11. Tudo que ele precisa...

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Celest foi incapaz de dormir, assim como Jung Kook. Ambos estavam deitados na sala, enquanto Jung Kook estava num colchão inflável ao chão, Celest estava no sofá quentinho de Jeon.

Sua mente borbulhava de pensamentos, as palavras ditas há algumas horas repetiam constantemente em sua mente. A verdade era que Celest não se achava uma pessoa que pudesse despertar o amor nos corações alheios, não de forma romântica. Ela não havia tido muitos amores, mas os que teve jamais foram recíprocos e daquela vez tudo era ao contrário.

Apesar de achar Jung Kook um cara verdadeiramente atraente, nunca o viu como alguém que pudesse se apaixonar. Ela via o tamanho da cicatriz que ele carregava, e chegar até ele com a confiança de uma amizade era algo que ainda tentava. Celest não o conhecia bem, não sabia do seu passado e muito menos estava tão curiosa para saber, é claro que gostaria de saber, mas era paciente em esperar que ele se sentisse confiante em se abrir.

Porém algo que lhe martirizava não era ele em si, e sim ela mesma. Celest era positiva e alegre maior parte do tempo, mas ninguém nunca a enxergou do jeito certo, ninguém soube realmente chegar a conhecê-la. Era isso que pensava, e se ele realmente a conhecesse? E se ele soubesse seus medos, suas tristezas, suas dores... ele ainda gostaria de se apaixonar por ela?

Pensou nisso por muito tempo, até perceber que o silêncio no colchão ao chão havia se tornado mais profundo. Ela olhou o rosto de Jung Kook, os olhos fechados eram cobertos pelos fios que caiam de sua franja, os lábios entreabertos e o braço embaixo da bochecha, deixava o rosto ainda mais fofo. Ela o admirou por minutos, talvez horas até os olhos pesarem.

E se ela gostasse dele? E se ele realmente gostasse dela? E se...

Haviam inúmeros "e se..." para compor os pensamentos noturnos de Celest, e foi entre eles que ela pegou no sono quase perto das 5 da manhã.

⚜️

Dias se passaram e por um momento Celest pensou que ela e seu vizinho houvessem trocado de personalidade. Ela não havia o visto com frequência, porém houveram três vezes que ela soube que ele ainda pensava e lembrava dela.

A primeira vez foi dois dias depois que ela dormiu em sua casa, ela acordou com a campainha tocando e então uma senhora com um buquê de tulipas azuis a recebeu com um sorriso e disse: "Um rapaz pediu que lhe entregasse..." e saiu sem dizer nada mais.

Na segunda vez, ela estava no trabalho, com um bocado de papeladas para resolver, quando um de seus colegas chegou com seu cafe favorito nas mãos, e junto dele um envelope com a seguinte frase: "Um café pela manhã faz bem! Se cuide Celest! — Jeon".

E na terceira vez foi hoje, quando saia da igreja ouvia o chamado do padre que era responsável pela paróquia.

— Querida Celest, tudo bem?

— Estou bem, padre! E o senhor? — sorriu gentilmente, após receber um abraço acolhedor.

— Estou bem. Gostaria de lhe perguntar algo... conhece um rapaz alto que se chama Jung Kook? — foi pega de surpresa, mas concordou rapidamente — Que maravilha, filha. Ele tem vindo aos domingos na missa das sete, sabia?

— É sério? — concordou, sentindo a alegria preenchê-la.

— Sentei com ele para conversar hoje após a missa, e ele me falou muito sobre você.

— Espero que tenham sido coisas boas — riram juntos.

— É claro que é, não temos o que dizer de ruim sobre você. — disse sorrindo e seus olhos se fecharam — Mas o que me surpreendeu é que ele me pediu algo que me deixou tocado.

Lost Stars - Jung KookOnde histórias criam vida. Descubra agora