Oi lindos e lindas. Voltei!
Vou falar muita coisa não, apreciem o capítulo.
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Phuwin Tangsakyuen
Pond simplesmente desapareceu. Uma semana passou desde o episódio de Rune e desde então eu não o vejo em lugar algum.
Depois que meu irmão foi levado para o quarto, meus pais decidiram ser os acompanhantes e pediram para eu ir para casa. Dunk me acompanhou e ficou comigo naquela noite. Foi uma madrugada ruim, tive pesadelos e acordava assustado de hora em hora. Meu melhor amigo sempre acordava e ficava conversando comigo até eu pegar no sono novamente.
No dia seguinte eu não fui para a aula, não tinha forças para prestar atenção em nada e nem falar com ninguém, então preferi ficar em casa e ir para o hospital depois do almoço. Rune acordou naquele dia e foi como se quinhentos quilos tivessem sido tirados dos meus ombros, ver ele respirando sem aparelhos e sorrindo foi meu combustível.
Voltei para a faculdade na quarta-feira e procurei Pond por todo o lugar, mas ele não estava em lugar nenhum. Fui até ao estacionamento, mas não reconheci seu carro. Na quinta foi a mesma coisa. Mandei mensagem para Dunk perguntando se ele sabia de algo, mas Joong pediu para deixá-lo afastado por um tempo. Eu não entendi muito bem minha reação naquele momento, mas eu fiquei triste, não queria que ele sentisse que o estivesse perseguindo ou qualquer coisa do tipo.
Na sexta eu decidi não procurá-lo, mas era incontrolável, quando eu percebi estava andando sem rumo pelo prédio de medicina o procurando. Eu me senti mal, estava em uma encruzilhada e eu tinha duas opções, seguir minha vida e tentar esquecer essa fixação que criei por ele, ou dar tempo ao tempo e esperá-lo voltar, mesmo eu não sabendo o que isso realmente significava.
Meu final de semana foi monótono, meus pais se revezavam no hospital para ficar com Rune e eu fiquei em casa junto aos meus pensamentos pensantes. Havia tanto tempo que não sentia essa conexão com alguém que era até estranho sentir isso novamente. Pond era diferente de tudo que eu havia presenciado durante minha curta vida até agora. Todas as pessoas com quem senti essa ligação foram casos rasos, talvez superficiais demais para valer a pena.
Eu sempre olhava a pessoa e sentia que precisava estar perto dela. A única pessoa que realmente me entendeu e me apoiou foi Dunk, mas todas as outras sempre eram coisas rápidas, trocas momentâneas, e às vezes até me questionava se valia a pena dar razão a essa minha intuição.
Porém com Pond era diferente. A carga emocional era maior, os sentimentos envolvidos pareciam querer irromper e com ele eu sempre tinha a sensação de estar pisando em ovos. Pond era diferente em todos os aspectos, como ele eu nunca tive dúvidas se queria ou não me aproximar, eu só fui, e parece quanto mais eu vou mais eu tenho a necessidade de entendê-lo e de estar ao lado dele e falar "eu estou aqui".
Pond tinha uma natureza totalmente diferente dos demais e do que eu estava habituado. Inicialmente quando o conheci eu entendi que ele era apenas fechado e não gostava de manter contato com as pessoas, mas no hospital todo o meu conceito sobre ele foi alterado. A forma com que ele conduziu tudo, o apoio que ele me deu.
Meus questionamentos sobre ele só aumentaram e eu não sabia realmente como agir, como me aproximar e como conversar com ele sem que soasse como um parasita querendo sugar tudo dele. Eu não quero isso.
Ainda quero saber mais sobre ele, sobre sua infância, sobre seus sonhos, sobre suas qualidades e seus defeitos, mas quero isso de forma limpa, clara e suave, como deve ser. Não quero impor. Quero apenas que ele venha porque quer vir.
Saí dos meus delírios com meu pai me chamando para jantar. Hoje era a noite de mamãe ficar com Rune, então estávamos só nós dois em casa.
- Como está hoje, papai? - Puxei assunto assim que sentei ao seu lado na mesa.
- Estou bem mais tranquilo. Conversamos com o médico do Rune hoje e ele aparentemente não terá sequelas, o que é maravilhoso.
- Isso realmente é uma ótima notícia.
- Sua mãe comentou sobre ter conhecido uma pessoa...
Papai não era discreto, não mesmo. Ele e mamãe eram almas gêmeas, faziam praticamente tudo juntos e sempre davam um jeito de manter as tradições deles. E os dois eram bem parecidos, era até engraçado, porque papai era a versão feminina da mamãe e vice versa. E obviamente também saberia sobre Pond.
- Sim. - Sorri pela forma engraçada da abordagem.
- E vocês já trocaram informações ou algo do tipo?
- Pond é bem fechado, mais que o Dunk. - Sorri lembrando da gente mais novo, meus pais sabiam o quanto foi difícil conquistar a amizade dele. - Mas ele é diferente do Dunk. - Dei uma pausa. - Ele era filho do Rajan.
- Rajan Letratkosum? - Perguntou confuso.
- Esse mesmo.
- Uau! Não esperava.
- Você o conheceu?
- Não. Apenas de nome mesmo, a empresa é bem famosa no nosso ramo e ele sempre fez muito pela saúde.
- Hum.
- Pelo que sei a adoção de Pond foi bem conturbada, ele era bem agressivo quando criança.
- Por que? - Me interessei.
- Não sei a história completa, meu filho. Essas são conversas de corredor.
Parece que cada dia mais as incógnitas vão aumentando e nenhuma delas foi solucionada até agora.
Encerramos esse assunto por enquanto e começamos a comer falando sobre a recuperação de Rune e quando ele voltava para casa e seguiria com o tratamento daqui.
Retornei para o quarto mais tarde, tomei banho e vesti meu pijama. Era hora da minha terapia. Sentei no parapeito da janela dedilhando nenhuma música em específico. Era sempre assim, eu dedilhava algo e uma determinada música surgia na mente e eu cantava, era meu modo de extravasar as emoções e colocar meus sentimentos para fora. Quando percebi estava tocando Ed Sheeran.
- See the flames inside my eyes, It burns so bright, I wanna feel your love, no. Easy, baby, maybe I'm a liar, But for tonight I wanna fall in love, And put your faith in my stomach.
(Veja as chamas dentro de meus olhos. Elas queimam tanto, eu quero sentir o seu amor. Calma, querida, talvez eu seja um mentiroso. Mas esta noite, eu quero me apaixonar. E fazer você confiar em mim)
Continuei cantarolando a música quando um movimento na casa ao lado chamou minha atenção. Aparentemente meu vizinho estava sentado e em uma fração de segundos as folhas se moveram e eu pude ver o rosto daquele que eu estava procurando durante a semana.
Pond era meu vizinho?
Parei de tocar imediatamente e fixei meu olhar novamente para o local que ele estava, mas não tinha mais a mesma visibilidade de antes. Não é possível, é?
Ok, eu sei que a Tailândia é basicamente um ovo e Bangkok então nem se fala, mas justamente ele aqui do meu lado, é possível?
Peguei meu celular rapidamente para ligar para Dunk, mas parei no meio do caminho.
Será que conto da minha descoberta ou deixo essa informação apenas para mim?
Pensa, Phuwin.
Olhei meu celular por mais algum tempo e decidi não contar, pelo menos não por enquanto. Seria um segredo só meu, quando me sentisse bem o suficiente eu contaria para ele e quem sabe não bateria na porta do Pond.
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Black & White [PondPhuwin]
FanfictionPond havia sofrido muito. A infância difícil e escassa de itens essenciais o fez crescer e se tornar um homem frio e fechado. Sem muitos amigos, preferia sua solidão a estar com outras pessoas. A única pessoa que conseguia o alcançar e trazer o míni...