Capítulo 06 - P. II

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Olá debies, como vocês estão?

Cá estamos nós novamente! Antes de prosseguirem, quero que saibam que a história sofreu algumas alterações, os acontecimentos dá primeira parte não mudaram, mas algumas cenas foram mais desenvolvidas e a narração também mudou, sendo agora em terceira pessoa!

Espero que gostem e que os sentimentos dos personagens possam inundá-los, assim como me inundou! Beijinhos, fantasminhas!

"Pompéia," Enrico começou, "era uma cidade de vida e riso, onde as ruas eram preenchidas com o aroma de pães recém-assados e o som de músicos tocando suas melodias

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"Pompéia," Enrico começou, "era uma cidade de vida e riso, onde as ruas eram preenchidas com o aroma de pães recém-assados e o som de músicos tocando suas melodias." Dante sorria, imaginando-se correndo por aquelas ruas, com seus pés descalços batendo contra as pedras quentes.

"Mas, meu filho," a voz de Enrico vacilou por um momento, "a cidade também conheceu a tragédia. Quando o Vesúvio acordou de seu sono, ele cobriu Pompéia com sua fúria ardente, escondendo-a do mundo sob um manto de cinzas e pedra."

Dante se encolheu, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. A imagem começou a se distorcer e quando piscou, a pequena criança se encontrava em uma sala azul, com seus pés e mãos presas as laterais da cadeira por cintas de contenção.

"Pare, pai, por favor!" Dante gritava, com sua voz cheia de terror e dor. "Está doendo!"

Ele se contorcia sob o acento, tentando inutilmente se soltar das amarras firmes em seu corpo...

O despertador de Dante tocou, uma melodia insistente que o arrancou do mundo dos sonhos. Ele se esticou para desligá-lo, sentindo uma dor de cabeça sutil, um eco distante das emoções intensas que havia vivido em seu sonho na noite passada. Com um suspiro pesado, ele se levantou da cama, com seus movimentos lentos e relutantes, como se cada parte de seu corpo resistisse a mais um dia.

Ao entrar no boxe do banheiro, se olhou no pequeno espelho preso a parede e o reflexo que o encarava era de alguém que parecia ter vivido uma vida inteira em uma noite. As olheiras profundas sob seus olhos, a pele desidratada, e um olhar distante que não conseguia esconder o cansaço que sentia. Ele abriu o chuveiro, deixando a água fria bater contra a pele, esperando que a sensação o despertasse completamente, mas a dor de cabeça persistia.

Enquanto se vestia, a mente de Dante vagava, incontrolável, para Pietro e Matteo e ao pensar nos garotos, ele não podia evitar que sua mente divagasse para os amantes que havia feito em um tempo e lugar que ninguém mais poderia entender. Júpiter, com sua gentileza e doçura, sempre tinha uma palavra de conforto, um sorriso que parecia acalmar a alma. O garoto se lembrava de como ele o ouvia falar sobre o futuro, sobre sonhos e esperanças, com uma paciência que parecia infinita. E então havia Petrônio, cuja energia e alegria eram contagiantes. Era o sol que iluminava as ruas de Pompéia, rindo alto e chamando Dante para se juntar às brincadeiras e aventuras.

Ele se perguntava o que eles estariam fazendo naquele momento, se pensavam nele tanto quanto ele pensava neles. A saudade era uma dor aguda em seu peito, quase tão palpável quanto a dor em sua cabeça. Eles haviam prometido encontrar-se novamente, uma promessa feita em outra vida, em outro tempo, mas que agora parecia tão distante quanto as ruas das ruínas da cidade romana. Desde que deixou o hospital, o garoto os evitou. Talvez fosse a culpa por ter voltado ao seu tempo quando nem os conseguiu salvar. O motivo exato permanecia nebuloso, escondido nas sombras de sua mente, mas a distância entre eles crescia a cada dia que passava sem contato.

Com a mochila nas costas, Dante saiu de casa. O caminho para a escola era familiar, mas ele não podia deixar de comparar cada rua, cada prédio, com as imagens vívidas de uma cidade antiga que havia se tornado tão real para ele. Ele sabia que precisava se concentrar no presente, mas parte dele ansiava pelo passado, por um tempo em que, apesar de tudo, ele se sentia completo.

Agora, enquanto caminhava pelas ruas de Gênova, sentia falta daquela energia e daquela gentileza. Pietro e Matteo, tão iguais em muitos aspectos, traziam consigo ecos daqueles que havia conhecido em Pompéia.

Ele passou pela praça central, onde os vendedores já começavam a montar suas barracas, exibindo frutas frescas e pães dourados e parou por um momento, observando a cena. As cores vibrantes das frutas lembravam-lhe das vestes dos cidadãos da antiga cidade, e o cheiro do pão, as delícias locais.

Continuando seu caminho, ele se permitiu um sorriso ao pensar em Júpiter, sempre gentil e doce, oferecendo-lhe um pedaço de pão como se fosse o maior tesouro do mundo. E Petrônio, com sua animação, desafiando-o para uma corrida pelas ruas estreitas, rindo e gritando com a liberdade de quem não conhecia o medo.

A escola estava à vista, e Dante sentia uma pontada de ansiedade. Como seria voltar, depois de tudo o que havia vivido? Como poderia se sentar em uma sala de aula e se concentrar em lições e números quando sua mente estava cheia de sonhos e memórias de um passado que ninguém mais compartilhava?

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As primeiras aulas passaram em um borrão. O garoto se esforçava para prestar atenção, mas suas notas eram rabiscos desconexos, linhas e curvas que formavam imagens de uma cidade perdida. Quando o sinal para o intervalo soou, ele saiu da sala rapidamente, buscando um momento de solidão.

No pátio da escola, ele encontrou um banco sob uma árvore frondosa e se sentou, fechando os olhos e respirando fundo. Ele podia ouvir as risadas e conversas dos outros alunos, mas em sua mente, eram os sons de Pompéia que dominavam. Ele se perguntava se Júpiter e Petrônio, agora Pietro e Matteo, sentiam o mesmo. Se eles também lutavam para se adaptar a um mundo que era tão diferente do que haviam conhecido.

Dante sabia que precisava encontrar uma maneira de viver no presente, de fazer parte deste mundo enquanto carregava consigo as memórias de outro. Mas como? Como poderia deixar para trás a vida que havia vivido, mesmo que apenas por poucos dias?

Foi então que ele notou a figura de Pietro aproximando-se. O garoto albino tinha uma presença tranquila, que contrastava com o caos do pátio da escola. Ele sentou-se ao seu lado com o olhar fixo no horizonte, como se pudesse ver algo que ninguém mais via.

- Você tem evitado a gente..., eu pensei que, talvez, pudéssemos criar algo mais entre nós - sua voz, estava carregada de uma calmaria. - Por que está nos afastando?

Dante olhou para o chão hesitante.

- Pietro, não é tão simples. Eu...

- Então me explica - exigiu encarando o garoto de perfil.

- Eu - Dante suspirou pesadamente, sentindo a dor em sua cabeça se intensificar cada vez mais -..., eu não sei como enfrentar vocês depois de tudo. Eu vi o fim, vi a dor e a perda, e mesmo assim não pude fazer nada para mudar.

- Eu fiz..., Júpiter fez uma promessa..., uma promessa de se encontrarem novamente. E aqui estamos.

- Pietro..., tente me entender - disse, sentindo seu peito se apertar.

- Não, tudo bem - o albino se levantou, colocando as mãos no bolso da calça bege. - Eu imagino que deva ser complicado para você, assim como foi para mim quando várias imagens, uma atrás da outra começaram a invadir minha mente..., a imagem de um garoto por quem eu supostamente havia me apaixonado em uma vida que existiu a séculos de anos.

- Eu sinto muito - murmurou Dante.

- Não sinta - o garoto ergueu seu olhar, para encarar os olhos azuis de Pietro. - Foram eles que escolheram ficar, você não podia fazer nada e..., eu te entendo, você se apaixonou pelo Júpiter e Petrônio, não por nós.

Com isso, Pietro saiu, entrando no prédio de cabeça baixa, deixando Dante sozinho com o peso de suas palavras não ditas.

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Pompéia: Amor Entre CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora