fifteen

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— Oh, meu Deus, Louis!

— Você é parente dele? — uma voz desconhecida soou perto de Louis.

— Sim. Ele é meu irmão. — disse com a voz embargada.

— Sinto muito que tenha que vê-lo nessas condições. Eu sou o Doutor Griffith, neurocirurgião e responsável pelo seu irmão.

— O-o que ac-conteceu com ele? Por que tem tantos t-tubos? — ela já chorava e sua voz saía falha.

— Fizemos uma ressonância e uma TC do crânio, ele sofreu um traumatismo craniano. Por isso os tubos, ele está em coma, foi a forma que seu corpo encontrou para aliviar a lesão em seu cérebro por causa dos impactos que ele recebeu na cabeça. — um barulho de choro baixo se fez presente durante a explicação do doutor. — Seu nariz também está fraturado e ele tem duas costelas quebradas.

— E e-ele vai ficar bem?

— Contamos com isso, mas ele pode ter sequelas. 

— C-como assim?

— Devido a gravidade da lesão, é comum que os pacientes apresentem alterações mesmo depois da recuperação. Algumas das sequelas envolvem convulsões, distúrbios de movimento como a paralisia e falta de equilíbrio, distúrbios cognitivos como déficit de atenção e perda da memória. As primeiras vinte e quatro horas são crucias, ele precisará de todo o descanso possível.

— Eu posso ficar aqui com ele? — ela perguntou, com a voz por um fio.

— Sim, ele está liberado para ter um acompanhante. — o homem anotou alguma coisa na planilha que segurava em mãos. Eu voltarei mais tarde para mais exames.


O corpo de Louis estava deitado e repousando, mas ele sentia uma dor excruciante. Tinha uma dificuldade para respirar e quando fazia sentia uma dor aguda nas suas costelas. Bem devagar ele mexeu os dedos dos pés e os da mão, não sentindo dor alguma neles. Sua boca estava seca e seus olhos pesados, mas mesmo assim fez um esforço para abri-los.

Ele estava vendo tudo desfocado e embaçado, piscou várias vezes seguidas para se acostumar com a claridade que tentava entrar pela janela, mas tinha uma cortina cobrindo ela, impedindo que o ambiente estivesse totalmente claro. Quando sua visão focou completamente ele sentiu seu coração bater um pouquinho mais rápido. Havia alguns brinquedos espalhados pelo chão, uma pequena mesa de criança com alguns pequenos jogos e desenhos para colorir em cima. Ele percorreu os olhos pelo ambiente tendo uma sensação muito nostálgica e aconchegante dentro si ao olhar para aquele lugar, não estava entendendo o que estava acontecendo e muito menos como foi parar em seu quarto de quando tinha sete anos de idade.

As paredes tinham desenhos e cartinhas que ele havia escrito quando estava no jardim de infância, seus livros de historinhas para dormir estavam bem enfileirados na prateleira ao lado da janela. Parecia tudo intocado e bem do jeitinho que ele manteve quando pequeno. Ele só não entendia como havia parado ali, quando ele olhou para o lado contrário, para onde ficava o seu armário ele viu uma mulher mexendo nas roupas que ficavam ali dentro. Ela estava bem concentrada e tinha o cenho franzindo tentando achar alguma coisa na pilha de roupa. Os olhos de Louis encheram de lágrimas e ele se sentiu hesitante.

prisoners • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora