Capítulo 2: Preparativos para o Baile

800 74 27
                                    


Após algumas semanas de trabalho árduo, o hotel estava se tornando cada vez mais movimentado. Charlie, percebendo a necessidade de fortalecer os laços entre os residentes (e os outros pecadores em busca de redenção), teve uma brilhante ideia: realizar um baile no hotel.

"O que vocês acham de um baile aqui no hotel?", sugeriu Charlie durante uma reunião com os outros membros da equipe. "Seria uma ótima maneira de unir todos os residentes e aqueles que estão procurando uma segunda chance. Podemos mostrar que este lugar não é apenas um caminho para a redenção, mas também um lar onde todos são bem-vindos."

Charlie olhou ao redor da mesa de reunião, esperando a reação de seus colegas. Alastor, com seu sorriso habitual e olhos astutos, parecia intrigado pela proposta.

"Um baile, você diz?" ele perguntou, sua voz soando intrigada. "Uma excelente ideia, minha cara Charlie. Uma chance para os habitantes deste estabelecimento mostrarem seus talentos e interagirem de uma maneira mais... civilizada."

Charlie sorriu, satisfeita com a resposta positiva. "Exatamente, Alastor. Será uma oportunidade para todos se unirem, deixando de lado suas diferenças e aproveitando um momento de diversão."

Vaggie, embora inicialmente cética, começou a ver o potencial da ideia. "Pode ser uma boa maneira de promover uma boa imagem do hotel", ela admitiu, sua expressão suavizando um pouco.

Angel Dust, sempre o entusiasta das festas, pulou em sua cadeira com animação. "Oh, eu estou dentro! Mal posso esperar para mostrar minhas habilidades de dança para todo o Inferno!"

Husk, que até então parecia desinteressado na conversa, ergueu uma sobrancelha. "Acho que poderia ser interessante, se tivermos bebidas suficientes", comentou ele, sua voz grave carregada de desinteresse.

Charlie assentiu, satisfeita ao ver que sua ideia estava sendo bem recebida. "Ótimo! Vamos começar a planejar imediatamente. Precisamos de músicos, decorações, e, é claro, uma boa quantidade de comida e bebida para garantir que todos se divirtam."

Com o entusiasmo renovado, a equipe começou a discutir os detalhes do baile, cada um contribuindo com suas próprias ideias e sugestões.




Alastor estava ocupado pendurando algumas decorações pelo salão principal do hotel quando ouviu passos se aproximando. Ele virou-se dando por encontrar Lucifer com uma expressão curiosa no rosto.

"Alastor, o que está fazendo aqui? Parece que até que voltamos para a época que o rádio ainda estava na moda", perguntou Lucifer, observando as decorações com interesse. Seu comentário tirando uma risada nada sincera do cervo.

"Bem, Lucifer, parece que nossa querida Charlie teve uma ideia um tanto... interessante", começou Alastor, seu tom carregado de sarcasmo habitual. "Ela propôs a realização de um baile aqui no hotel. Um evento para unir todos os residentes e pecadores em busca de redenção."

Lucifer arqueou uma sobrancelha, claramente surpreso com a notícia. "Um baile? Aqui no hotel? Interessante... E o que você acha disso?"

O demônio ponderou por um momento, a pergunta lhe pegando de surpresa. "Bem, eu diria que é uma ideia... peculiar, para dizer o mínimo. Mas, considerando que estamos tentando promover uma atmosfera mais acolhedora, talvez não seja uma ideia tão terrível afinal."

Lucifer observou o salão, seu olhar contemplativo refletindo uma mistura de pensamentos. Após um breve momento de silêncio, ele finalmente assentiu com uma expressão ponderada.

"Muito bem", começou ele, sua voz carregada de uma animação que se assemelhava com a de sua filha. "Se isso é o que Charlie deseja, então estou disposto a apoiar essa iniciativa."

Com essas palavras, Lucifer se afastou, demonstrando sua disposição em participar dos preparativos do evento. Ele reconhecia o valor da proposta de Charlie e estava disposto a contribuir para seu sucesso.




Enquanto pendurava as decorações pelo salão, Alastor não pôde deixar de se perder em pensamentos sobre sua própria vida passada. 

À medida que manuseava cada enfeite com destreza, sua mente vagava para os dias em que ele próprio desfrutava de bailes e festas animadas. Essas memórias, embora há muito esquecidas, ressurgiram com uma intensidade surpreendente diante da perspectiva do baile no hotel.

Apesar de não demonstrar abertamente, uma sensação de nostalgia se infiltrou em seu âmago. Era como se cada movimento que ele fazia para decorar o salão evocasse lembranças de tempos mais simples e alegres. Embora sua expressão permanecesse imperturbável, por dentro, Alastor estava imerso em uma montanha-russa de emoções conflitantes.

Enquanto continuava a arrumar o ambiente, Alastor refletia sobre como sua própria experiência poderia se entrelaçar com o evento iminente. Embora não expressasse isso em palavras, havia uma faísca de interesse em sua mente sobre como seria reviver os costumes e tradições de sua vida anterior. Talvez, entre os movimentos de dança e risos, ele pudesse encontrar uma conexão com seu passado, mesmo que apenas por um breve momento.

Laços Sombrios: Alastor e Lucifer - Do Ódio ao Amor (Appleradio)Onde histórias criam vida. Descubra agora