Os ciclos nunca se encerram, eles só acrescentam.

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08 de junho,
Brasil

Já se passaram alguns meses desde a perseguição. Marcamos de fazer uma festa e logo cancelamos. Não queríamos que os vícios voltassem. Allysson é uma ótima irmã e amiga para vermos ela nas bebidas novamente. Aconteceu muita coisa nesse meio tempo.

Estamos sentados no pátio da faculdade, jogando conversa fora e comendo besteiras.

– GENTE, VOCÊS SABEM QUEM ESTÁ VOLTANDO? – Mya grita quase caindo da cadeira.

– Acho que não sei – Allysson responde com um livro na mão.

– Muito menos eu –  Digo.

– O Anthonny! – Mya fala.

– Notícia chegou atrasada! – A irmã do turista  fala.

– Sim! – Théo disse.

– Ok... – Mya perde toda a sua animação.

– E você, Henrique? Calado. Só jogado nessa mesa no lado da Ally, lendo o livro dela... O quê está acontecendo? – Théo pergunta.

– Nada, ué? Só quero ver o desfecho da história – Ele se defende.

– Vocês... Estão... Tão próximos ultimamente, né...? Engraçado... – Mya fala um pouco desconfiada.

– Não! Claro que não. Lo-lógico que não. Por que estaríamos? – Ally fala, provavelmente tentando mentir.

– Ei, não precisa se explicar, ok? Só suas palavras já bastam – Henrique a puxa pelo o queixo para encará-la – Vamos a alguma festa?  – Ele continua falando tirando os olhos rapidamente dela para nos encarar.

– Seria uma boa – Digo.

– Perfeito – Allysson diz – Meu irmão está voltando, quero organizar a melhor festa de todas.

Uma festa seria uma boa para receber o turista do Anthonny. Desde toda aquela perseguição, ele voltou para Orlando a negócios.

Estava tão concentrada no assunto que nem percebi quando meu celular começou a tocar.

– Alô?  – Falo me levantando e indo para longe.

– Fala, Clark! Novidades.

– Conseguiu o que eu tinha te pedido? Pra mim isso seria uma boa notícia.

– Claro, né? Você solicita e eu entrego, fia.

– É por isso que eu amo você.

Conheci ele em uma festa com os melhores forró de favela que existiu.  Faz só alguns meses. Não tive tempo de apresentar aos meus outros amigos, certeza que eles se dariam bem, mas antes o meu coleguinha precisa resolver uns assuntos para mim.

– Quero ele morto, Basílio! Não importa para quantas pessoas você precise ligar, se é dinheiro que precisam para abrirem o bico, é dinheiro que irão ter.

– Relaxa, fia. Precisa desse estresse não. Já estão na cola deles faz tempo. Assim que você me pediu, eu mandei os caras irem atrás – Escuto algo sair de sua boca. Deveria estar fumando.

– Assim espero. Depois te mando o que prometi – Eu o lembro.

– Sossega esse teu facho. Quero nada não.

Aonde eu me meti?Onde histórias criam vida. Descubra agora