Three

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Eu passei algumas horas falando com maki. E depois ela desligou porque tinha que fazer algumas coisas em casa.

Me deitei sobre a cama e cai em sono profundo.

--"S/n" -- Sinto uma respiração pousar sobre meu ouvido.

O toque leve dos dedos dele sobre minha pele me davam arrepios na espinha. Abri então os olhos e me deparei com a alta figura dele. Os longos e escuros cabelos borravam seu rosto, mas eu já imaginava que era suguru que estava em meus sonhos aquela noite.

--"Oh querida, está tão bela" -- Ele disse ainda inclinado em minha direção.

Em seguida, senti as mãos dele pousarem sobre minhas coxas de forma delicada. --"Me diga, porque parece inquieta quando te toco desta forma? Será que devo deslizar minhas mãos para algo mais a cima?"

Mordi os lábios, e me sentei sobre a cama.
––"Quer descobrir?" – Eu o respondo, me aproximando dele.

Com isso, ele me puxa pela cintura e me leva sobre seu colo.

––"Você está..." – Ele estava prestes a falar algo, mas meu sonho ficou em tela preta.

No dia seguinte acordei confusa.
Comentei por mensagem com maki sobre o sonho, e ela disse que talvez era porque ele estava ocupando muito minha mente. E de fato. Isso estava me intrigando de uma forma inexplicável, porque suguru estava em minha cidade Natal?

Mesmo confusa, eu tinha que ir trabalhar, é claro.
Chamei o elevador e para minha surpresa havia alguém também.

––"Bom dia." – Disse entrando e apertando o botão do primeiro piso.

––"Bom diaaaa!!!!! Como você está??? Nossa! É ótimo ter novos vizinhos! Você é do 205 certo????" ‐ Eu fiquei surpresa com tanta animação em uma só pessoa. O platinado era realmente extrovertido.

––"Ah, sim. Na verdade era o apartamento dos meus pais, voltei do Japão a alguns dias para voltar a morar aqui." – Eu o respondo.

––"Nossa interessante!!!! Eu nasci aqui em Nebraska, mas, meus pais são do Japão. Bom, vai ser bem legal te ter como vizinha. Me chamo Satoru, e você?"

––"S/n".

––"Bonito nome. É um prazer, s/n." ––Ele fala, descendo do elevador.

Bem, depois disso eu também desci e fui logo pegar o ônibus. Me sentei sobre o banco perto da janela e coloquei os fones. Estranhamente, a cada parada que o ônibus fazia, eu ficava olhando aos arredores o procurando. Mas eu acho que hoje não iria ver ele.

Cheguei no trabalho e vi sobre minha mesa vários papéis impressos. Me sentei e logo meu chefe veio até mim.

"Até que enfim você chegou senhorita sem emoções. Até suspeitei que não viria hoje." –– Ele ri alto.

"Desculpe, é que eu ainda não recebi o suficiente para comprar um carro." –– O respondo desconfortável.

––"Bem, de qualquer forma, você vai ter que substituir Alex hoje. Então terá de preencher e enviar todos esses 350 arquivos para hoje." –– Ele diz em tom áspero e manipulador.

––"Mas, não dá para terminar isso hoje-" –– Falo preocupada.

"Dê um jeito. Assim como você faz com essa tal doença sua – Ele ri - há! Isso é balela" – Ele zoa, saindo em direção ao escritório.

Suspirei fundo e comecei a preencher os arquivos.
Achei que iria me dar bem nesse trabalho, porque afinal, tudo era prometido no anúncio. Mas não se passava de uma Fake News completa. O chefe mal tinha um diploma e além de explorar os funcionários vivia assediando as secretárias e funcionárias também. Os funcionários mal poderiam falar algo porque se falassem, ou iam ser demitidos ou receberiam um processo de calúnia sem ao menos ter cometido o crime.

Nebraska no Limbo - Geto Suguru.Onde histórias criam vida. Descubra agora