My Cheerleader

I

Enjoado.

Era assim que Donghyuck se sentia no meio daquela roda.

A brincadeira já ocorria a quarenta minutos e - felizmente - em nenhuma das vezes, a garrafa apontou para ele.

Haechan se arrependia profundamente por ter recusado a carona de Jeno a quinze minutos atrás.

O ômega se enchia de todos os tipos de bebidas duvidosas que via por perto. Já começando a sentir os efeitos das mesmas, uma forte enxaqueca já tinha o atingido e ele estava pronto para se levantar quando...

- Jennie pergunta e Donghyuck Responde! - Ouviu a mesma voz estridente da beta de mais cedo juntamente com alguns murmúrios de animação. O Lee se sentou novamente e encarou a alfa de mechas loiras com uma expressão desgostosa.

- Verdade ou consequência, ômega? - a Kim direcionou um sorrisinho sem graça para Hyuck.

E sem pensar, respondeu: - Consequência.

Diversos gritos animados e cochichos pela audácia se espalharam pela sala e logo se cessaram quando a alfa deu uma risada escandalosa. Donghyuck já estava claramente bêbado e com uma feição de quem colocaria tudo para fora em segundos, foi quando Kim teve a fatídica idéia.

- Eu aposto que você não consegue tomar meia garrafa de vodka em dez minutos, Lee Donghyuck. - Sorriu e olhou para o seu segundo alvo - E caso você não consiga, sua consequência é passar uma noite com Mark Lee.

A alfa deu uma risada vitoriosa vendo os olhos do alfa dobrarem de tamanho e o ômega abrir a boca em completo choque.

E novamente uma onda de zombação e risadas altas ecoaram por todo local.

Não podia ser.

Mark Lee era sem dúvidas o alfa que Donghyuck mais odiava, seu humor mudava só de ouvir o nome daquele alfa oferecido.

Todos na escola sabiam que os dois não se davam bem, por brigas recorrentes durante os jogos e treinos. Jennie Kim foi cirúrgica ao escolher justamente aquele alfa ridiculamente sem vergonha.

E a única reação do ômega para a aposta da alfa foi rir em escárnio, altamente, como se a garota 'tivesse acabado de contar a história mais engraçada que já ouviu em toda sua vida, os adolescentes que riam e gritavam imediatamente se calaram e direcionaram seus melhores olhares de julgamento para o ômega risonho no canto da rodinha.

- Não fode, eu nunca faria isso - disse ainda rindo baixinho, recolhendo uma lágrima no canto dos olhos - eu não aceito.

- Bom, você não pode recusar os desafios! - exclamou - Hendery, pega a garrafa.

Em obediência o beta logo correu para pegar o vidro de bebida alcoólica, voltando para sala com ela já aberta, a entregando para o coreano que xingava ele de todos os palavrões possíveis.

- Você tem dez minutos. Sem vomitar.

Encarando a garrafa e as pessoas a sua volta, o acastanhado novamente se perguntava a que ponto da falta de amor próprio ele tinha chegado para se enfiar naquele lugar. Aproximou a garrafa de sua boca, tomando um gole generoso, sentindo sua garganta queimar e se estômago se revirar em protesto, tomou outro gole e sentiu tudo que havia bebido naquela noite voltando para sua garganta, se levantou rapidamente e correu para o banheiro ouvindo pela terceira vez pessoas rindo de sua cara.

Mal dando tempo para abrir o vaso sanitário ou checar se não havia empatado a foda de ninguém, Donghyuck colocou tudo para fora sem pausas para respirar, sua cabeça latejava e suas pernas já não conseguiam mais sustentar o peso do próprio corpo.

Sentia algumas lágrimas descerem por seu rosto e a sua mente e visão embaçadas.

Até ouvir uma voz calma e um cheiro suave de melancias muito bem conhecido, atingir os seus sentidos.

- Donghyuckie ~ - chamou Mark com um tom claro de preocupação.

- O que você quer, Canadá? - disse fraquinho mas sem perder seu tom de grosseria.

- Não precisa falar assim comigo, eu vim te ajudar - falou baixinho se aproximando

- Não preciso dos seus serviços, obrigado - disse tentando se levantar daquele chão frio do banheiro, sem sucesso algum - Tenho dezoito anos, não preciso de uma babá

- Infelizmente não vim aqui para ser seu babá, vim aqui por que não quero sofrer a punição caso você não cumpra com a consequência - suspirou - Nem sei 'pra quê colocaram meu nome no meio dessa merda. Então, para de agir igual uma criança e levanta, vou te levar para minha casa, você fede a álcool e vômito.

- Quem te disse que eu vou para sua casa, Mark Lee? Sai fora daqui - O mais novo falava alto e embolado por conta da bebida - Eu não vou transar com você, vaza!

- Porra, Donghyuck! Cala a merda da sua boca - o mais velho já estava no ápice de sua paciência - Eu não sou um babaca aproveitador que transa que ômegas bêbados, não sei quem colocou na sua cabeça que eu sou assim. Agora você vai fechar a porra do seu bico, levantar da merda desse chão e me encontrar no caralho do meu carro.

O alfa saiu de dentro do banheiro batendo os pés, deixando o ômega inconformado para trás.

[...]