estar sendo humilhado.

Um burburinho começou a surgir ao redor deles pelo desrespeito ao rei. Byron começou a avançar na direção dos dois, mas Luke rosnou, então ele recuou, desculpando-se.

   — Antes de conversarmos sobre o motivo de você, uma pantera, estar descumprindo a minha ordem de exílio para a sua espécie, você será castigado! — Luke olhou para os leopardos. — Creio que o prisioneiro já tenha sido devidamente revistado, então já podem se retirar. Eu cuidarei dele pessoalmente.

Luke analisava o corpo de Theon. Passou a língua nos lábios felinos com luxúria. Pegou a corrente da coleira de Theon e a puxou para que ficasse de pé. Theon parecia ser durão e estava fazendo o possível para não demonstrar sinais de dor.

   — O senhor tem certeza disto, Majestade? — disse Byron.

   — Contestas a minha decisão, Lorde Byron? — disse Luke em outro rugido que o fez estremecer.

   — Perdão, Majestade. — disse Byron, baixando a cabeça e recuando mais um passo.

Luke arrastou Theon até seu quarto, onde já haviam preparado tudo para o seu banho. Ordenou que as serviçais saíssem e jogou Theon nas pedras frias do chão. 

Theon vestia roupas finas para que facilitasse sua agilidade e, ao cair de pernas abertas, Luke viu o pau dele sobre um par de bolas grandes.

   — Você vai me dar banho. Só fale se eu mandar. Descumpra às minhas ordens, e não hesitarei em cortar sua cabeça. — Luke revelou suas presas afiadas em um largo sorriso, outra de suas características marcantes, perguntando-se quanto tempo mais Theon levaria até reconhecê-lo.

Theon, irado por estar sendo tratado daquela forma, alongou suas unhas, transformando-as em garras, e as riscava no chão, controlando-se, já que estava impedido de se defender. Assentiu, e Luke tirou a malha de aço que cobria seu peitoral musculoso. Theon percorreu o corpo do leão, e Luke sorriu quando viu que ele fechou as pernas para esconder a cabeça vermelha que começava a crescer em sua ereção.

   — O que está esperando? Venha me lamber. — disse Luke e puxou a coleira de Theon.

Theon o encarou. Os olhos castanhos de Luke desafiavam a escuridão dos olhos dele. Só então, Theon reconheceu aquele olhar. Como Theon continuava relutante, Luke enrolou a corrente em sua pata e forçou o rosto dele a encostar em sua pata inferior direita.

   — Eu mandei me lamber! – vociferou Luke, assumindo sua forma humana. – Agora você lembra quem eu sou?

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