Aonde eu me meti

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𝔸𝕃𝕃𝕐𝕊𝕊𝕆ℕ 𝕁𝕆ℕ𝔼𝕊:


– Mas não a guerra! – Afirmo.

– Allysson? – Mya pergunta.

Quem mais seria? Foi um sufoco chegar até aqui...

– Antes que pergunte, reprogramei o rádio velho do Steven – Digo e o  mesmo me encara – A qual é! Ele realmente estava desgastado e pelo visto, só eu vi isso!

– Ei? Não tá ajudando! – Ele se defende e eu dou de ombro lhe dispensando com a mão.

– Arrasou! Essa é a minha garota! – Não vi, mas sinto que ela deu alguns pulinhos.

Essa troca de tiros já era para ter acabado, mas Marcos insiste em matar Steven. Me sinto uma covarde por não conseguir ajudá-lo.

*Uma ideia surge em minha cabeça*

– TÁ LOUCA? – Ele grita – Liga essa merda, Alysson – Ele manda, depois que parei o carro no meio da rua, fazendo com que o advogado descesse do seu veículo – Eu perguntei se você sabia dirigir ao ponto de nos deixar vivos, não mortos!

– E é isso que eu vou garantir – Pisco para ele – Meninas? Preciso daquela força, ainda estão ai?

– Claro! Já tá chegando – Elas dividem a fala – TOCA NO VERDE!

– Ufa... – Mya diz aliviada.

Comecei a me lembrar de tudo que aconteceu até chegarmos a esse ponto.

Algumas semanas atrás:

Eu estava amarrada em uma cadeira de ferro. Não sabia como sair dali, então, fui colocar os ensinos da minha faculdade em prática.

– Steven! – O chamo.

– O que é? – Se aproxima revirando os olhos.

– Eu quero muito ir ao banheiro. Não tô conseguindo aguentar – Menti.

Ele bufa e me encara por alguns segundos.

– Se tentar qualquer gracinha, eu não vou responder por mim.

Dou um leve sorriso e o vejo me encarar sem entender nada.

– Sabe de quem eu lembrei agora?

– Hmm? – Revira os olhos.

– Do meu irmão, da Bella... –Digo enquanto ele me solta e me leva até o banheiro – Eu sinto tanta falta deles – Meus olhos se enchem de lágrimas.

– Tá aí. Vai logo! – Ele evita me olhar.

Quando eu saio, fixo os meus olhos mais uma vez nos de Steven, que tenta desviar deles.

Depois daquela situação passou-se  dois dias:

– Acha que a Bella está feliz com o quê você fez? – Pergunto.

Fica em silêncio.

– E o meu irmão? – Olho para ele que está olhando para baixo – O Henrique, a Mya... – Me corta.

– Olha, Allysson, eu sei que você quer ir embora daqui, mas eu não posso!

– Por que? Você sente falta deles e sabe que se não fizer isso eles virão atrás de mim. Você vai apodrecer na cadeia depois. A Clara está do nosso lado, Steven!

O mesmo não fala nada, só me encara e sai fechando a porta de ferro.

𝔹𝕖𝕝𝕝𝕒 ℂ𝕝𝕒𝕣𝕜: 𝔸𝕋𝕌𝔸𝕃𝕄𝔼ℕ𝕋𝔼.

Eu e os meus outros amigos, decidimos não aparecer na rua onde eles estão, porque não sabemos o que pode acontecer. Então, ficamos esperando o sinal da Angélica ou da Mya.

Mesmo de longe, pude perceber a inquietação de Henrique. Olhando de um lado para outro sem saber muito o que fazer. Anthonny até tentava o ajudar, mas o mesmo não aceitava.

Ouço alguns ruídos vindo do meu carro, olho em direção a ele e lembro da escuta de Angélica.

Atenção! A Allysson está na escuta. Ouviram? Ela precisa de ajuda.

Não deu tempo de fazer ou falar nada; Henrique foi bem mais rápido. Ele entra em sem carro e o acelera como nunca tinha feito antes.

– Anthonny! – Grito – O Henrique foi atrás da Allysson! – O vejo entrar em seu carro e depois descer os vidros.

– É, eu sei – Responde e segue o seu amigo – Inclusive, acho que você deveria fazer o mesmo – Grita com o veículo em movimento.

– Merda... – Reclamo, mas faço o que ele disse vendo Théo no celular enquanto sobe na moto.

T

ento pisar no acelerador, a fim de ir mais rápido, mas é impossível, já tinha alcançado o limite do carro. Olho mais a frente e enxergo dois veículos parados e os motoristas completamente armados.

Só que eu estava atrás de Henrique e me surpreendo o vendo aumentar a velocidade, indo de encontro com Marcos e seu veículo que estavam de costas para o mesmo.

– Merda! Henrique! Merda! – Bato as mãos contra o volante quando vejo os carros se baterem e um dos  veículos caí do viaduto, parando na pista de baixo.

Ouço uma gargalhada e olho na direção dela.

– É isso que seu amigo tem para oferecer ao seu grupo, Bellinha? – O homem asqueroso pergunta com ironia.

– Cala a sua boca! Se não...

– Se não o quê, Bella? – Se aproxima – Vai atirar em mim? Ohh... Uma assassina na família Clark? Que novidade. Nunca vi seu pai fazer isso, acredita? – Cruza os braços.

– Tudo tem a sua primeira vez – Um homem alto, musculoso e tatuado encosta uma arma em seu pescoço.

– Pai? – Arregalo os olhos surpresa.

– Do jeito que te ensinei, ok? – Abre um sorriso largo.

Assinto e tiro a arma do carro.

Céus, titio! – Lembro-o de como eu o chamava na infância – A Bellinha cresceu! – Faço cara de inocente e miro em sua cara.

– Vai enfrente, Bellinha! – Dá ênfase na última palavra, enquanto reprimo as lágrimas por conta do meu amigo.

Não penso antes de agir e dar um último sorriso falso para ele, atirando duas vezes na sua cara.

Alguns tiros são depositado em seu estômago e não preciso procurar o responsável por isso.

– Você colheu o que plantou, babaca! – Anthonny dar tapas em seu rosto.

Ouço choros agonizantes e encontro Allysson em prantos com a face em chão.

Faço menção de me aproximar, mas uma moto me impede. Eram dois homens com capacetes. Um deles desce da moto e revela o seu rosto. Henrique...

A garota se levantou assim que ouviu o barulho do motor. Ela chora um pouco mais alto, mas suas lágrimas eram de desespero misturado com alívio. Eles trocam alguns olhares e se aproximam não muito rápido, mas o suficiente para processarem o olhar um do outro.

Procuro Anthonny e o mesmo está bem atrás de mim. O abraço deixando minha cabeça descansar em seu peito, recebendo um leve carinho dele.

– Precisamos ir logo. A polícia pode chegar a qualquer momento – diz colocando o queixo em minha cabeça enquanto eu só assenti positivamente.

Depois de algumas horas, tudo foi explicado. Antes do carro se quebrar em pedacinhos, Henrique pulou do veículo que por sorte, Théo o socorreu e por incrível que pareça, ele não estava de moto e sim, no nosso projeto de carro.

Depois, eles pegam a moto que estava dentro da Van e sobe o viaduto, que logo em seguida se encontra com Allysson.


Aonde eu me meti?Onde histórias criam vida. Descubra agora