Capítulo 7

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Capítulo 7

"Você não precisa se desculpar
por ir embora e crescer, hmm"







Mary tremia enquanto encarava o sangue carmesim que sujava as suas mãos.

As coisas tinham acontecido muito rápido, a ligação de Stuart, a batida de carro, sua corrida desesperada até a casa, os gritos abafados de Nathaniel, e o sangue do homem espirrando em seu rosto.

Mary sabia desde o começo que aquilo estava destinado ao fracasso, mas esconder seus rastros era muito mais fácil quando você é casada com um homem bêbado que pode ser considerado a escória da cidade.

Nathan sempre os achava rapidamente, uma criança viajando com sua mãe de cidade em cidade era muito fácil de se encontrar.

Então Mary decidiu se casar, e o tempo em que eles não precisaram mudar de cidade foi assustador, até a ligação de Stuart, é óbvio.

"Ele sabe" Foi tudo que Stuart disse, apenas duas palavras.

Agora ela tinha um corpo para esconder, não tinha um carro para fugir, e tinha uma criança banhada de sangue para lavar.

Eles não conseguiriam fugir dessa vez, ela sabia disso, e a sensação era esmagadora.

Nathan sempre escondia seus corpos por ela, tudo que Mary tinha que fazer era mata-los e ele resolveria isso num piscar de olhos. Agora a responsabilidade caia sobre seus ombros e o desespero batia em sua porta.

Nathaniel estava encolhido perto da cabeceira da cama, seus olhos bem abertos e sua expressão tão chocada que por um momento Mary se questionou se o filho tinha se esquecido qual era o trabalho de seu pai.

Nathaniel não sentia pena do homem, nenhum pouquinho, pelo contrário ele achava aquilo mais do que merecido.

As memórias agora pareciam como flashes em sua cabeça, se lembrava apenas de ser arrastado até o quarto, com aquele homem horrível o jogando contra a cama. Ele gritou, e sua voz soava abafada por conta da mão enorme sobre sua boca, Nathaniel mordeu, e o homem lhe deu um tapa na cara, naquele momento ele deve certeza que deveria ter envenenado aquele idiota quando teve a chance.

Nathaniel o odiava, ele era folgado, e fazia piadas que não tinham graça nenhuma, ficava o tempo todo assistindo futebol e dizia que Exy era uma piada. Bebia o tempo todo e a maioria das vezes colocava o menino para buscar suas latas e jogar seu lixo fora.

Ele tentava ser compreensivo, entendia que aquilo era para mante-los protegidos de seu pai, mas as vezes, era inevitável não pensar em colocar veneno em sua bebida, e o ruivo sabia muito bem onde encontrar.

Faltava pouco tempo para completar seus oito anos, e ele entendia mais sobre a vida do que qualquer outra criança deveria. Nathaniel sabia que aquilo aconteceria, desde que sua mãe se casou com aquele nojento, ele sabia que no final o homem acabaria morto, em uma poça de sangue, esse era o destino de todos que ficavam no caminho dos Wesninsk. Era meio mórbido, mas era a mais pura verdade, e ao ver o corpo inerte e sem vida do homem, Nathaniel não deu a mínima, mesmo quando sua mãe o pegou pelo braço e o estapeou, ele não se importou, não esboçou nenhuma reação, porque ele não ligava.

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