— Há certas lições do mundo do marketing que vocês precisam assimilar. Nele, podem transitar entre ser um anjo e um monstro. Haverá ideias brilhantes que apresentarão ao mundo e também propostas duvidosas que tentarão instigar nas pessoas. No entanto, coisas ruins exigem o maior cuidado do mundo ao apresentá-las para as pessoas, pois sua exposição pode gerar um processo tanto para você quanto para o seu cliente. Por exemplo, a AutoCars: tinham algo de realmente inovador para o público? Não! Eu apresentei algo “novo”, mas não verdadeiramente inovador. Alguém sabe qual foi o método que adotamos para essa empresa? — Ela me olha e apenas balança a cabeça, indicando que eu devo continuar.
— A AutoCars estava à beira da falência. Suas propostas inovadoras eram excessivamente caras e irrelevantes. Tentaram pensar fora da caixa, mas isso resultou em perdas financeiras. Então, sugeriu voltarmos aos clássicos, modelos aclamados décadas atrás e já fora de produção, com algumas atualizações. Esses carros antigos eram econômicos e potentes, mas, internamente, especialmente considerando o aquecimento global, era inviável não incluir ar condicionado. Transformando o antigo em luxo, algo relativamente barato de produzir que se tornou uma mercadoria cobiçada pela elite.
— Exatamente, vendi um carro antigo com nova tecnologia, e o quão nova é essa tecnologia? Bom, mais nova que a de antes, isso eu posso confirmar! Tenham sempre cuidado com as palavras, elas podem sempre virar contra vocês. Vocês podem tanto erguer quanto destruir alguém com elas…
Fiquei com essas palavras em minha mente “tenha sempre cuidado com as palavras”, porque eu sentia que essas palavras estavam direcionadas a alguém?
— A senhorita Park é talentosa, não é? — Comentou a coordenadora da equipe 1.
— Às vezes, ela me da medo...
— Ela apenas busca evitar erros na empresa. Na minha antiga empresa, quase enfrentamos um processo por falta de clareza na comunicação. Felizmente, ela conseguiu nos livrar disso, mas o cliente acabou sendo prejudicado. Tivemos que culpá-lo, afinal, foram informações falsas que nos passaram…
— Compreendo, mas mesmo assim, às vezes ela me assusta...
— Acredite em mim, você mal conhece uma fração dela...
Não sei por que, mas a cada dia me sentia mais intrigado por aquela pessoa, querendo descobrir mais sobre ela. O que estava acontecendo comigo? Enfim, o treinamento terminou e voltamos ao trabalho.
Os dias estranhamente transcorriam de forma tranquila. Eu não sei por que, mas pensei que iria reviver a época do colégio novamente. Talvez eles realmente tenham amadurecido e se tornado boas pessoas.
Os dias, os meses que passaram foram tão leves, tão tranquilos, de alguma forma era como se eu tivesse esquecendo tudo o que tinha acontecido no passado, a convivência com os 4 não estava me desagradando por alguma razão, era como se eles fossem outras pessoas. Talvez realmente tivesse amadurecido.
— Você viu a festa que a gente organizou??? — Disse Jihoon empolgado para Yuna
— A ideia foi da equipe 1, mas acho que vale o reconhecimento do nosso esforço… ir atrás de tudo não foi fácil… — Disse se espreguiçando na cadeira
— Calma ae, nosso projeto ficou bom também! — Disse Junseonk
— Não posso negar, fiquei pasmo como conseguiram movimento para aquela lojinha… não dava nada para vocês — Engoli o meu orgulho e disse a verdade.
— Kim, não quer pegar um café gelado para a gente na lojinha aqui do lado? — Disse Yuna de forma natural
— Folgada nem um pouco né? Pega você! — Disse não querendo sair.
— Pode pegar qualquer bebida para você por minha conta, pode ser? Eu tenho muita coisa para entregar, se eu sair agora eu acho que não vou dar conta…
— Não ache que eu não vou aceitar a bebida de graça! — Falei pegando o cartão da mão de Yuna. Por mais que eu não quisesse estar lá, algo de bom Yuna fez para mim, ela me colocou nos caminhos da CEO, literalmente…
Eu saia correndo da loja, enquanto a CEO vinha correndo saindo da empresa, não pude ver sua expressão antes de me esbarrar nela e a derrubar… A única que vi depois disso foi a de dor.
— Aí! — Ela exclamou ao se esbarrar comigo e cair — Olha para onde anda! Quem sai correndo feito louco assim com bebidas na mão?!
— Bom… A senhorita também estava correndo feito louca… quer dizer… perdão… você se machucou? — Falei me levantando e estendendo a mão para ela, mas ela não aceita, ela tenta se levantar sozinha, mas percebe ter torcido o pé.
— Eu acho que você torceu…
— Eu estou muito bem, obrigada, eu só preciso sentar por uns minutos… — Enquanto ela dizia isso eu dava apoio para ela sentar na mureta de um dos canteiros de uma das lojas.
— Posso ver o seu pé? — Pergunto me sentindo culpado.
— Senhor Kim, acha mesmo isso apropriado?
— Pegar no pé da minha chefe? Não… mas também não acho apropriado ve-la sentido dor por minha culpa — Eu tiro o salto dela e mexo em seu pé, e vejo sua dor. É, realmente havia torcido, mas não parecia ser nada mais que isso. Inesperadamente a pego no colo para leva-la para o escritório, mas acho que ela ficou envergonhada com isso.
— O que é isso senhor Kim, me solte! Para onde está me levando?!
— Para o escritório, seu pé não está bom… não pode andar com ele assim…
— Não, não posso entrar assim com você me carregando, o que os outro vão achar?!
— Mas então?...
Eu a carreguei até o estacionamento do fundo da empresa, onde havia um elevador que dava praticamente em sua sala, aquela frieza no olhar virou vergonha, no qual ela evitava contato visual comigo, meu coração de alguma forma batia forte, e eu não entendia o porquê. Mas algo eu também pude reparar, o como sua respiração mudou rapidamente ao entrar no elevador era como se ela estivesse ficando sem ar, como se ela estivesse lutando para estar ali.
— Senhorita Park, porque corria tão rápido assim? Aconteceu algo? — Tentei criar algum assunto para ver se ela se acalmava, mas acredito que só ficou mais nervosa.
— É pessoal senhor Kim, isso não o convém. Desculpe falar dessa forma, mas a certos assuntos que não lhe interessa.
— Ah… Perdão…
— Obrigada senhor Kim, acho que deveria voltar ao trabalho agora… — Disse ela entrando em sua sala e fechando a porta. Eu pude ouvir que quando ela entrou ela começou a chorar, ela mantém a pose de durona na frente de todos, mas não era assim. Alguma coisa grande ela escondia.
— Mãe, aconteceu um acidente aqui na ida, eu não vou conseguir ir ver a Hanna, fala para ela que ela vai ficar boa, para ela parar de se esforçar tanto…
Quem era Hanna, eu me perguntei ao ouvir parcialmente sua conversa por trás da porta.
— Posso saber o que faz ouvindo a conversa dos outros, senhor Kim?! — Falou o secretário Kang bravo.
— Eu… eu… estava preocupado com a senhorita Park, ela esbarrou em mim e torceu o pé… não queria deixá-la sozinha…
— Eu já estou aqui, pode se retirar agora!
Eu não fui embora depois daquela bronca, meus pés não queriam sair do lugar. Eu só queria saber o que está acontecendo, e de alguma forma eu soube, não por completo, mas soube que alguma coisa ela tinha para ser como era.
— Senhorita Park, vá para casa, não é bom ficar assim, precisa ter muito sangue de barata para aguentar o que aguenta em casa, e ainda ver rostos indesejáveis no serviço.
— Senhor Kang, por favor, me deixe sozinha!
Quando eu ouvi os passos firmes do seu secretário eu corri para as escadas e fui para a minha mesa. Quem era esses rostos indesejados? Esse tanto de vezes que ela falou sobre “o quanto palavras podem destruir” era realmente destinado a alguém?! porque eu estava tão obcecado por ela?!
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Entre Sombras e Holofotes
Mistério / SuspenseNuma história envolvente, o protagonista, antes um mero espectador do bullying na escola, acaba trabalhando com seus antigos colegas, notando coincidências intrigantes. A trama se desenrola, revelando o crescimento público do grupo, tornando-os figu...