Seven

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O silêncio invade a sala, mas rápidamente é quebrado pelo toque de celular de suguru.

––"Espere por um breve momento." –– Ele diz, caminhando até a sacada com o celular na mão. ––Eu, aceno com a cabeça vendo ele se afastar.

A ligação dura alguns minutos, eu conseguia apenas ouvir murmuros identificáveis. Mas quando escutei uma voz de mulher atrás da linha me senti um pouco estranha.

"Está tudo bem yuki? Porque sua voz está rouca?"

Ele parecia preocupado.

Eu não sabia se eu caminhava até lá para saber o que aconteceu ou se eu permanecia sentada alí. Estava tão inquieta que minha perna estava balançando freneticamente. Quem era Yuki?...

Essa pergunta invadiu minha mente enquanto eu mordia  minhas unhas, olhando para o nada. Essa mania sempre aparecia quando ficava muito nervosa.

A campainha tocou e eu dei um pulo me fazendo voltar para a realidade. Me levanto e caminho até a porta, vendo uma figura alta e de cabelos platinados usando uma camisa azul de mangas curtas. A cara dele estava coberta de massa de bolo.

––"Oh, desculpe incomodar vizinha, eu queria perguntar se você tem uma xícara de trigo para me conceder?" –– Ele fala com um sorriso largo.

––"Tenho. Espere aqui." –– Digo enquanto ando até a cozinha, pegando uma xícara de trigo. –– Suguru ainda falava no telefone, distraido. ––"Aqui." ––Entrego uma xícara cheia de trigo para ele.

––"Obrigado!!"––Ele diz quase pulando. ––"Tem mais uma coisa que eu queria te perguntar, eu não sei se você sabe fazer bolos mas, o que eu faço quando o bolo se encolhe? Ele tá com medo de mim ou coisa do tipo?"
–– Ele falou com uma expressão tão preocupada, como se o bolo realmente fosse uma pessoa.

––"Bem, tem vários motivos. Talvez você não tenha colocado fermento, talvez faltou algum ingrediente na massa ou você abriu o forno enquanto ele ainda estava cru dentro do forno." –– Ele me olha com uma expressão pensativa. ––"Ah, entendo. Deve ser realmente pelo último motivo, porque estou atrasado para um aniversário surpresa e acho que fiquei abrindo a tampa do fogão toda hora." –– Diz enquanto coloca a mão na nuca, sem jeito.

––"Mas obrigado pela xícara de trigo, quando eu voltar, entregarei sua xícara" –– Ele sorri.

Sinto uma respiração pesada atrás de mim. Quando me deparo, suguru encarava a porta com um olhar sério.

––"Satoru."–– A voz grave de suguru ecoou em meio ao breve silêncio. ––"Suguru." –– A expressão divertida que estava no rosto dele desapareceu imediatamente.

Fiquei em meio aos dois enquanto eles entregavam furtivos olhares um para o outro. Estava confusa, o que aconteceu entre os dois para se odiarem de tamanha forma?

Senti até que eles estavam se xingando em silêncio.

––"Quanto tempo." ––Satoru disse, ainda mantendo a expressão séria. ––"É." ––Suguru respondeu, enquanto me puxava para trás.

––"Acho que já vou indo. Obrigado vizinha" –– Ele disse olhando em meus olhos e sorrindo, antes de sair andando. ––Suguru fechou a porta, a expressão no rosto dele ainda estava irritada.

––"O que aconteceu aqui?"––Digo cruzando os braços.––Suguru suspira, enquanto começa a pegar a bolsa dele em cima do sofá. ––"É uma longa história. Desculpe, terei que sair agora." –– Diz de forma apressada.

––"O que houve?" –– Pergunto novamente, confusa. ––"Bem, é difícil explicar, mas alguém quebrou o pé." –– Ele caminha até a porta, calçando o sapato. ––"Ah. E Desculpe novamente, mas sobre sábado, foi cancelado por conta do mesmo motivo." –– Ele diz enquanto se levanta.

Nebraska no Limbo - Geto Suguru.Onde histórias criam vida. Descubra agora