Four

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| Visão do Suguru.

--Agh!

--V̶o̶c̶ê̶ n̶ā̶o̶ é̶ m̶e̶u̶ f̶i̶l̶h̶o̶,e̶ n̶u̶n̶c̶a̶ s̶e̶r̶á̶.

S̶u̶a̶ a̶b̶e̶r̶r̶a̶ç̶ā̶o̶.

Suguru tinha 6 anos quando seu pai morreu e sua mãe começou a se envolver com drogas e bebidas.

--Mamãe, por favor...Porque de novo?

--Q̶U̶E̶M̶ V̶O̶C̶Ê̶ P̶E̶N̶S̶A̶ Q̶U̶E̶ É̶?

Ela se levanta do sofá e caminha até ele, suguru se encolhe mas ela agarra os braços dele.

--V̶O̶C̶Ê̶ P̶R̶E̶C̶I̶S̶A̶ D̶E̶ U̶M̶A̶ L̶I̶Ç̶Ā̶O̶, S̶U̶A̶ C̶R̶I̶A̶N̶Ç̶A̶ I̶D̶I̶O̶T̶A̶.

Após fechar os punhos, ela dá um grande soco no estômago dele, o fazendo cair bruscamente no chão.

Aquela não era minha mãe. Minha mãe sempre foi incrível e amorosa, mas a dor mexe com a cabeça das pessoas. Saber lidar com tudo isso é pavoroso, toda vez que ela chega em casa, ela me bate. Desconta tudo o que aconteceu na rua naquele dia.

Uma vez, fui parar no hospital. Eu fiz de tudo para que não descobrissem que era ela o motivo das marcas de queimadura e dos roxos pelo corpo inteiro. Mas foi difícil.

Minha casa depois disso, foi sempre supervisionada pelo conselho tutelar e a polícia, então por um tempo, eu tive um certo tipo de paz. Mas também, não via minha mãe todos os dias.
Porém tudo dura pouco.

Quando eu tinha uns quatorze anos, naquele dia, todas as piores palavras e frases foram ditas para mim. Ela disse muita coisa que eu mal consegui ter sequer reação, e também, me bateu muito. Foi quando eu decidi me rastejar até a porta e fugir para fora.

Eu só consegui ver os médicos correndo em minha direção e os policiais prendendo minha mãe

Então eu desmaiei.
Depois de passar semanas no hospital, me enviaram para um orfanato, enquanto não conseguiam entrar em contato com meu tio.

Fiz amigos lá, foi um tempo bom.

Sempre tentei descobrir sobre como estava minha mãe, se eu iria ficar alí ou ir morar com meu tio. Mas ninguém iria abrir a boca para uma criança de quatorze anos.

Alguns meses se passaram, e eu voltei a morar com minha mãe, sim, ela mesmo. Mas isso foi decisão da lei então eu não tinha muita escolha. É claro que, era com condições como por exemplo, ela fazer tratamento para o vício, tratamento mental, ter aproximadamente 1 metro de distância de mim, conviver a distância e outros perante a lei.

Foi bem estranho quando eu voltei, ela estava se tratando e começando a ficar diferente, foi incrível ver minha mãe voltando a ser minha mãe. Ela até estava fazendo comida para mim.

Mas...
Eu não sei o que aconteceu aquele dia, mas minha mãe voltou para casa e tomou todas as cartelas de remédio do tratamento que ela estava fazendo.

Quando a vi caída no chão, foi agoniante, uma visão realmente traumática além de toda a situação.
Então de novo, a ambulância a levou e eu achei que dessa vez ela realmente não sobreviveria.

Voltei para o orfanato.

Fiquei aproximadamente uns dois anos por lá.
E foi quando o ensino médio começou.

Eu estava em uma escola privada, a que o orfanato oferece.

"N̶ā̶o̶ q̶u̶e̶r̶o̶ s̶e̶r̶ s̶e̶u̶ a̶m̶i̶g̶o̶ p̶o̶r̶q̶u̶e̶ v̶o̶c̶ê̶ é̶ u̶m̶ g̶a̶r̶o̶t̶o̶ p̶r̶o̶b̶l̶e̶m̶á̶t̶i̶c̶o̶ e̶ s̶e̶ v̶o̶c̶ê̶ m̶e̶ m̶a̶t̶a̶r̶ o̶u̶ c̶o̶i̶s̶a̶ d̶o̶ t̶i̶p̶o̶?! A̶h̶g̶! C̶h̶e̶g̶o̶ a̶t̶é̶ e̶s̶t̶r̶e̶m̶e̶c̶e̶r̶"

Todos me odiavam, e eu nem sequer havia feito algo para me odiarem. Um dia inventaram que eu havia levantando a saia de uma garota, porém eles sabiam que não tinha sido minha culpa. Mas mesmo assim me culparam. Eu sai correndo da escola, contendo minhas lágrimas para não parecer fraco, a chuva começou a cair e me molhar por inteiro. Caminhei até um beco que não havia ninguém e não consegui me conter mais, chorei.

Foi quando, uma garota com uma capa de chuva azul escuro apareceu.

––"Está tudo bem."

A bela voz ecoou em meus ouvidos e eu a olhei.

––"Eu também chorei assim, mas vai ficar tudo bem."

Ela se agachou e me abraçou.
No primeiro momento, me encolhi, por medo e instinto, mas depois aceitei o abraço. Algumas lágrimas caíram quando eu finalmente me senti em paz com aquela garota ao meu lado.

––"Aqui, pegue isso."
Ela entregou um doce caramelizado por volta de um saquinho plástico transparente.

––"Não é muito, mas eu espero que você fique bem."

Depois daquele dia, ela sumiu.
Vivia pensando nela, e em como eu poderia vê-la novamente. Passei tão ocupado pensando nela que nem percebi o que acontecia em minha frente, como por exemplo, minha avó iria me criar.

Sai do orfanato e morei com minha avó até completar o ensino médio, e foi quando algo trágico aconteceu.
Ela estava muito fraca e tomando muitos remédios para a doença. Tentou viver mais, mas o tempo não permitiu. Minha avó faleceu.

Comecei a trabalhar e consegui um apartamento alugado, e também, paguei minha faculdade.

Nesse meio tempo de faculdade, uma garota me chamou atenção. O nome dela era "S/n". Eu sabia que eu a conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde, e, eu era muito tímido para falar com ela mas sempre dava um jeito de dizer algo como um simples "Oi".

––"Você gosta de quem suguru?" –– Um amigo me pergunta enquanto bebemos.

––"Uma garota de capa azul" –– Falo sorrindo.

––"Hein?" ––Ele ri. ––"Que enigmático, suguru."

Quando soube que ela iria para nebraska, meu coração gelou forte. Achei que iria a perdê-la, então tentei falar com ela nos últimos dias de faculdade mas ela não compareceu. Eu chorei.

Então, logo quando completei a faculdade, meu tio me ligou. Me perguntou como eu estava e batemos um papo sobre tudo o que aconteceu. Ele disse que não pode me buscar porque não tinha condições financeiras e que naquela época o celular dele quebrou, me pediu desculpas, e eu, é claro que o perdoei.
Foi então quando ele me contou que morava em Nebraska e eu fiquei muito feliz.

––"Tio. Eu vou morar com você aí em Nebraska."

––"Oh" ––Ele fica surpreso. ––"Então venha. E trabalhe comigo."

O incrível foi que no dia seguinte eu já estava arrumando tudo para ir.

––"Nebraska cara? Porque? É uma cidade pequena e sem muito meios. Qual o motivo?? ––Meu amigo diz confuso.

––"Tem muitos motivos. Mas, o principal, é uma garota."––Digo em tom de interesse.

––"Ah, você e essa garota" ––Ele ri e então brindamos.

Fui visitar minha mãe no hospital psiquiátrico um dia antes de ir para meu tio.
Mesmo dopada de remédio ela surtou e foi bem ruim ver aquela cena. Ela disse que eu quem a colocoquei alí, mas também, ela não estava mentindo. Os médicos disseram que ela piorou a alguns meses, e  me perguntaram se eu poderia liberar ela para ficar internada em outro hospital que era mais seguro e mais rígido. Eu disse, "Se isso a fizer bem, então pode enviá-la."

Fui embora chorando, mas pela primeira vez em minha vida, de cabeça erguida.

Cheguei em Nebraska sem saber de nada, meu tio me recebeu com um grande abraço e me acolheu.

Estava ansioso porque a qualquer momento poderia encontrar aquela garota que me mostrou a paz em meio a tanta confusão e foi aí que a vi.

𝖢𝗈𝗇𝗍𝗂𝗇𝗎𝖺...

-ˋˏ✄┈┈┈┈

Obrigada por chegar até aqui, e se chegou, poderia deixar sua ★?
Me ajuda muito com a visibilidade da fanfic ^^

ESTOU FELIZ QUE A FANFIC JÁ BATEU 115 LEITURAS, OBRIGADAAAA!💕😭

Nebraska no Limbo - Geto Suguru.Onde histórias criam vida. Descubra agora