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54. Na solidão

É como um abraço caloroso, mais suave que uma nuvem, mas forte. Isso me segura forte. Sinto como se estivesse na piscina, apenas flutuando. É tranquilo, mas confortável. Mesmo que eu tente pensar que há apenas um vazio agradável. Não sei onde estou, mas é bom aqui. Não existe tempo ou espaço aqui. Posso existir confortavelmente para sempre com o nada.

Um leve formigamento percorre meu corpo. Isso é estranho. Eu não deveria ser capaz de sentir nada. A calma volta por um tempo até que o formigamento volta, dessa vez um pouco mais forte. Começo a tomar consciência do meu próprio corpo pesado. O que está acontecendo? Por que posso sentir?

Meu corpo estremece por um breve segundo antes de ficar imóvel novamente. Muito, muito longe, ouve-se o som de alguém gritando. O vazio começa a desaparecer. Percebo que há algo me afastando disso.

Outro choque faz meus olhos se abrirem com um suspiro. Ouço meu coração batendo nos ouvidos e isso por si só é muito preocupante para mim. Eu pensei que tinha morrido. Meus olhos se voltam para tentar entender a situação e vejo três pessoas desconhecidas olhando para mim com rostos animados. Pela maneira como estão vestidas, devem ser enfermeiras ou algo parecido. Ouço barulho de trânsito e sirenes e meu cérebro finalmente conecta os pontos. Estou em uma ambulância.

"Ele está vivo!" uma das enfermeiras grita de alegria.

Os outros dois comemoram enquanto eu os encaro. Não posso fazer muito mais. Estou um pouco intimidado, na verdade. Há muita coisa acontecendo aqui. Devo estar em choque. Uma enfermeira dá um tapinha na minha cabeça com um sorriso gentil.

"Não se preocupe, amigo. Nós pegamos você! Você vai ficar bem."

No hospital, fico cercado por ainda mais pessoas tentando me verificar. Eles me fazem perguntas sobre isso e aquilo, enquanto fazem testes sobre quase tudo. Mal consigo respondê-las. Estou tão confuso. Eu não sei o que aconteceu realmente.

"Senhora, com licença", digo a uma das enfermeiras que atualmente tenta fazer um exame de sangue. "Por que estou aqui exatamente? Quanto tempo fiquei fora?"

"Você teve uma parada cardíaca súbita. Muito incomum para alguém da sua idade. Seu coração parou de bater e você foi trazido de volta usando um desfibrilador. Ele envia um choque elétrico através do coração para incentivá-lo a começar a funcionar novamente. Felizmente, funcionou para você . Ouvi dizer que você ficou inconsciente apenas por alguns minutos. A ambulância chegou rapidamente e você também deve agradecer a seus amigos. Eles agiram rápido e fizeram RCP até que os profissionais pudessem assumir. "

"Eu vejo. Eles estão aqui? Meus amigos?"

Ela sorri para mim.

"Eles estão todos esperando por você lá fora. Vou deixá-los entrar assim que terminarmos e ter certeza de que você está estável."

Só posso imaginar o caos que se espalhará quando eles chegarem aqui. Eu nem quero pensar nisso. Foi o que me estressou em primeiro lugar. Meu coração devia estar tão exausto de lutar contra aquele alfa e depois perceber que fui pego. Meu coração simplesmente desistiu de mim. Não quero arriscar que isso aconteça novamente.

"Senhora, você poderia deixar apenas um deles entrar?" Eu digo. "Ainda estou um pouco sobrecarregado."

"Claro. Quem devo chamar?"

Seokjin. Seokjin. Seokjin. Seokjin.

"Hum, talvez... Namjoon-hyung?"

"Tudo bem. Eu farei isso."

Ela continua com seu trabalho e eu relaxo na cama. Eu me acovardei. Eu quero ver Seokjin, mas se entrarmos em uma discussão ou algo assim agora, não há como saber se posso ser salvo novamente. Vou falar com Namjoon primeiro. Ele é provavelmente o mais calmo agora.