Capítulo 17: O frio que faz no seu coração-Brianna

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Twain: Oi amor, finalmente consegui terminar alguns projetos da faculdade. Posso passar aí na sua casa hoje?

Brianna: Pode sim. Te amo.

Meu coração palpita forte, eu me jogo no sofá batendo as pernas nos braços do móvel. Esse tempo se passou como anos! O celular pairando em meu peito vibra, Twain respondeu com um coraçãozinho.

O que vamos fazer? Assistir algum filme? Ai, meu Deus! Eu estou com tanta vontade de comer cookies. Sim, fazer cookies seria uma ótima ideia. Melhor ainda! Cookies e filmes! Eu abraço uma almofada, fantasiando loucamente sobre o toque quente de Twain ou o seus lábios colando nos meus. Meu Deus, como eu estou sentindo saudade dele.

Pego o controle da televisão e a ligo, procurando algo pra assistir enquanto ele não chega. Sua casa não é tão longe daqui, mas esses minutos vão parecer eternidades.

Programa de culinária, reality shows, novelas, documentários. Aff. Nesses horários do entardecer não passam coisas legais.

Em um pulo, vou até o meu quarto para me olhar no espelho. Acho que minhas roupas estão bonitinhas e básicas. Um tomara que caia e um shorts, com algumas presilhas nas mechas frontais de coração. Talvez eu precisasse de maquiagem? Ah, não, nem tanto.

Dois toques na porta, sutis mas altos o suficiente para que consiga ouvir do meu quarto. Ele chegou? Ele chegou! Meu Deus. É como se fosse a primeira vez que nos encontramos. Meu coração palpita tanto que é como se fosse sair de meu peito.

—Twain!

Sua silhueta alta tampa a luz do corredor, mas não me importa. Eu apenas o envolvo em meus braços de uma forma apertada, aliviando toda a tensão e saudade que eu sentia dele. Um cheiro mais forte e intenso invade minhas narinas, não é o perfume habitual de Twain. Suas mãos envolvem o pedaço exposto de minha cintura e um sorriso marca meus lábios incontrolavelmente. Twain está aqui, comigo, depois do que pareceu anos.

—Como você está?

—Ah, eu estou ótima agora.—Ele me dá um beijo na testa.—E você?

—A faculdade está me tirando do sério...-Responde revirando os olhos.—Mas está tudo bem agora.

—Foi isso o que eu pensei, então tive a ideia de cozinharmos um pouco, o que acha?

—Cozinhar o quê?

—Cookies.

—Cookies?

Twain ri baixinho enquanto eu o guio para a cozinha saltitando, como uma criancinha ao ser levada para tomar sorvete. Não consigo parar de sorrir ou me acalmar, tudo que quero fazer é pular em cima dele e o abraçar até que o mundo exploda.

Eu pego todos os ingredientes que consigo pensar na dispensa e os coloco na bancada. Tenho um certo problema em cozinhar, mas com certeza com Twain aqui, não vou explodir o prédio inteiro. Ele está virado para a janela, parecendo completamente absorto. Como um cara consegue ser tão fofo distraído?

—Será que um de chocolate branco iria ficar muito doce?

—Desculpa?

—Um cookie de chocolate branco, o que acha?

—Qualquer invenção sua com certeza ficaria ótima.

***

Passou mais ou menos uma hora desde que estamos sentados no sofá, comendo os cookies meio queimados. Twain por algum motivo está completamente preso em seus pensamentos, muitas vezes ficando em um silêncio absoluto. Eu realmente me pergunto sobre o que está pensando tanto.

—Ei, amor.

—O quê?

—Se não tivesse me namorando agora, como estaria a sua vida amorosa? Eu provavelmente estaria solteira.—Rio baixinho chegando mais perto com um cookie na boca.

Um segundo de pausa, os olhos verdes deslizam para baixo em direção ao meu rosto. Dois segundos de pausa, Twain parece pensar um pouco antes de responder, mas sua feição não se move um centímetro. Três segundos de pausa, ele olha para a televisão novamente.

—...não sei. Talvez eu teria conhecido outra pessoa.

—Tipo quem?

—Não sei.—Ele tira o biscoito de minha boca para dar uma mordida.

O cheiro de seu perfume diferenciado penetra em meu nariz, o que é muito diferente de qualquer coisa que ele já tenha usado, estranho. Eu não sou muito fã de perfumes fortes ou coisas do tipo, acho que o único que eu gosto até hoje é um muito específico apesar de tentar me provar o contrário até hoje.

—Você mudou o perfume?

—Mudei.

—Hmm...

Eu chego um pouco mais perto, pegando mais um cookie do pote. Acima da minha cabeça consigo perceber que ele me olha, mas não sei de qual forma. Mal prestei atenção no filme, ele só está lá para preencher o vazio do nosso silêncio estranho. Se fosse com o Vale...não. Meu relacionamento com ele foi um desastre, não existe nem comparação entre os dois.

—Eu...eu vou pro banheiro.

Twain se levanta e vai em direção ao corredor, sumindo na imensidão do escuro. Ah. Certo. Eu recosto a cabeça em uma almofada, enfiando o cookie inteiro na boca. Minhas pálpebras começam a cair, bloqueando minha visão do filme por completo. Um vazio toma conta de mim, uma dor latejante no coração. E de repente, tudo se tornou tão frio.

Entre canções e coraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora