Capítulo 08 - P. II

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O sol banhava a cidade, derramando sua luz dourada sobre os edifícios imponentes do bairro rico. Os três jovens se destacavam contra o cenário urbano, com seus passos ressoando no concreto da calçada. Dante, familiarizado com o ambiente, guiava os dois até um prédio particularmente luxuoso.

Ao se aproximarem, foram recebidos pelo porteiro, um homem de idade avançada com cabelos prateados e um uniforme sofisticado. Ele os cumprimentou calorosamente, trocando breves palavras com o rapaz. Pietro e Matteo, trocaram olhares, impressionados com a opulência do lugar: o brilho do mármore polido, a luz cintilante dos lustres e a sensação de estarem entrando em um mundo completamente diferente.

No elevador, Dante parecia absorto em seus pensamentos. A conversa com Matteo ainda ecoava em sua mente. Os jovens, por sua vez, olhavam ao redor, impressionados com a vista panorâmica que se revelava pelas paredes envidraçadas.

Quando chegarem ao apartamento do moreno, ele pareceu momentaneamente desconcertado. Afinal, não havia planejado levar os dois ali, em sua casa. Com um gesto tímido, indicou o sofá.

- Fiquem à vontade - sussurrou, desviando sua visão dos olhares curiosos de Pietro e Matteo analisando sua casa. - Só..., vou tomar banho e já volto.

O lugar era um estudo em elegância, com uma paleta de cores pastéis que conferia uma sensação de tranquilidade. O mobiliário de design moderno contrastava harmoniosamente com detalhes clássicos, como as molduras ornamentadas e cortinas de tecidos finos. Obras de arte contemporâneas adornavam as paredes, adicionando um toque de personalidade ao ambiente. Cada detalhe parecia ter sido cuidadosamente escolhido, criando um equilíbrio perfeito entre luxo e conforto.

Sem esperar uma resposta, ele dirigiu-se ao quarto de forma imediata.

Finalmente em seu refúgio, o jovem de cabelos escuros permitiu-se um momento de alívio. Deixou sua mochila cair no chão e se atirou na cama, com a felicidade borbulhando dentro de si. Abraçou um dos travesseiros macios, permitindo que ele absorvesse a onda de emoções que sentia.

Em sua mente, ele revivia os eventos da biblioteca, desde o beijo trocado com o albino, até a conversa profunda com o rapaz de cabelos castanhos. Cada palavra, cada gesto, cada olhar, tudo parecia gravado em sua memória como uma cena de filme.

O sentimento dentro dele crescia, enchendo seu peito até parecer que iria explodir. Com um grito abafado no travesseiro, ele se permitiu sentir a intensidade da emoção, mesmo que isso trouxesse uma dor aguda em sua cabeça.

Sem querer demorar mais, o jovem despiu-se do uniforme escolar vermelho e, com passos leves, dirigiu-se ao banheiro. Uma melodia suave e quase imperceptível escapava de seus lábios, preenchendo o silêncio do ambiente. Ao entrar no chuveiro, fechou os olhos e soltou um pequeno gemido, enquanto a água quente caía sobre ele, relaxando cada músculo de seu corpo.

A dor pulsante em sua cabeça, no entanto, interrompeu seu momento de paz. Com um suspiro de irritação, ele abriu os olhos, apenas para ter o mundo girando violentamente ao seu redor. Apoiando-se na parede do box, sentiu algo grosso escorrer por suas narinas. Passou os dedos no líquido pegajoso e quando o olhou descobriu que estava sangrando. Com os olhos pesados e as pupilas dilatadas, ele se viu no espelho e a dor em sua cabeça parecia refletida em seu olhar.

Respirando profundamente, o jovem tentou se recompor da vertigem que o assolava. Permaneceu imóvel sob o chuveiro, perdido no tempo, até que a sensação de ardor em sua pele o trouxe de volta à realidade. Ainda sentia o mundo girar, mas a intensidade da dor havia diminuído.

Envolvendo-se em uma toalha, ele se apoiou nas paredes para retornar ao seu quarto. Deitou-se na cama, com o corpo pesado. Colocou o braço sobre os olhos, sentindo uma onda de náusea passar por ele. Pretendia descansar por alguns instantes, mas sem perceber, o sono o envolveu, levando-o para seu pior pesadelos.

Pompéia: Amor Entre CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora