The Dark Side of Love✦❀ (Joesar)

Um final mal contado✦❀

Kaiser Cohen✦❀

Quando meu pé entrou em contato com o chão quente do inferno senti meu corpo tremer por um leve momento.

Joui começou a me guiar, como se fosse um cachorro, Ignorei, é deixei ele me levar.

—Aqui tem um clima bem…— Disse Joui enquanto pensava em uma palavra para completar sua frase.

—Sombrio— Completei, mantendo o olhar em direção ao chão.

—Isso, sombrio— Ele ficou pensativo, mas logo direcionou o olhar para um garoto de aparentemente 10 anos, que estava chorando em um canto.

Eu é ele se entre-olhamos e suspiramos, continuamos a caminhar, percebi Joui com um peso na consciência, por não ter ajudado o garoto, apertei suavemente sua mão, com uma força controlada para que não machucasse sua mão.

Percebi seus músculos se tranquilizarem, ele estava tranquilo, diferente de mim, que a única coisa que me acalmava era sua mão. Olhando melhor para o inferno, ele é realmente assustador.

A medida que avançavamos pelos corredores sinistros, encontrávamos diferentes “almas” com suas próprias histórias, ainda mais bizarras do que este lugar aparentava ser.

Eu, por minha vez, tentava explicar o funcionamento básico do inferno, compartilhando meu conhecimento básico com Joui. Apesar das minhas incertezas e medos, eu queria oferecer a Joui alguma forma de orientação ou defesa.

—Este lugar e realmente assustador— murmurou Joui, olhando ao redor, interessado pelo que o inferno trazia.

Enquanto caminhavamos mais afundo do inferno, encontrávamos almas pedindo por misericórdia, o desespero pairava no ar como uma neblina densa.

—É difícil acreditar que tantas almas, estão condenadas a sofrer para sempre aqui— Murmurei sentido meu corpo arrepiar.

Joui assentiu com os olhos cheios de compaixão. —E verdade, é um destino terrível— ele deu uma pausa, mas logo retomou.

—Por que… por que você quis vir para cá? Se tivesse aceitado ir para o céu, você não estaria aqui condenado a sofrer para sempre, como eu— A voz dele falhou, senti ele apertar mais forte minha mão.

—…Eu não ia conseguir ficar sem você, é você e importante para mim, se for para você sofrer, que soframos juntos— Murmurei, desviando o olhar para meus pés, enquanto parava de andar.

Joui assentiu com a cabeça, indicando que iriamos conversar mais tarde sobre isso, senti um pingo de felicidade vinda dele, por eu não ter o abandonado.

Ficamos em silêncio andando de mãos dadas, não estava me sentindo confortável para soltar sua mão, por mais que algumas pessoas olhavam torto para nossas mãos cruzadas, não me importei por quê sabia que seria pior para mim, com nossas mãos separadas.

Cada passo que davamos era acompanhado por um eco, que fazia eu ficar zonzo, mas esse eco foi deixado para atrás no momento em que atravessamos uma porta, que consiguio quebrar todo o silêncio.

Nós deparamos com uma cena surpreendente, uma espécie de festa, onde aquelas “almas” dançavam, riam, bebiam, gritavam, é até mesmo faziam algo a mais… Eram como animais sem controle numa balada.

—Isso é…. Inesperado— comentei, observando a agitação, com uma mistura de curiosidade é desconforto.

Joui riu, contagiado pelo clima animado.

—Parece que até mesmo o inferno tem suas festas…!—

Decidimos observar a cena por um momento, mas eu me sentia um tanto desconfortável com aquele atmosfera.

Enquanto Joui permanência ao meu lado segurando minha mão, com menos força agora, parecia animado com aquele clima.

Já eu, apertei sua mão com mais força, sentia minhas pernas tremerem, desviei o olhar para Joui, como sempre fazia quando sentia-me desconfortável. Sentia olhares sobre mim, olhares direcionados a minha auréola quebrada, indicando muita coisa que queria esconder.

Sentia borboletas no meu estômago, sabia que podia vomitar ali mesmo. Joui não havia percebido minha angústia, falava para mim mesmo “Joui, Joui, Joui” tentava me acalmar, é de alguma forma fazer ele olhar para mim, não conseguia me mexer, é muito menos falar algo nesse momento.

Sentia que os olhares sobre mim pioravam, Joui estava destraido com alguma coisa, não sabia o que era, não queria desviar o olhar dele, não podia.

Sentia que havia estragado o clima festivo, talvez nem deveria ter saido daquele quarto.

Senti uma pequena gota de sangue escapar pelo meu nariz, nesse momento Joui se virou para mim, com a expressão séria que logo se tornou uma expressão assustada.

—Hã… KAISER? Você está bem? Ta me ouvindo? Consegue falar— Seus olhos rapidamente entraram em contato com os meus, suas mão vieram até minhas bochechas, nossas mãos se desconectaram para que ele fizesse essa ação.

Não consegui responder, sentia que iria desmaiar ou até mesmo vomitar, isso é estranho, eu não faria isso normalmente, faria? Senti Joui limpar com sua mão esquerda minha pequena gota de sangue que havia escapado pelo meu nariz.

—Kaiser? Por favor me responda…— Acho que lágrimas escorrerem pelo rosto de Joui, mas minha visão escureceu antes mesmo que pudesse ver se não era uma ilusão de minha cabeça, a única coisa que me acalmou foi que não poderia morrer já estando morto, certo…?