XIV- Dedos roídos

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Eu não sei bem o que é isso.
Roo as unhas com descompromisso.
Não quero pintá-las, nem vê-las brilhar,
Apenas o meu estresse precisarei extravasar.

A ansiedade me sufoca, mal sei o que fazer,
As unhas me aliviam, dá até para perceber.
Eu queria parar com esse vício, para valer,
Mas meus dedos já estão roídos, já não dá para reverter.

Eu estou careca, até nas sobrancelhas,
Meus colegas falam que minha cabeça é uma centelha.
Quando raspo, ela chega a brilhar,
Mas a feiura não dá nem para disfarçar.

Eu me acho feio, muito feio,
Não falo com os outros porque tenho receio.
Já me zoaram muito, dói até ao pensar,
Mas só nascendo de novo, para essa maldição acabar.

- Lethycia Machado

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Poesia que fiz homenagem a muitos homens que são inseguros com a calvície e a pressão estética da sociedade. Essa poesia aborda sobre os desafios que os homens ansiosos e com complexo de inferioridade passam. Eu sinto que a preocupação, de muitos, é tão avassaladora que mesmo ações, aparentemente, simples, como parar de roer as unhas, se tornam desafiadoras. Além disso, a descrição que fiz a respeito da perda de cabelo, incluindo das sobrancelhas, quis sugerir um estado de estresse extremo que afeta até mesmo a saúde física e mental de qualquer pessoa. 

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