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ARIA WOOD

Tudo era frio e úmido. Eu sentia que estava deitada sobre uma grama molhada e quando abri meus olhos, o que eu vi foi grandioso demais.

Eu estava numa caverna enorme, mas não era uma caverna comum. Havia um pequeno ecossistema dentro dela. Algumas árvores verdes, uma cachoeira que desaguava em um lago cristalino, flores de jardim para todos os lados, pássaros de uma espécie que eu nunca vi na vida sobrevoavam a copa das árvores e atravessavam a cachoeira.

No teto da caverna, havia uma luz muito forte, parecia que era um pedaço do próprio sol ali dentro. E tudo aquilo parecia girar em torno do lago.

Eu fiquei de pé e me sentindo um pouco temerosa, comecei a caminhar em direção ao lago. Ele era tão claro que brilhava conforme a luz sobre ele passava por suas pequenas ondas. Eu podia ver claramente peixinhos nadando em cardume logo abaixo por entre as pedras.

Por algum motivo, aquele lugar estranho me transmitia uma paz indescritível. Estar ali me fazia sentir muito bem.

Ajoelhei na beira do lago e peguei um punhado de água com as mãos, a levando até a minha boca. Era a água mais pura que eu já havia bebido. Bastou um gole para que a sequidão dos meus lábios sumisse.

Eu não entendia muito bem o porquê de a Água ter me mandado para aquele lugar. O que Ela estava preparando para mim? Será que me manteria aqui para sempre? E se eu nunca mais pudesse ver o Noah de novo? Ele deveria estar aflito agora.

Em um momento, o lago formou pequenas ondas que vinham em minha direção como se alguma coisa estivesse nadando até mim.

Aguardei sentindo a ansiedade me invadir e pude ver uma sereia de forma clara. Mas Ela não era nada parecida com as sereias que eu vi ao longo da minha vida.

Sua cauda era dourada como ouro, assim como Seus cabelos, que emanavam uma luz forte. E quando Suas pernas surgiram e Ela saiu do lago, Seu corpo ficou seco instantaneamente e um vestido de seda branco surgiu sendo formado a partir das gotículas de água que sumiram e se tornaram tecido.

Em Sua cabeça, Ela usava uma espécie de coroa de conchas de ouro, Seus olhos eram azuis, mas não de um azul comum, eram como cristais.

Ela sorriu para mim e eu me senti estranhamente acolhida, como se eu já A conhecesse há muito tempo, mesmo tendo total certeza que nunca vi ninguém parecido com Ela antes.

— Olá, minha querida. — Ela disse. E ouvir aquela voz me deixou pasma. Era a Água!

— Água? — fiquei boquiaberta.

— Sim, essa sou eu.

— Você é uma sereia? — eu tinha tantas perguntas que nem sabia por onde começar.

— Eu posso tomar a forma marinha que eu quiser. Uma sereia, um tubarão, um polvo, uma baleia... posso ser qualquer coisa. Mas essa é a minha forma original. — apontou para si mesma. — Não é curioso que eu me pareça tanto com humanos? — riu pelo nariz.

— Você é algum tipo de deusa?

— Não exatamente. Venha, eu vou te contar tudo. — Ela acenou pra que eu sentasse sobre uma rocha e assim eu fiz. — Deve conhecer os quatro elementos naturais. Temos o Fogo, a Terra, o Ar e a Água. Bem, é meio óbvio que eu seja a Água.

— Eu não achei que Você tivesse um corpo. Eu realmente pensava que Você fosse a própria água do mar.

— Não, eu não sou a água do mar, mas eu a fiz, assim como a água doce e todas as criaturas que habitam essas águas.

— Se Você é um elemento natural, então os outros elementos também são conscientes. — aquilo deixava tudo mais claro.

— Eu e meus irmãos regemos o mundo. A Terra é responsável por cuidar da floresta. Às vezes, nós duas discutimos quando ela quer interferir na flora marinha. — revirou os olhos. — Irmãos... enfim, a Terra tem as ninfas que capturam pessoas na floresta para que as almas delas supram as energias da Terra.

Alto Mar ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora