Fifth

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O pai de Maxon o chamou ao escritório quando pedi licença para subir ao quarto. A companhia de Diana estava agradável mas eu estava exausta por conta da viagem e já se passavam das dez horas.

Ela com sua gentileza, me liberou com um sorriso maroto, o qual foi mal interpretado por minha mente já poluída com as gracinhas de Maxon.

Quando cheguei, fiquei encarando a cama que dividiríamos por longos minutos, até decidir se esperava por ele ou se deixava o assunto "Quem sou eu" para amanhã.

Ah, quer saber? Estou cansada demais.

Coloquei meu robe e deitei na cama, pronta para dormir. Assim que me inclinei para apagar o abajur a porta do quarto se abriu e o vi entrar com um semblante sério. Não tinha divertimento nem resquícios das risadas do jantar. Ele parecia muito irritado.

— Hã.. aconteceu alguma coisa? — ousei perguntar.

Seus olhos encontraram os meus e ele suspirou fechando a porta.

— Meu pai — ele começou com voz falha — Ele ainda está duvidando, acha que eu vou desistir desse casamento assim que ele me passar a posse dos vinhedos.

Ele se sentou na beirada da cama e num reflexo eu já estava ao seu lado com a mão em seu ombro numa tentativa de conforta-lo.

— Não fique se remoendo agora... era certo que ele iria desconfiar, acabamos de chegar Max, ainda é cedo para ele acreditar em nós — não notei que o chamei pelo apelido, mas ele notou, seus belos olhos verdes brilharam com aquele notável tom intenso que eu estava me acostumando a ver.

Seu rosto estava bem perto do meu e me vi na vontade exorbitante de beija-lo. Estava tão perto.

Regra número três: nada de contato amoroso longe do público. Minha mente me alertou e me afastei como se de repente ele estivesse pegando fogo. Maxon fez uma careta confusa e desviei meu olhar.

— Porque mentiu seu nome? — fechei os olhos pronta pra contar toda a verdade. — Quem é Rosaline?

— Sou eu — comecei ainda sem o olhar — Rachel não te contou, mas ela tem uma irmã gêmea. Você a conheceu na boate, não notou nossas diferenças?

Ele pareceu pensar por um instante.

— Sim, é claro que reparei, quando te chamei de Senhora Russel isso te irritou, mas você disse que gostava no hotel — ele deu de ombros — Mas.. como...

— Minha irmã está grávida, nossos pais são pessoas religiosas e cultas, já não aceitam que tenham uma filha sem futuro, jamais aceitariam um filho bastardo — tentei explicar sem me abalar, somente eu sabia porque Rachel era desse jeito, rebelde — Ela sofreu bastante na adolescência, quase foi expulsa de casa. Sempre ajudei minha irmã, dei tudo que estivesse ao meu alcance, mas Rachel sempre foi difícil. Depois que se envolveu nessa loucura, descobriu estar grávida e implorou que eu a ajudasse. — respirei fundo e o olhei — Eu não consegui dizer não a ela.

— Vocês trocaram de lugar e me enganaram?

Senti uma agitação injusta crescer no peito.

— Você não está enganando seus pais Maxon?

Foi a vez dele desviar o olhar.

— Rosaline Stewart... — ele repetiu meu nome como se estivesse provando um vinho e apreciando seu gosto na boca. — Bonito nome — me olhou e corei — Como a dona dele.

— Desculpe por toda essa situação, mas eu não podia...

— Ei, ei, que isso? Não precisa pedir desculpas — ele tocou meu rosto e levou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Eu não devia ter feito sua irmã assinar aquele contrato, ela não sabia o que fazia, eu que tenho que pedir desculpas.

Eu sorri com sinceridade pela primeira vez.

— Você é uma irmã incrível Rosaline.

— Me chame de Rosie, Maxon — ele sorriu e notei sua covinha esquerda. Deus como ele é bonito e esta tão perto. O verde cintilava com a luz que vinha da lua, me perdi naquele tom Rubio com o hálito quente sobre minha face.

Só me dei conta do que estava fazendo, depois de já sentir seus lábios sobre os meus e o gosto do vinho tinto se misturar com o meu. Sua mão subiu da minha cintura até a nuca enquanto a outra se mantinha atras da cabeça, enquanto as minhas corriam pelos seus braços fortes.

Estava tão bom. Até a consciência bater e eu me afastar depressa. A libertinagem deu lugar a vergonha, que me fez virar de costas e não conseguir encara-lo.

— Rosie eu sinto muito.

— Não peça desculpas — eu disse — Apenas vamos fingir que isso não aconteceu.

— Você quer fingir que isso não aconteceu? — ele parecia triste.

— Eu não sei, estou confusa demais — passei os dedos pelo rosto nervosa — Vamos dormir, amanhã conversamos.

Ouvi a respiração dele ficar pesada. Depois ouvi a porta se fechar.

Maxon não dormiu comigo aquela noite.




(787 palavras)

CONTRATO DUPLOOnde histórias criam vida. Descubra agora