VII

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(♡) Special: Norenmin.

A brisa gelada atingia os rostos magros do casal, deixando seus narizes e bochechas vermelhinhas. Jeno havia chorado mais do que o esperado no colégio e Renjun decidiu que seria melhor levá-lo para casa.

O luto era algo inexplicável, tudo estava bem, quando de repente alguma lembrança te atinge com força e você percebe que nunca mais verá aquela pessoa. Jeno comprovava isto, seus dias eram tranquilos, ele sabia lidar com o luto, ou pelo menos, fingia muito bem. Mas, coisas pequenas em seu cotidiano o faziam lembrar de sua mãe, a primavera lembrava a mulher doce e gentil que tanto amava aquela estação do ano, amava flores e adorava ver elas desabrochando após um outono intenso, agora na estação mais fria do ano, o alfa ainda podia ouvir a voz de sua mãe implicando para que ele se agasalhasse devidamente.

E se aquela tentativa de aborto não tivesse acontecido? Era algo que Jeno pensava com frequência, pensava o quanto sua mãe adoraria conhecer seus meninos, o quanto ela adoraria ir a feira aos finais de semana com Jaemin, o quanto ela ficaria feliz em saber que Renjun também adorava novelas brasileiras e o pensamento mais recorrente era o quanto ele seria feliz com um irmãozinho, quantas memórias felizes eles teriam, aquela criança que crescia no ventre do sua mãe o faria tão feliz.

Tentava não se entristecer tanto com as lembranças do dia, mas naquele dia a fala do canadense havia o atingido com tanta força, como facas em seu peito, como se o Jeno de oito anos de idade estivesse revivido e estivesse bem ali, ouvindo tantas besteiras. O Lee tinha medo, a angústia tocava e esmagava seu peito, só de pensar em perder as pessoas que ama. Era isso, o medo da morte perseguia e assombrava a vida do coreano.

Talvez fosse esse o motivo de proteger tanto suas pessoas, mesmo que Jaemin fosse um alfa que sabia muito bem cuidar de si, Renjun que se parecia mais com um alfa irritado e Haechan que já podia responder por si e se defender sozinho, o Lee se sentia na obrigação de cuidar deles o dia todo. Sempre dando o maior pedaço de seu lanche para Jaemin, fazendo a regra da calçada com Renjun independente do momento e sempre olhando os rótulos de composição dos alimentos de Donghyuck, já que o mesmo tinha muitas alergias. O alfa amava cuidar de pessoas, gostava de proteger, já que em um passado não muito distante, ele não havia conseguido proteger as pessoas mais importantes de sua vida das mãos e mentes cruéis de seus avós maternos.

O alfa se encontrava perdido em seus pensamentos até sentir uma tremedeira em sua mão que estava entrelaçada na mão do chinês baixinho, os dedinhos gelados do ômega tentavam se esconder dentro da manga de se moletom, falhando no processo.

- Meu bem, você está bem? - riu baixinho, encarando o garoto com cheirinho de baunilha.

- S-Sim, eu estou com um pouquinho de frio, Nono - o corpinho pequeno se tremia todinho. Viu o alfa em sua frente arrancar o moletom grosso do próprio corpo, ficando apenas com uma blusa preta de manga longa do homem-aranha, vestindo o ômega 'friento com seu agasalho.

- Deveria ter me avisado antes - respondeu ajeitando a bolsa em suas costas, depositando um beijinho nos lábios gelados do Huang, entrelaçando as mãos novamente.

- Não deveria ter feito isso, agora você vai ficar com essa blusa fina e vai pegar um resfriado, Nono! - Repreendeu.

- Sem problemas, eu tenho dois namoradinhos para cuidarem de mim - sorriu, exibindo seu famoso "eye smile"

- Eu te bateria agora se eu não estivesse tão preocupado com seus ferimentos, mas quando você melhorar pode ter certeza que vou te bater muito - fingiu irritação, o mais novo apenas deu uma risada baixinha acariciando a mãozinha com o polegar.

A caminhada se seguiu silenciosa até a casa do Alfa, quando chegaram na casa ambos receberam uma mensagem de Jaemin.

meu nana 💕

- estou com saudades :( | 12:33 ✔️✔️

Vizualizaram a mensagem respondendo com uma foto dos dois jogados no sofá, com a mensagem: "também estamos, chegue logo ♡".

( ♡ ) 14:30.

Jaemin corria para casa de seu namorado praticamente, o dia não tinha sido dos melhores e ele só desejava chegar e ganhar beijinhos e colinho de seus namorados. Todod falavam que o verdadeiro ômega da relação era ele, porém ele não se importava, seu jeito era desse jeito e se as pessoas importantes da sua vida gostavam não via razões para mudá-la.

Quando chegou em frente a casa logo proucurou a chave reserva, destrancando a porta e a abrindo, encontrando Renjun terminando de fazer um curativo na bochecha machucada de Jeno, como se eles sentissem a presença do garoto os dois viraram a cabeça para porta, abrindo um sorriso enorme ao verem o Na que logo correu até os mais velhos.

- Oi meu bem - disse Jeno

- Oi amores - Na cumprimentou os dois - Preciso de colo.

- Nono que apanha e você que fica triste e dengoso, Nana? - Riu o chinês, recebendo um aceno positivo do namorado - Vou terminar o almoço e o Jeno cuida da sua carência, volto já - juntou os itens de curativo e depositou um beijo nos lábios de cada um dos namorados

- O que aconteceu, Nana? - puxou o mais novo para o colo, tal como um bebê, acariciando a bochecha geladinha.

- Passei a manhã toda preocupado com você, se arrumar briga novamente, eu nunca mais falo com você - escondeu o rosto na curvatura do pescoço do moreno, aspirando aquele típico cheirinho de hortelã

- Prometo de dedinho que nunca mais faço isso - beijou o pescoço cheiroso e estendeu o dedo mindinho, vendo o mais novo entrelaçar o seu dedo mindinho no dele também.

- Que traição! - ouviram a voz do chinês atrás deles - estão fazendo promessas de dedinho sem mim? Quero terminar.

Os três se entreolharam e começaram a rir alto, na relação dos três aquilo era quase um crime. Jeno puxou Renjun para o seu colo também dando um beijo molhadinho em sua boca.

- Somos péssimos namorados - dramatizou - Nos leve a forca!

- Pare de graça, bobão

A tarde consistiu naquilo, um clima ameno e calminho, que eles tanto amavam, o dia se estendeu em muitos beijinhos molhados, carinhos e risdas. Não importa o quê acontecesse eles sempre seriam o porto seguro um do outro, era assim desde o nono ano e seria dessa forma para sempre.

Ficariam velhinhos e o amor que sentiam um pelo outro nunca mudaria, amavam se amar e não tinham vergonha do que sentiam. Eles podem ter errado em muitas escolhas de suas vidas, exceto em terem escolhido em insistir naquele romance, e não importava o quanto doesse eles sempre sabiam para onde correr quando tudo estivesse difícil.

My Cheerleader Onde histórias criam vida. Descubra agora