III- Moinhos satânicos

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Nos moinhos satânicos da vida, eu danço.
Em espirais, ciclos, sem um prévio avanço.
Giro em busca de um sentido, num eterno rodopiar.
Mas no fim o significado escapa, é difícil de alcançar.

Eu não sei quem eu sou.
Você sabe quem você é?
Procuro e procuro até nas notas de rodapé.
Cada sílaba, uma pista, mas não sei como interpretar.
Nas entrelinhas do destino, tudo está a se adaptar.

Procuro, em mim, em médio alcance, uma saída.
Os significados se escondem, logo na minha mais profunda ferida.
Então, eu catuco. Catuco até sangrar.
E o ciclo recomeça, sem, ao menos, eu hesitar.

-Lethycia Machado

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Moinhos, ciclos e altos e baixos. Cada verso é uma tentativa de decifrar os enigmas do ser, de encontrar identidade em um mundo de incertezas. É como se dançássemos nesse eterno rodopiar, buscando um propósito que, muitas vezes, parece escapar por entre nossos dedos. Talvez, as coisas não façam sentido, mas é o anseio de dar sentido que nos paralisa, nos impulsiona a explorar os recantos mais profundos de nós mesmos, em busca da verdade verdadeira. Nessa jornada, nos confrontamos com nossas próprias contradições, medos e desejos, num ciclo incessante de autodescoberta e renovação. E, mesmo diante das ruínas que pensávamos ser, encontramos a coragem para recomeçar, para reinventar o sentido de nossa existência em cada novo suspiro.

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