05. Não é apenas sobre estar vivo

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Algumas semanas se passaram desde o incidente na casa de Jung Kook. Naquela noite, Celest foi embora um pouco depois que conseguiu convencer o rapaz de se deitar e dormir, mas a verdade é que ela só resolveu sair, quando limpou todos os cacos espalhados no chão e garantiu que nada físico lembrasse-o do que havia acontecido.

Como o tempo tido passado, o tempo livre de Celest se foi, e agora ela precisava retornar ao trabalho. Ela ocupava o cargo de enfermeira em um hospital proximo de casa. Não podia mentir que se lamentava um pouco por ter que deixar o conforto de sua casa e seu querido amigo Sky sozinho, mas ela precisava trabalhar se quisesse ter dinheiro para se manter.

Enquanto ela amarrava os fios rebeldes, Celest observou através da janela a casa ao lado, as persianas estavam abertas, diferente de muitas vezes, mas ela não tinha nenhum sinal do garoto. Ela considerou muito em bater em sua porta e esperar que ele abrisse, mas pensou que ele deveria tirar um tempo para si mesmo, por isso ela apenas deixava algo após tocar a campainha. As vezes uma caixa de chá de camomila, outras vezes uma vasilha com bolo e quando estava frio, bolsas de água quente com uma mensagem o alertando de usar meias.

Suspirou após fechar todas as janelas e ver seu cachorro a olhando com carinha tristonha, ela odiava deixá-lo sozinho, mas era necessário. Acariciou sua cabeça, e pegou a mochila onde levava suas coisas. Ao sair, esperou na porta de casa por seu melhor amigo, ou mais conhecido como Doutor Kim. Os dois se conheceram na faculdade, e digamos que no início eles viviam em uma constante intriga, mas com o tempo eles foram percebendo que tinham mais em comum do que pensavam.

— Achei que não chegaria nunca!  

— Acordei atrasado, vagalume! — ela revirou os olhos, detestava quando ele a chamava assim.

— Tia Celestiana! — a maior abraçou a pequena garotinha, nomeada por Ji-Na. A filha do médico tinha 7 anos, uma pele bronzeada graças a mãe, cabelos ondulados e castanhos como os olhos.

— Ji-Na, seus apelidos são piores que os do seu pai.

— Papai disse que era para te chamar de Biolumineceleste! — eles riram, às vezes Ji-Na falava tão bem para sua idade que ficavam admirados.

— Então vamos, ou iremos nos atrasar! — alertou Celest, colocando Ji-Na no banco de trás com o cinto, sentando-se ao lado do banco do passageiro. 

Pela janela, ela observou a porta da casa de Jung Kook, seu jardim estava verde, o que mostrava que em algum momento ele estava regando suas plantas e as janelas estavam abertas, diferente do dia anterior. Imaginou que ele estivesse melhor e seu coração se aliviava por isso.

— E o seu vizinho, continua sendo estranho?

— Ele não é estranho, só está de coração quebrado.

— Uma garota? — negou — Um garoto? — negou outra vez.

— Acho que algo aconteceu em seu trabalho, pelo que percebi há algo que o machuca muito. — ela virou-se como podia no banco — Quando eu estava na casa dele, depois que pegou no sono, eu estava limpando os vidros, e encontrei um obituário, e uma foto toda riscada.

— Bizarro. Você deveria tomar cuidado.

— Ele não parece ser perigoso, Jin. Como eu disse, só parece estar quebrantado. — mesmo com a atenção no trânsito, ela podia notar a expressão do amigo totalmente pensativa.

— Você disse que havia um obituário com uma foto rasgada, certo? — assentiu — Ele provavelmente perdeu alguém que amava e ele não aceitou isso com facilidade.

— Há algo maior, algo um pouco difícil de entender. — esfregou as temporas.

— Mas afinal, por que se importa tanto? — ele não perguntou grosseiramente, mas sutil, como se quisesse entender por quê Celest sempre dava tanto de si para ajudar os outros.

Lost Stars - Jung KookOnde histórias criam vida. Descubra agora