XIII

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( ♡ ) pode conter gatilhos.

A vida se parece com uma prova de resistência, diversos desafios são lançados durante o tempo de prova e quem persistisse até o final ganharia um prêmio. A única diferença é justamente oque é ganho no final, pessoas sofrem impiedosamente todos os dias para no final de tudo receber a morte. Do pó viemos e do pó voltaremos, é o que dizem os antigos.

A vida era rígida, dolorida e injusta, principais com pessoas boas, parece que tudo em sua volta te molda para que você se torne mais um ser humano amargurado. A insegurança mexe com seu coração e com sua mente até que você se feche completamente, seu coração te prega peças para que você amadureça, como diz a sociedade "dos erros, vem os ensinamentos", porém, não queremos errar, o erro trás o sofrimento e somos tão jovens para tudo isso.

Criticar a nova geração é fácil para os que estão de fora, entretanto, não nascemos com um manual de como se viver ou de como acertar em tudo. Somos jovens, tudo machuca, dói, perfura, destrói, esmaga, tudo parece doer em dobro quando jovens.

Ah! A primeira decepção amorosa, o primeiro beijo, o primeiro toque íntimo, a primeira bebida, o primeiro cigarro, a primeira e última vez sendo adolescentes inconsequentes. Alguns adolescentes sofrem demais, cometem muitos erros, muitos estão vivendo como se fosse o último minuto e outros como se a vida estivesse acabado. Donghyuck, particularmente, vivia preocupado como um adulto, sua cabeça latejava em preocupações, se importava demais com opiniões, todas as palavras proferidas mexiam com ele, e as influências muitas vezes eram péssimas, mas afinal ele era apenas mais um adolescente.

A vida era muito injusta com o ômega, quando criança fora rejeitado pelo próprio pai por sua classe, sempre inseguro consigo mesmo, durante o início da adolescência seu coração pregava peças, o metendo em diversos relacionamentos com alfas abusadores. Não era acostumado a ser amado ou acolhido, apenas rejeitado e massacrado, às vezes duvidava do amor de seus amigos por si.

Como alguém podia amá-lo?

Donghyuck mal conseguia se olhar no espelho sem desabar em lágrimas, ele se via completamente distorcido, seu corpo magro e esguio se tornava inchado e em sua visão horrível, seu sorriso bonito era sempre coberto e sua pele brilhante banhada pelo sol era escondida com maquiagem, a famosa distorção de imagem. Odiava a si mesmo, odiava seu reflexo e odiava sua fragilidade para falas alheias.

Uma semana havia se passado desde a conversa com Yeji, uma semana que se isolava de tudo, andava como um fantasma no colégio, todos sabiam que ele estava lá mas o fullsun que era tão sorridente e brilhante, havia se tornado triste e apagado. Não permitia que Mark Lee chegasse perto, não existiam mais abraços, beijos carinhosos na testa, sonecas no sofá de sua casa emaranhado no seu edredom favorito, o ômega não permitirá. Estava afastado até mesmo de seu amado trio de amigos e a cada dia que passava o quinteto de betas mexia mais com sua cabeça e com sua saúde.

O Lee que estava no seu quarto quase quinto mês de gestação, suas roupas começavam a ficar apertadas devido ao tamanho de sua barriga e aquilo mexia com o mais novo muito mais do que deveria. Estava cansado, abatido e ansioso, as dores pareciam triplicar e lágrimas banhavam seu rosto quando via o olhar de preocupação que seus amigos lançava para si nos corredores, ouviu pelos corredores o quanto o desempenho de Minhyung estava baixo durante os treinos, o alfa parecia sempre aéreo e pensativo. Haechan se culpava, se culpava por não ter dado uma explicação ou enviado uma mensagem explicando tudo que tinha acontecido naquela tarde, não esperou para resolver o problema.

Ele apenas se isolou.

E Lee Minhyung estava disposto para mudar isso, acordou determinado a trazer seu sol de volta para si, não aguentava mais vê-lo cabisbaixo e com a fatídica expressão de sofrimento, ninguém podia mexer dessa forma com seu menino bonito, ah, o garoto que ele aprendeu a amar tão rapidamente, acostumado a dar beijinhos ternos por seu rostinho, acariciar seus cabelos macios e sua barriguinha agora volumosa. Sentia tanta falta de apenas sentir o cheirinho gostoso de morango que ele exalava, de sentir o calor de seu corpo quando estava por perto, seu lobo revirava em saudade, seu peito ardia, suas noites eram mal dormidas e a tristeza queimava na falta de "seu" ômega, queria abraçá-lo, beijá-lo e protegê-lo como se fosse sua criança de colo.

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