Lucifer ponderou por um momento, sentindo uma inquietação crescer em seu peito. Ele não conseguia deixar de se preocupar com Alastor e a intensidade do que havia acontecido entre eles na pista de dança. Com um suspiro resignado, ele decidiu ir atrás de Alastor, determinado a garantir que ele estivesse bem.
Empurrando os pensamentos tumultuados para o fundo de sua mente, Lucifer partiu em busca de seu amigo, ignorando os olhares curiosos dos pecadores que cruzavam seu caminho. Ele o encontrou parado na sacada, perdido em seus próprios pensamentos, e se aproximou com cuidado.
"Alastor", começou Lucifer, sua voz suave e preocupada. "Você está bem?" Ele hesitou por um momento, sem saber ao certo como abordar o assunto delicado que pairava entre eles. "Eu... Sinto muito pelo que aconteceu na pista de dança. Não era minha intenção..." Ele se interrompeu, procurando as palavras certas para expressar o que estava sentindo.
Alastor virou-se para encará-lo, uma expressão sombria em seu rosto. "Você não tem ideia do que está falando, Lúcifer", disse ele, sua voz carregada de raiva contida. "E por que diabos você está aqui? Não tem mais nada para fazer não?"
Lucifer recuou ligeiramente, surpreso com a reação abrupta de Alastor. Ele não esperava encontrar tanta hostilidade e sentiu-se momentaneamente desarmado. "Eu só... Queria ter certeza de que você está bem"
Lucifer sentiu um calafrio percorrer sua espinha diante da frieza na voz de Alastor. Ele não estava acostumado a vê-lo tão exasperado, e isso o deixou desconfortável e incerto sobre como proceder. Mesmo assim, ele não podia simplesmente deixar as coisas como estavam.
"Alastor, eu sei que as coisas podem ter ficado um pouco... complicadas entre nós", começou Lucifer, suas palavras cuidadosamente escolhidas para não desencadear uma resposta ainda mais hostil. "Mas eu só queria...".
Alastor soltou uma risada cínica, seus olhos faiscando com um misto de irritação e desdém. "Ah, é mesmo? E o que exatamente você queria, Lúcifer? Se sentir melhor consigo mesmo?" sua voz cortante.
Lucifer sentiu um aperto em seu peito, a dor da rejeição latejando dentro de si. Ele nunca imaginou que sua tentativa de se aproximar de Alastor resultaria em tal confronto. Entretanto, uma chama de determinação queimava em seu interior. Ele engoliu em seco, tentando conter a torrente de emoções que ameaçava inundá-lo. Suas mãos cerraram-se em punhos, sua expressão endurecendo com a determinação de não se deixar abater.
"Você realmente acha que tudo isso é só para eu me sentir melhor?", retrucou ele, sua voz tingida com um toque de amargura. "Você pode até fingir que não se importa, Alastor, mas eu sei que não sou o único aqui com sentimentos confusos."
Alastor olhou para Lucifer, surpreso com a assertividade de suas palavras. Ele se viu momentaneamente desarmado pela franqueza de Lucifer, seus olhos revelando uma mistura de emoções conflitantes. Embora tentasse manter sua habitual fachada de indiferença, Alastor não podia negar que as palavras de Lucifer haviam tocado em algo dentro dele, despertando sentimentos que ele preferiria ignorar.
Lucifer observou atentamente a reação de Alastor, notando a hesitação em seus olhos. Ele se perguntou o que estava se passando na mente daquele demônio tão enigmático. Apesar de suas diferenças e do confronto recente, ele não podia deixar de sentir uma pontada de esperança brotando dentro de si. Talvez, apenas talvez, houvesse uma chance para eles, mesmo que fosse uma tênue luz no meio das trevas.
Alastor respirou fundo, tentando recuperar sua compostura diante das palavras de Lucifer. Ele recuou um passo, uma expressão de desprezo cruzando seu rosto antes tão impassível.
"Você acha mesmo que eu me importo com seus joguinhos sentimentais, Lúcifer?", retrucou ele, sua voz carregada de desdém. "Você não passa de um tolo iludido pela própria arrogância. Não há espaço para sentimentos aqui, apenas para a força e o poder."
Com um último olhar frio para Lucifer, Alastor virou as costas e se afastou, deixando-o sozinho na sacada, com o coração pesado de desilusão e amargura.
Lucifer permaneceu ali, na sacada vazia, vendo o demônio afastar-se... o peso da solidão e da desilusão envolvendo-o como um manto sombrio. Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas, traçando um caminho salgado em sua pele pálida. Ele respirou fundo, tentando conter a torrente de emoções que ameaçava consumi-lo por inteiro.
Com um movimento suave, ele estendeu suas imponentes asas, revelando sua verdadeira forma demoníaca. O vento noturno sussurrava em seus ouvidos, como se lamentasse junto com ele, compartilhando sua dor silenciosa. Sem destino certo em mente, Lucifer alçou voo para o topo do hotel, em busca de um refúgio onde pudesse encontrar paz em meio ao turbilhão de sua própria alma.
O salão ainda estava imerso em uma agitação frenética, com a música pulsando alto o suficiente para fazer as orelhas de Alastor se abaixarem involuntariamente. Seu corpo parecia estranho, uma sensação desconfortável que o deixava inquieto, enquanto sua cabeça girava com uma vertigem desconcertante.
Cada nota musical parecia atacar seus sentidos, reverberando em sua mente com uma intensidade quase insuportável. Ele lutou para se manter em pé, sua visão embaçada pela névoa de emoções conflitantes que o envolvia. As vozes ao seu redor se misturavam em um zumbido indistinto, incapaz de penetrar no nevoeiro de sua própria confusão interior.
Alastor cambaleou, sentindo-se tonto, enquanto se apoiava em um móvel próximo para evitar cair. Seu corpo estava quente, uma sensação febril que parecia queimar por baixo de sua pele. Cada batida da música parecia ressoar em seu crânio, e ele lutava para se concentrar em meio ao tumulto de sensações.
Seus pensamentos estavam confusos, dispersos em meio à névoa de emoções turvas que o envolviam. Ele se perguntou se estava ficando doente, mas uma parte de si sabia que não era uma doença comum que o afligia. Era algo mais profundo, mais visceral, algo que ele não conseguia entender ou controlar.
Alastor recorreu às suas sombras, que o envolveram. Ele se dirigiu à torre de rádio, que agora funcionava como um pequeno refúgio pessoal para ele, após a reforma do hotel, (com o crescente número de hóspedes, encontrar momentos de solidão tornara-se uma tarefa cada vez mais difícil, e a torre de rádio era o único lugar onde ele podia se isolar do frenesi constante do hotel).
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Laços Sombrios: Alastor e Lucifer - Do Ódio ao Amor (Appleradio)
FanfictionEssa história contém ships como: Alastor X Lúcifer, Charlie X Vaggie, Angel x Husk. Caso não goste de nenhum desses essa história não é para você. Observação: Alastor (bottom) X Lúcifer (top). Quando houver lemon/hot, haverá um emoji ("🍋") a indica...