🔞 30 - Kelly 🔞

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Oi, gente! Queria começar pedindo desculpas por, além de ter demorado, ter deixado todas ansiosas quando apertei o botão de publicar ao invés de do salvar. Mas agora é verdade, tá? Lá vamos nós!

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Paro na porta do meu apartamento e toco na fechadura eletrônica, tão consciente do calor do corpo atrás do meu que esqueço a senha por alguns segundos. Respiro fundo uma vez. Duas. E, com o coração quase saindo pela boca e as mãos tremendo, começo a apertar lentamente os números recém-lembrados.

- Você parece estar enrolada, gatinha - Juliano provoca, afastando o meu cabelo para expor a minha nuca. - Quer ajuda?

- Nã...não - gaguejo, ainda mais nervosa. Os dedos dele roçam a minha pele de leve e eu me arrepio. - Eu...hã...

- Te deixei nervosa, amor? - Ele beija o meu pescoço. - Eu nem comecei ainda...

- Espera, Juliano. - Completo a senha e a porta abre. - A gente tem que conversar, lembra?

- Lembro, sim. E nós vamos. - O irmão do meu chefe suspira alto. - Por que as mulheres tem que ser tão complicadas?

Volto-me para ele e coloco as mãos na cintura.

- A única pessoa complicada aqui é você, Juliano Bianchi - respondo entredentes. - Nunca menti ou escondi o que sentia pelo seu irmão ou por você, e, pra começo de conversa, eu nem queria tentar conquistá-lo. Era apenas uma lista que eu fiz bêbada.

- Eu sei, fui eu quem insisti em te ajudar e...ai! Que merda...?! - Juliano balança uma das pernas.

Olho para baixo. Meus dois gatos estão presos à calça dele pelas garras, miando escandalosamente.

Rio alto.

- O que vocês querem, meus bebês? Atenção ou sachê? - pergunto, subindo um pouco a saia justa para me agachar e desvencilhá-los do tecido. - Talvez vocês até mereçam uma lata de atum...

- Por me atacarem? - Juliano esfrega a panturrilha.

- Não, por tentarem me defender. Tenho quase certeza de que eles sentiram que eu tava chateada com você. - Acaricio a cabeça de cada um. - Vocês são maravilhosos, mas tá tudo bem. Não precisam se preocupar com a Mamãe.

Eles mostram os dentes para o Bianchi mais novo e, em um piscar de olhos, desaparecem. Aninho-me no sofá.

- Droga, Chico me arranhou! - Ele sobe a barra da calça e mostra a perna machucada. - Pensei que ele e Jujuba gostassem de mim.

- Eles gostam, mas preferem a mim. Justo, você não acha? - Examino os ferimentos dele. - Não se preocupe, eles são vacinados e os arranhões foram superficiais. Você vai sobreviver.

O meu amigo (ou ex) bufa e cobre a panturrilha, sentando tão perto de mim que eu passo a duvidar que dois corpos não possam ocupar o mesmo lugar no espaço. Então, ele segura as minhas mãos, fixa as orbes azuis nas minhas e, literalmente de uma vez, fala uma das poucas coisas que eu não havia me preparado para ouvir:

- Eutôapaixonadoporvocê.

- Hã? - Levanto uma sobrancelha. Quando é que vou parar de entender as coisas errado, Jesus?! - Desculpa, eu não ouvi direito.

- Você e a sua mania de achar que não entendeu ou não ouviu direito, amor. - Juliano abre um sorriso, os olhos ainda fixos nos meus. - Falei um pouco mais rápido do que deveria, mas vou repetir bem devagar: eu...tô...apaixonado...por...você.

- Hã? - repito, boquiaberta.

- Você não vai mesmo dizer nada, princesa?

- Vo...vou - a minha gagueira dá as caras. - Você me pegou de surpresa, eu...eu tava esperando que você me pedisse desculpas ou dissesse que queria continuar... - Desvio os olhos para o chão, enrubescendo.

Um Clichê Para KellyOnde histórias criam vida. Descubra agora