La Femme En Rouge- Parte VII

108 15 20
                                    

Andaluzia- Sede da OEC- passado

Ava e Beatrice haviam voltado da Escócia faziam alguns dias, a equipe não havia recebido outra missão internacional e aproveitavam o tempo para resolver situações locais e revisar seus relatórios sobre a missão na Inglaterra.

Ava aceitou ser interrogada por Vincent, na tentativa de encontrarem pistas sobre a Oroboros. Algo incomodou a agente durante todo interrogatório, e até mesmo depois dele, ela não sabia o que era, mas o rosto do homem, seu jeito condescendente e até o som da sua voz a incomodavam. Sem motivos claros para se sentir assim, Ava decidiu ignorar, preferiu não dividir suas impressões com Beatrice, elas estavam em um bom momento e Ava não queria estragar tudo por causa de sua intuição.

Depois do café da manhã, Ava foi até a biblioteca da agência, Beatrice havia a chamado até o local. Ela ainda ficava impressionada com as enormes estantes com livros a perder de vista, ela não poderia nem imaginar, a quantidade de pesquisas e conhecimento guardados naquele lugar. Ela lembra que no início do treinamento acabou passando noites na biblioteca, quando dormia sobre um livro que Beatrice recomendou, pois era lá que a agente sênior ensinava a Ava sobre os fundamentos da OEC e toda a simbologia por trás da agência.

Beatrice estava com a cara fechada e os braços cruzados, mas a carranca se desfez quando viu Ava, seu rosto se iluminou e um pequeno sorriso surgiu no canto dos seus lábios. Ava sentia que poderia abrir mão de qualquer coisa, só para ver esse sorriso tímido para sempre.

_ E ai, sobre o que é a aula de hoje? Achei que já havia passado dessa fase.

_ Nunca passamos dessa fase, até as agentes mais experientes como a madre, uma hora ou outra acabam voltando a essa biblioteca, nunca sabemos tudo Ava, sempre podemos aprender mais.

_ Tem razão, mas então, o que eu irei aprender hoje?

_ Um pouco sobre a história da ordem, um pouco sobre metal. Venha.

Ava acompanhou Beatrice, elas andaram por entre as estantes, a jovem agente encarava o teto da biblioteca, onde havia uma enorme pintura sacra, o teto era lindo tanto por dentro, quanto por fora, pois era uma enorme abobada dourada.

As duas agentes chegaram até uma escrivaninha com um enorme livro em cima, bastante empoeirado e com as páginas amareladas. Beatrice colocou luvas de látex para tocar no papel, passando as páginas.

_ Lembra o que a madre te disse sobre o alto escalão da OEC?

_ Que seus codinomes são os mesmos da hierarquia da igreja católica.

_ Exatamente, mas você sabe porquê?

_ Não faço ideia.

_ Encontrei este livro sobre a fundadora da OEC, Areala de Córdoba. Ela era membro da nobreza e católica fervorosa, como todos da época, mas Areala sabia que tudo estava errado, pessoas passando fome, nobres, realeza e até a igreja preocupados com seus próprios interesses, enquanto o mundo padecia entre guerras e destruição, ela sabia que precisava fazer algo.

_ Foi assim que ela fundou a agência?

_ Foi o começo de tudo. Ela criou uma rede de espiões que buscassem informações privilegiadas, que pudessem ajudar com a diplomacia entre países, evitar conflitos, garantir o sucesso de acordos e expor gastos públicos exorbitantes com coisas supérfluas.

_ Ela deve ter feito muitos inimigos.

_ Era por esse motivo que bilhetes e cartas não poderiam ser assinados com os nomes dos espiões, eles passaram a assinar com cargos do clero. A igreja era muito importante na época, ninguém abriria uma carta do clero ou iria confrontar os membros da igreja sobre uma possível conspiração, se errassem poderiam ser excomungados.

In This Life Or The Next-AvatriceOnde histórias criam vida. Descubra agora