Capítulo 7: Turbilhão de Sensações

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Mas então, algo chamou sua atenção...



Uma figura solitária estava parada perto da janela aberta, olhando para fora com uma expressão indescritível. Era Alastor, sua silhueta destacada contra a luz da lua que se derramava sobre ele.

Lucifer estacou ao perceber o mesmo envolto em uma manta, suas escapulas a amostra (o que significa que ele estava sem camisa), sua respiração descompensada ecoava na sala silenciosa.

 As orelhas de Alastor estavam abaixadas, indicando uma estranha vulnerabilidade. Lucifer se perguntou o que poderia estar acontecendo com Alastor, uma sensação de preocupação se infiltrando em sua mente.

"Alastor?" chamou Lucifer, surpreso, seu tom de voz suave e cauteloso.

Alastor, envolto na manta, deu um salto de surpresa ao ouvir seu nome sendo chamado. Ele se virou para encarar Lucifer, seus olhos revelando uma mistura de surpresa e cautela. Sua postura relaxada agora estava tensa, como se estivesse se preparando para qualquer coisa.

Alastor estava quase que completamente semi-nu, apenas envolto em uma manta e suas vestimentas íntimas, suas faces ruborizadas evidenciando sua surpresa e constrangimento. Quando Lucifer percebeu a situação, também corou, sentindo-se igualmente desconfortável com a situação.

"Ah... Desculpe por te pegar de surpresa, Alastor", murmurou Lucifer, tentando disfarçar sua própria perturbação. "Eu só... queria ter certeza de que você está bem."

Alastor ficou surpreso e um pouco bravo com a presença repentina de Lucifer. Como ele sabia que Alastor estava ali naquela torre isolada? Essa pergunta martelava em sua mente enquanto ele tentava recuperar a compostura.

"Como você...?", começou Alastor, sua voz oscilando entre a surpresa e a irritação. Ele não tinha certeza se queria continuar o diálogo ou simplesmente dispensar Lucifer e voltar à sua solidão.

Alastor tentava cobrir ao máximo seu corpo com a manta, sentindo-se vulnerável diante da presença de Lucifer. "Apenas saia daqui", disse ele, sua voz carregada de desagrado e desconforto. Ele não queria confrontar Lucifer naquele momento, não quando se sentia tão exposto e vuneravel.

Lucifer notou um estranho aroma no ar, uma mistura de suor e algo mais sutil, algo que ele não conseguia identificar de imediato. Sua mente começou a divagar, pensando se Alastor estaria envolvido em algo obscuro... No entanto, ele sabia que não deveria tirar conclusões precipitadas, especialmente considerando a complexidade do Radio Demon.

Lucifer hesitou por um momento, avaliando a situação com cautela. "Alastor", começou ele, sua voz suave contrastando com a tensão que pairava no ar, "o que está acontecendo? Por que você está aqui assim?"

Alastor virou-se bruscamente para encará-lo, sua expressão uma mistura de surpresa e irritação. "O que importa para você, Lúcifer?" respondeu ele, sua voz carregada de desconfiança. "Não é da sua conta."

Lucifer franziu o cenho, magoado com a hostilidade de Alastor. "Eu só... me preocupo com você, All", admitiu ele, lutando para manter sua compostura diante da rejeição evidente.

Alastor soltou um suspiro pesado, passando a mão pelo cabelo desgrenhado. "Bem, não precisa", retrucou ele, sua voz soando mais áspera do que o habitual. "Apenas saia daqui." 

Lucifer sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber a aspereza na voz de Alastor. No entanto, a rejeição só alimentou a chama de determinação dentro dele. Ele não podia deixar isso passar impune.

"Você não pode simplesmente me pedir para sair daqui e esperar que eu obedeça, All", respondeu ele, sua própria voz tingida de desafio. "Há algo acontecendo, e eu não vou embora até descobrir o que é."

Alastor virou-se abruptamente, seus olhos faiscando com uma mistura de raiva e desconforto. "Você realmente acha que tem o direito de saber tudo sobre mim, Lúcifer?" sua voz era um rosnado baixo, carregado de desdém. "Você acha que pode simplesmente entrar aqui e exigir respostas?"

Lucifer sustentou seu olhar, sem recuar diante da fúria de Alastor. "Eu só quero entender, All", insistiu ele, sua expressão firme. "Eu me importo com você, e não posso simplesmente ignorar quando algo está errado."

Alastor pareceu vacilar por um momento, sua expressão suavizando ligeiramente. Mas então ele endureceu novamente, seu rosto uma máscara de determinação. "Você não entende, Lúcifer", disse ele com voz rouca. "E você nunca entenderá. Agora, por favor, me deixe em paz.", ele disse virando-se. 

Porém, Lúcifer não se foi, pelo contrário, ele apenas aproximou-se mais. Uma pitada de desejo por vingança espetava seu coração.

Lúcifer sentiu uma súbita e incontrolável urgência enquanto se aproximava de Alastor. Seu coração batia descompassado, uma mistura de desejo e determinação fluindo por suas veias. Sem hesitar, ele alcançou Alastor, puxando-o para si com uma intensidade surpreendente.

Os lábios de Lúcifer encontraram os de Alastor em um beijo ardente e apaixonado, suas asas se desdobrando majestosamente ao redor deles, envolvendo-os em uma aura de poder e luxúria. Alastor gemeu levemente em resposta, seu corpo arrepiando-se com o toque inesperado de Lúcifer.

O beijo foi como uma explosão de emoções reprimidas, um momento roubado no tempo em que tudo o que importava era a conexão intensa entre eles. Lúcifer se perdeu no calor do momento, sua mente girando com a intensidade do desejo que o consumia.

Mas então, em meio ao frenesi do momento, uma voz ecoou em sua mente, um aviso silencioso de que talvez estivesse indo longe demais. Ele recuou lentamente, olhando nos olhos de Alastor com uma mistura de desejo e incerteza. O que ele acabara de fazer poderia mudar tudo entre eles para sempre.

Alastor, ainda atordoado pelo beijo ardente e pelo toque provocante de Lúcifer, tentou se afastar ligeiramente, sua mente lutando contra a enxurrada de sensações avassaladoras. Mas mesmo enquanto recuava, uma parte dele ansiava por mais, uma parte que ele tentava desesperadamente negar.

Lúcifer podia ver a luta interna de Alastor refletida em seus olhos, uma batalha entre o desejo e a autonegação. Ele sabia que Alastor estava no Heat (uma espécie de punição por seus pecados quando vivo), e apesar de sua negação, uma parte dele clamava por mais daquela paixão proibida.

"Alastor", murmurou Lúcifer, sua voz baixa e carregada de intensidade. "Eu sei que você quer isso tanto quanto eu."

As palavras de Lúcifer pairaram no ar, carregadas de uma promessa sedutora e perigosa. Ele estava disposto a desafiar as barreiras que os separavam, a explorar os limites de sua conexão proibida.

Mas Alastor recuou ainda mais, uma expressão de conflito atravessando seu rosto. "Isso é um erro", murmurou ele, sua voz vacilante.

Lúcifer sentiu uma pontada de decepção, mas também uma chama de determinação que queimava dentro dele. Ele sabia que havia mais entre eles do que Alastor estava disposto a admitir, e estava determinado a descobrir até onde aquela paixão os levaria.

Alastor sentiu-se cada vez mais compelido por seus instintos, uma mistura ardente de desejo e auto-punição que o consumia por dentro. Ele sabia que se entregasse a esse impulso, estaria desafiando todas as regras e convenções que o cercavam, mas algo dentro dele clamava por liberação.

Lúcifer olhou nos olhos de Alastor, compreendendo a luta interna que ele travava. "Está tudo bem, Alastor", disse ele suavemente, sua voz carregada de conforto e compaixão. "Eu estou aqui."

Em um gesto impulsivo e selvagem, Alastor se inclinou para frente, capturando os lábios de Lúcifer em um beijo cheio de paixão e urgência. Seus corpos se pressionaram um contra o outro, uma fome voraz os consumindo enquanto se entregavam ao desejo que os dominava...


Laços Sombrios: Alastor e Lucifer - Do Ódio ao Amor (Appleradio)Onde histórias criam vida. Descubra agora